quinta-feira, 22 de agosto de 2013

VERSOS E EPIGRAMAS

RECOLHIDOS POR LUIZ CARLOS FACÓ





Bahia, boa Bahia,
Grande berço hospitaleiro.
Hoje os filhos de outras terras
Em teu seio é forasteiro.

Será pois que a terra mater
Quer assim se tornar hostil?
O brasileiro é um só.
Vá pra puta que pariu.



Versos atribuídos a Silvio Valente. Tais versos contêm resposta aos artigos de Simões Filho, quando da campanha de Juracy Magalhães, ao Governo da Bahia, em 1950, nos quais o articulista chamava o candidato e seus seguidores de holandeses. 
 

Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n’alma
É germe – que faz a palma
É chuva – que faz o mar.

Castro Alves.



Ó mar salgado quanto do teu sal
São lagrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Por que fosse nosso ó mar!


Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa.



De Knut Hamsun, poeta e escritor norueguês, vencedor do premio Nobel de 1920:



Será hoje que verei, uma vez última
O homem, a terra, o sanguíneo crepúsculo?
Deixará meu coração de bater esta noite?
É o adeus a todas as coisas? que importa.
Nada termina com a morte.

Nascemos, morremos e tornamos a nascer,
Homens, vida terrestre, púrpura da aurora.
A morte é uma parada no abrigo do sono,
E a vida, um alvorecer continuamente renovado,
Por entre os mortos, despertaremos.


De origem popular:


Sino, coração de aldeia.
Coração, sino da gente.
Um a sentir quando bate,
O outro a bater quando sente.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Com pena peguei da pena,
Com pena de te escrever.
A pena caiu da mão,
Com pena de te esquecer.

¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨

Cabeça, cabeça,
Que desconsolo.
Por fora tanto cabelo,
Por dentro não tem miolo.









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