sexta-feira, 20 de setembro de 2013

COMO FAZER COCADINHA DE LEITE PARA AGUENTAR A APORRINHAÇÃO DOS POLÍTICOS

Texto de Helô Sampaio

Eu agora dou risadas com este nosso noticiário político. Já me cansei de tentar levar este país a sério. Não dá. A novidade agora é deputado-presidiário. Adequado, diga-se de passagem.  Só que ele não devia estar sozinho na cela. Tem um bocado de coleguinhas na Câmara Federal que deveriam lhe fazer companhia. O mandato do cabra foi defendido pela Câmara dos ‘300 picaretas’, como dizia Lula. Muito dos picaretas hoje fazem parte do Governo. E eu que cheguei a acreditar no discurso dos ‘meninos’ do PT que atacavam a ‘direita’, que defendiam a Decência e a Moral. É que eu também acreditava em sacis, Papai Noel, e em virgens e puras – que nem a Perséfone da novela.

Acho que os deputados defenderam o presidiário já antevendo os dias que virão, e quem sabe, poderão estar na mesma situação. Preferiram salvar o Donadon para terem o próprio couro salvo, se amanhã for outro dia. Os ‘cabras’ votaram sabendo que o cara continuava preso, que não poderia andar livremente nas ruas, não poderia votar, mas poderia sair da penitenciária para fazer leis. Leis que até poderão livrar a vagabundagem de ir em ‘cana’. Fala sério!
Ainda bem que STF deu um ‘sapeca iaiá’ na galera, suspendendo a decisão. Depois que ganhara palmada na bundinha, resolveram revogar ontem, dia 3, outra molecagem: a tal de votação secreta. Vivemos num país democrático, com ampla liberdade de expressão, mas o Congresso faz votação secreta. Por medo de quê, qual é a alegação? Para não sofrer pressão do Excutivo? Não estamos mais numa ditadura. Deputado, bote a boca no trombone e denuncie a pressão. O nome disso é proteção para malandragem.
Eu sou tão ingênua que até acreditei que ‘a mulher do governo’ tinha boas intenções, que iria assumir compromisso com o povo brasileiro – e não apenas com o partido e o cara que a elegeu. Que nada! A cada dia, fico pasma, não acreditando nas barbaridades que acontecem e que ninguém toma providência. Temos agora a exportação de médicos.
Eu não sou contra a vinda de médicos da Bolívia, Peru, Cuba, Japão ou de onde vierem. Se nós não temos profissionais em número suficiente, ‘que vengam los toros’. E a agilidade com que as coisas foram resolvidas? Pode tudo em vésperas de eleição até trazer profissionais que chegarão sem nenhuma avaliação. É duro! Temos lei, ou não? Em tempos normais, exigem exames comprobatórios até de brasileiros que estudam fora. Agora, porteiras abertas!
E também, me responda, meu bonitinho: o que pode fazer um doutor de Cuba ou da Espanha, quando entra no hospital, atende ao primeiro das centenas de pacientes espalhados no corredor e pede um exame de Raio X, e o aparelho está quebrado ou não tem? O doutor faz o quê? Manda para outro lugar, onde haja aparelho. E chama então o outro paciente, que chega com um corte, um talho profundo.  Pena que não tem luva, fio para sutura, gaze...
O nosso sistema de saúde está falido. Os hospitais nos grandes centros – Itabuna, Ilhéus, Feira, Conquista – vivem entupidos porque, nos municípios vizinhos, o hospital não tem aparelhos, não tem material de limpeza, remédios, não tem nada. É a nossa realidade. Há poucos meses, a mulher do meu sobrinho teve complicação na gravidez, correu risco de vida – ela e a criança. O médico teve consciência das limitações locais, e recomendou a transferência para Salvador. Ela foi internada no Hospital José Maria de Magalhaes, um hospital-referencia, e hoje, ela e a neném Beatriz, estão ótimas. Mas, e quem não tem condições? Vira apenas um número a mais na estatística de natimortos. Alguém quer saber a dor que a gente passa?
Engarrafamentos quilométricos, assaltos, movimentos populares fechando vias. Somos massacrados por todo lado. Onde vai parar a incompetência do poder público? Me diga, minha bonitinha, o que é que eu, euzinha posso fazer pela comunidade do um vilarejo que pede melhorias? Eles fecham a rodovia, e a bonitinha aqui fica dentro do carro xingando e maldizendo a hora que votou nos ‘home’ que não fazem nada para resolver. É duro ficar parado por três, quatro horas. Ninguém merece!
Deixam a galera quebrar tudo, incendiar pneus, roubar e quebrar lojas, tudo em nome da democracia. E nós não podemos nem reclamar pois  logo nos chamam de ‘patricinhas’, que somos da ‘zelite’. Mas o que fazem é baderna! O Governo tem é que meter na cadeia os marginais de rosto coberto que ficam incitando a população para as molecagens. Ainda bem que Otto Alencar – depois que soube de mortes em engarrafamentos – está tomando providências para impedir esses absurdos. Qualquer ‘dois gatos pingados’ fecham a cidade. Quer protestar, neguinho, vai acampar na prefeitura, na casa do prefeito, dos vereadores e deputados, ou faça greve de fome. Não pode é sair incendiando, roubando e danificando empresas que não tem nada a ver, e perturbando a nossa vida, nosso trabalho.
Ligo para ‘chorar pitangas’ com minha amiga Iracema Dias, que neste último sábado, passou três horas parada no transito por causa de um evento religioso no Parque de Exposições. Eu a esperava para o almoço e ela chegou para o jantar. Ainda bem que Cris tinha preparado umas cocadinhas de leite para ela e eu me diverti comendo quase todas. Nada como uma coisinha doce e gostosa para passar a raiva (e não era eu que estava no engarrafamento). Mas agora, minha lindinha, vamos preparar esta cocadinha, para esquecer engarrafamentos, e ganhar uns graminhas a mais em gostosura.   
Cocadinha de leite de Cris
Ingredientes:
--
 Um coco grande ralado
-- Um quilo de açúcar
-- 200g de leite em pó
Modo de preparar:
-- Colocar tudo em uma panela e levar ao fogo até que solte do fundo da panela
Simples assim. E muito saborosa. Dá para superar as aporrinhações. Experimente!

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