Por:
Fabrício Santos
Graduado em História
O cotidiano inglês na Era Absolutista foi marcado pelas dificuldades
decorrentes de doenças epidêmicas, falta de alimentos e ausência de banheiros
públicos.
As doenças eram comuns na Inglaterra pela falta de higiene da população
A
vida cotidiana na Era Absolutista inglesa durante os séculos XVI e XVII foi
marcada pelas dificuldades no controle de doenças contagiosas, nas catástrofes
climáticas e na escassez de alimentos para a população. A peste bubônica
durante o governo dos Stuart tirou a vida de milhares de ingleses que não
possuíam ajuda hospitalar para conter a doença. Além disso, as guerras também
contribuíram bastante para o índice de pessoas sem moradia e sem alimentos.
Estas situações retratavam os graves problemas sociais desse período.
Outro
grande problema era a ausência de banheiros públicos que contribuiu para a
proliferação de sujeiras e doenças na sociedade britânica. As casas não
possuíam sistemas de esgoto e as fezes humanas eram jogadas nas ruas,
aumentando ainda mais a falta de higiene e a possibilidade de grandes
epidemias. Os primeiros investimentos sanitaristas para a população inglesa
somente aconteceram a partir do século XVIII.
A
resistência ao banho também representava a falta de higiene da população, pois muitas
pessoas influenciadas por questões religiosas diziam que o corpo estava ligado
ao pecado e, por isso, não deveria ser exposto. A água também era interpretada
como um problema no imaginário popular dos indivíduos que acreditavam que ela,
ao infiltrar no corpo da pessoa, enfraquecia os órgãos. Além da resistência, o
banho de corpo inteiro era realizado por partes, sendo que primeiro lavava-se o
rosto e a cabeça, depois o tronco e, por último, lavava-se as pernas e os pés.
A ausência de higiene também era vista nas refeições que eram realizadas sem o
uso de garfos até o reinado de Elizabeth I.
Portanto,
o cotidiano dos ingleses durante o período absolutista era cercado por
problemas sociais quanto à higiene. Os costumes e a cultura da época
contribuíam para que doenças graves se alastrassem por todo o país, tirando a
vida de muitas pessoas. Esses problemas em relação à infraestrutura sanitária
somente foram resolvidos em meados do século XVIII, quando, por exemplo,
Alexander Cumming registrou a patente de um vaso sanitário criado séculos antes
pelo inglês Henry Harrington, em 1589, desenvolvendo rapidamente esse produto
na Inglaterra.
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