Alguém já observou, sabiamente, que para
se conhecer o verdadeiro caráter de uma pessoa basta dar-lhe poder. A
presidente da República, por exemplo, dona de conhecido caráter autoritário, a
cada dia mais se desnuda. Registra-se até que militares têm fugido, tanto
quanto possível, de fazer parte da equipe da segurança presidencial. São
descortesias sucessivas, proferidas com palavras incompatíveis com qualquer
pessoa minimamente civilizada, especialmente uma mulher, e ainda mais especialmente,
uma mulher que é a presidente do Brasil. Os auxiliares que com ela despacham,
aliás, costumam dizer, em tom de ironia, que se reúnem com a “lady”...
Enriquecendo o repertório presidencial,
a coluna “Cláudio Humberto” desta segunda-feira traz um novo fato, de uma
crueza chocante. Revela o jornalista que a presidente não demitiu antes o
ex-chanceler Antonio Patriota por achar que "todos (os diplomatas) são a
mesma coisa". Como a diplomacia — aqui por extensão de sentido — não é uma
das suas características mais marcantes, ela tratava os diplomatas com desdém
como ocorreu à tradutora que a acompanhou aos EUA. Foi um caso de antipatia á
primeira vista. Dilma Rousseff a detestou (vá ver que é uma mulher bonita) e
decidiu torná-la seu alvo de vingança do Itamaraty pela viagem irrelevante. É
quase inacreditável, mas a diplomata foi abandonada no aeroporto da Cidade do
Panamá, onde o avião presidencial fizera escala para reabastecimento na viagem
de volta.
Ocorre que os procedimentos demoraram
menos do que previsto, resultando que a tradutora, que havia desembarcado para
procurar uma farmácia, foi abandonada no Panamá, sem passaporte nem malas.
Mesmo ciente de que a diplomata não voltara, a presidente ordenou a decolagem,
mesmo à luz de ponderações dos seus assessores que a tradutora, sozinha,
sofreria o diabo no Panamá. "O problema é dela. Que se vire”, foi a seca
resposta.
A propósito, por que a presidente, tão
forte diante dos subordinados, não é forte também diante do senhor Luiz Inácio
da Silva, que interfere tão descerimoniosamente em seu governo?
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