A
rainha do crime – vida e obra Dame Agatha Mary Clarissa
Christie DBE (nascida Miller; Torquay, 15 de setembro de 1890 — Wallingford, 12 de janeiro de 1976), mundialmente conhecida como Agatha
Christie, foi uma romancista policial britânica,
autora de mais de oitenta livros. Seus livros são os mais traduzidos de todo o
planeta, encontrados em 103 idiomas diferentes. Venderam mais de 4 bilhões no
total e são superados apenas pela Bíblia e pelas obras de Shakespeare.
Conhecida
como "Duquesa da Morte", "Rainha do Crime", dentre outros
títulos,[carece de
fontes] criou os famosos personagens Hercule Poirot, Miss Marple,Tommy e
Tuppence Beresford e Parker Pyne,
entre outros. Agatha Christie escreveu também sob o pseudônimo de Mary
Westmacott.
Vida
Local onde Agatha foi
batizada.
Agatha
Mary Clarissa Miller nasceu em 15 de Setembro de 1890, na costa de Devon, na cidade de Torquay, sendo a terceira filha de um rico americano. Os seus livros venderam centenas de milhões de
cópias em inglês,
além de mais algumas centenas de milhões em línguas estrangeiras, totalizando
mais de 4 bilhiões. Ela é a autora mais publicada de todos os tempos em
qualquer idioma, somente ultrapassada pela Bíblia e por Shakespeare.
Ela é a autora de oitenta romances policiais e coleções de pequenas
histórias, 19 peças e seis romances escritos sob o nome de Mary
Westmacott. Agatha Christie foi pioneira ao fazer com que os desfechos de
seus livros fossem extremamente impressionantes e inesperados, sendo
praticamente impossível ao leitor descobrir quem é o assassino.
Primeiros anos
O
pai de Agatha, Frederick, era americano e passava a maior parte do tempo
viajando, já a mãe, Clara, era uma mulher muito tímida, de quem Agatha herdou
boa parte de sua personalidade. O casal tinha mais dois filhos, Madge e Monty,
ambos mais velhos que a futura escritora. Em 1896, mudou-se, junto à família
para a França.
Embora Madge e Monty recebessem uma
educação formal, a mãe decidiu que a filha mais nova deveria começar a estudar
antes dos 8 anos, então com quatorze anos de idade, Agatha já sabia ler, a
partir de então, praticamente só foi educada em casa, tendo diversos tutores e
professores particulares. Quando a filha tinha ainda 11 anos, o seu pai,
Frederick, morreu, a partir de então Agatha começou a viajar para vários
lugares do mundo junto com a mãe. Aos 16 anos, foi para uma escola de
aperfeiçoamento em Paris, onde se destacou como cantora e pianista. Conheceu o
Coronel Archibald Christie, piloto do Corpo Real de Aviadores em 1912, e manteve com ele um romance tempestuoso.
Casaram-se em 24 de Dezembro de1914. Enquanto
o marido esteve na Primeira
Guerra Mundial, Agatha trabalhou em um
hospital e em uma farmácia, funções que influenciaram seu trabalho: muitos dos
assassinatos em seus livros foram cometidos com o uso de veneno. Em 1919, teve com Archibald sua primeira e única filha,
Rosalind, e em 1926,
a mãe de Agatha, Clara, morreu, e naquele mesmo ano a autora se divorcia do
marido e desaparece por vários dias. A irmã mais velha de Agatha, Madge
faleceu em 1923,
já o irmão Monty, morreu em 1929.
Início na literatura
Começou a escrever The
Mysterious Affair at Styles em 1916, e o livro foi publicado em 1920 pela editora Bodley
Head vendendo cerca de 2.000
cópias, após ser rejeitado por 6 editoras. Em seguida vieramThe Secret Adversary, The Murder
on the Links, The Man in
the Brown Suit, Poirot Investigates e The Secret
of Chimneys. Mas o sucesso veio em 1926 com a publicação de The Murder
of Roger Ackroyd, que vendeu 5.000 cópias. O
livro causou polêmica, pois Agatha contrariou as regras dos romances policiais.
Desaparecimento
Em 3 de Dezembro de
1926, seu marido Archie revela que está apaixonado por outra mulher, Nancy
Neele, e quer o divórcio, e então deixa a esposa, para passar um fim de semana
com a amante e alguns amigos em Godalming, Surrey. Após chegar em casa e não encontrar o marido,
Agatha abandonou a casa em Styles por volta das 21h45 daquela noite com uma
pequena mala. Na manhã do dia 4 de Dezembro seu
carro foi encontrado em um barranco no lago de Silent Pool em Newlands
Corner, com os faróis acesos. Dentro
do Morris Cowley verde foram deixados um casaco de pele, a sua mala e uma carteira
de motorista vencida. O desaparecimento da autora se tornou notícia em Surrey
quando a polícia local publicou um relatório de pessoas desaparecidas, e
passou-se a oferecer £100 para quem tivesse qualquer informação sobre a autora.
Aviões, mergulhadores e escoteiros buscavam por Agatha - ao todo a busca teve a
ajuda de 15.000 voluntários.
Várias informações foram acrescentadas à
história do desaparecimento da autora, no livro The
World of Agatha Christie. Martin
Fido diz que na semana de seu
desaparecimento Agatha deixou uma carta para Carlo Fisher, sua secretária
pedindo para cancelar uma hospedagem em Yorkshire. Segundo Martin, a autora escreveu também uma
carta ao marido fazendo-lhe duras críticas. Ainda no sábado, antes da
descoberta do carro da autora, ela havia escrito uma carta a Campbell Christie,
deLondres,
dizendo que iria para Yorkshire, mas a carta foi perdida antes que Campbell
pudesse lê-la. Uma nota também foi escrita para o vice-chefe de polícia
de Surrey(ainda
antes de encontrar-se o carro de Agatha), informando que Archie temia por sua
segurança.
Descoberta
Agatha
Christie estava desaparecida há 11 dias, desde que seu carro havia sido
encontrado no lago Silent Pool, e estava sendo procurada por aviões (foi a
primeira vez que se usou aviões para buscar algum desaparecido na Inglaterra), quando a polícia soube que ela estava no
Hydropathic Hotel (hoje Old Swan
Hotel), em Harrogate. Agatha chegou lá de táxi no dia 4 de Dezembro levando
consigo apenas uma mala.
A
autora estava hospedada sob o nome de Teresa Neele (o mesmo sobrenome da amante
de seu marido), dizendo ser da Cidade do Cabo,
e explicando que era uma mãe de luto pela morte de seu filho. No hotel, Agatha
foi vista dançando, jogando bridge, fazendo palavras cruzadas e lendo jornais.
Curiosamente, a autora deixou um anúncio no The
Times dizendo que Teresa Neele
procurava parentes e amigos da África do Sul;
interessante ressaltar que a irmã de Agatha, Madge, morreu em 1923, após voltar do país africano4 .
A autora foi reconhecida no hotel pelo músico Bob Sanders Tappin, que
reivindicou a recompensa de £100. Sanders disse que se dirigiu à autora como
"Mrs. Christie" e que essa respondeu-lhe, mas disse que estava
sofrendo de amnésia.
Agatha foi encontrada pela polícia no dia 19 de Dezembro.
Controvérsia
Várias
teorias foram criadas para explicar o falso desaparecimento da autora, algumas
pessoas defendem que o escândalo foi um golpe publicitário para aumentar a
venda de um dos seus livros (The Murder of Roger Ackroyd lançado
semanas antes do desaparecimento, continuava na lista de best-sellers), outras
que a intenção da autora era apenas se vingar de Archibald, simulando sua morte
para que o marido fosse acusado de assassiná-la, e finalmente há os que dizem
que a autora realmente sofreu um acidente de carro e perdeu a memória.
Embora em seus livros autobiográficos não haja
quase nenhuma informação sobre o episódio de seu desaparecimento, acredita-se
que, em "O Retrato", publicado sob o nome de Mary Westmacott, Agatha
conte muito da sua história através da personagem Celia, que pensa em suicídio
após ser abandonada pelo marido.
O segundo casamento e retorno à literatura
Em 1927 Agatha voltou a escrever, com a publicação
de The Big Four, protagonizado por Hercule Poirot.
Mesmo após o escândalo de seu desaparecimento, Agatha só se separou de
Archibald em 1928,
dois anos após o incidente. No outono do mesmo ano, o arqueólogo
britânico Leonard Woolley convidou Agatha para o Oriente Médio, onde estava no comando de
escavações em Ur.
No ano seguinte Agatha voltou a Ur, onde conheceu o jovem assistente de
Woolley, Max
Mallowan (14 anos mais jovem que
Agatha), com quem se casou em 1930. A autora manteve seu nome como Agatha Christie
porque assim estava celebrizada entre os seus leitores, mas em sua vida
particular era chamada de Mrs. Mallowan. Com o marido, Agatha viajou por todo o
mundo, fazendo escavações e tomando conhecimentos sobre arqueologia,
e escreveu um livro sobre a experiência, Come,
Tell Me How You Live.
O casamento com Mallowan duraria até a morte da escritora. Sua única filha,
Rosalind casou-se no início daSegunda
Guerra Mundial, e em 1943 teve um filho, Mathew Prichard, o único
neto de Agatha Christie.
Gravura no túmulo da autora.
Em 1934, Agatha alcança o auge de sua carreira, com um
de seus livros mais famosos, Murder on
the Orient Express, adaptado para o cinema,
teatro e TV em incontáveis ocasiões, sendo a mais famosa delas a versão de
1974 do romance, que rendeu
um Óscar a Ingrid Bergman,
e três prêmios BAFTA[desambiguação
necessária]. Só no ano de lançamento do filme, o
romance original vendeu 3 milhões de cópias.
Últimos anos
Em 1971, Agatha tornou-se dama do império britânico. O
último livro protagonizado por Hercule Poirot, Curtain (escrito nos anos 40), foi publicado em
Dezembro de 1975,
porque Agatha já não se sentia disposta a escrever. A autora veio a falecer 2 meses
depois, em 12 de Janeiro de 1976,
por conta de uma pneumonia.
Encontra-se sepultada em St Mary Churchyard, Cholsey, Oxfordshire na Inglaterra. Já o último livro de Miss Marple, Sleeping Murder (também
escrito nos anos 40) foi publicado em Outubro de 1976. O marido Max Mallowan
morreu em 1978.
FONTE: WIKIPÉDIA
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