segunda-feira, 29 de julho de 2013

PEQUENAS INVENÇÕES GRANDES POSSIBILIDADES

Deborah Moreira
Do Diário do Grande ABC/SP


Já pensou em criar um robô que escale prédios e faça o arriscado trabalho de limpar ou pintar grandes edificações? E um eletrodoméstico que funcione apoiado em uma bancada dispensando o uso de tomadas? Essas e outras invenções estão expostas na Eureka 2010, feira de invenções promovida pelo Instituto Mauá de Tecnologia, a partir de hoje, das 14h às 22h, até domingo no campus de São Caetano (Praça Mauá, 1), entrada gratuita. No fim de semana funcionará até 20h30.

São 176 engenhocas criadas pelos alunos dos últimos anos dos sete cursos de Engenharia, um de Design e um de Administração de empresas. Todos tiveram um ano para desenvolver seus projetos e buscar soluções antes nunca pensadas para situações cotidianas. Como os cinco estudantes de Engenharia Elétrica que imaginaram uma casa sem fios, tornando o dia a dia mais prático, e sem tomadas, reduzindo riscos para crianças, utilizando a Transmissão de Energia Wireless (sem fio). Segundo eles, não há nada igual, em funcionamento, no mundo.
"Com uma bobina no aparelho e outra embaixo da bancada é possível colocar o aparelho sobre o local onde está a outra bobina e gerar corrente. Também dá para fazer com o abajour", explicou Fernanda Pasqualini, 24 anos, única mulher de uma turma de nove alunos e que já atua na área.
Confira algumas invenções:
- Robô escalador de fachadas prediais: feito com equipamento pneumático (usando ar comprimido), tem diversas utilidades como limpar fachadas de prédios altos ou até como suporte para banners publicitários móveis no topo das edificações. Autores: Rafael Ribeiro, Alisson Martins, Gustavo Mattos, Henrique Nunes, João Rocha, além de Marcelo Minoro, da Norgren, empresa que doou as peças.
- Eletrodoméstico com energia Wireless: criado para uma vida mais prática e segura sem fios e tomadas. Os cinco estudantes de Engenharia Elétrica e autores da invenção garantem que não há nada igual em funcionamento no mundo. São elas: Fernanda Pasqualini, João Paulo Giuliani Martins, Daniel Santos Nogueira e Tiago Alves Ferreira.
- Musicalle: software que cria e edita partituras a partir do som de um instrumento tocado em um microfone. Segundo os autores, os estudantes de Engenharia Controle e Automação Alessandro Paolone e Rodrigo Luis de Almeida, também músicos, o produto dessa forma ainda não existe no mercado. "Há softwares que geram partituras, mas nenhum assim", explicou Alessandro.
- Bebida láctea para prevenção de doenças degenerativas: a combinação de ômega 3, energético, cálcio e vitaminas antioxidantes como A, B2 e E, foi pensada bebida que pode auxiliar a prevenir doenças como osteoporose, mal de Parkinson e Alzheimer. Na imagem as autoras Larissa Redigolo, Erika de Andrade e Faviana Togneri, de Engenharia de Alimentos.

Invento atende deficientes visuais

Tateando uma caixa de boneca em uma loja de brinquedos, um casal de deficientes visuais tinha dificuldade para saber detalhes sobre o produto que queriam dar de presente a uma sobrinha. Sem um vendedor por perto para auxiliar, o estudante de Engenharia Elétrica Carlos Hideo Ywassa, 29 anos, e sua namorada presenciaram a cena e imediatamente foram ajudá-los.
A situação acabou inspirando a criação do Talk To Me, Dispositivo de Auxílio para Deficientes Visuais. Trata-se de uma caixa, que pode ser acoplada a um cinto, onde há um sintetizador de voz e um leitor de etiquetas eletrônicas. "A ideia é colocar características do produto na etiqueta, como preço e validade, que estará fxada no produto ou na gôndola em um supermercado, por exemplo. Ao ler a etiqueta, o sintetizador converte a informação em áudio que pode ser escutado em caixa de som ou fone de ouvido", explicou Diogo Lupinari, 24, que ajudou a concretizar a ideia de Carlos. Outras três pessoas colaboraram com o projeto, inscrito no Prêmio Santander Empreendedorismo e é o único do Instituto que já chegou à terceira etapa classificatória, faltando mais uma para estar entre os finalistas.
A solução, com custo inicial estimado em R$ 15 mil, tem outras aplicações como em casa, no guarda-roupas. "O braile desaparece das etiquetas das roupas com o tempo e há bastante dificuldade na escolha das cores", lembrou Carlos. (Deborah Moreira)


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