quinta-feira, 26 de setembro de 2013

DESIRÉE. O AMOR DE NAPOLEÃO

Série: Mulheres que fizeram e fazem História

DESIDÉRIA CLARY


 

Désirée Clary, por Robert Lefèvre.

Desidéria Clary ou Désirée Clary (Marselha8 ou 9 de novembro de 1777 — Estocolmo17 de
dezembro de 1860), foi a esposa de Carlos XIV João da Suécia e Noruega, coroada em 1829 como Desidéria da Suécia e Noruega (em suecoDesideria av Sverige och Norge; em norueguêsDesideria av Sverige og Noreg). É também conhecida por ter sido noiva de Napoleão Bonaparte, em 1795.
Nascida Bernardine Eugénie Désirée Clary em Marselha, França, era filha de um rico produtor e comerciante de seda, François Clary (1725-1794), segundo escabino da cidade de Marselha, e de sua segunda mulher, Françoise Rose Somis (1737-1815), filha do piemontês Giuseppe Ignazio, cavaleiro de São Luís. Sua irmã mais velha, Júlia, casou-se com José Bonaparte, tornando-se mais tarde rainha de Nápoles e Espanha.
Désirée recebeu a típica educação das filhas de famílias abastadas da França pré-revolucionária. Quando menina foi enviada a uma escola de freiras. Porém, com a Revolução, os conventos foram fechados e Désirée, aos onze anos de idade, deixou a escola, voltando a viver com sua família. Em 1794, seu pai faleceu. O irmão, Nicolau, acabou sendo preso pelo governo revolucionário - libertado mais tarde graças à intervenção de José Bonaparte, que, pouco depois, em julho de 1794, casar-se-ia com a irmã de Désirée.
Désirée foi apresentada a Napoleão em 1794, e ficaram noivos em 21 de abril de 1795. O noivado foi rompido poucos meses depois, em agosto, quando Napoleão foi transferido para Paris e se deu conta de que com as suas ambições e a situação política do momento, o casamento com uma "provinciana" não seria oportuno. A jovem viveu com sua mãe em GênovaItália até 1797, quando se mudou para Roma, passando a viver na casa de sua irmã Júlia e do cunhado José, embaixador da França na Itália. Por pouco tempo, foi noiva do general francês Léonard Duphot, assassinado durante um motim em Roma, às vésperas do casamento, em dezembro de 1797.
Madame Bernadotte                                               
A coroação de Josefina de Beauharnais, em dezembro de 1804.
Após seu retorno à França, Désirée conheceu seu futuro marido, o marechal da França Jean-Baptiste Bernadotte (depois Carlos XIV João). Eles se casaram em agosto de 1798, em Sceaux. Tiveram um filho no ano seguinte, o futuro Óscar I, mas passaram a ter vidas separadas desde o nascimento do menino. Desirée já havia conseguido independência financeira.
Um general ocupado do exército napoleônico, Bernadotte ficava constantemente ausente de sua residência em Paris. Désirée mantinha um bom relacionamento com os membros da família Bonaparte, entre eles a imperatriz Josefina. Negava-se a tomar partido nos conflitos entre Josefina e os irmãos de Napoleão.
Tanto Bernadotte como Bonaparte usavam Désirée, que não tinha interesse em política, como mensageira para se comunicar com outras pessoas: suas boas relações eram sua principal influência.
Désirée esteve presente na cerimônia de coroação de 1804, segurando as longas vestes de Josefina. Mais tarde diria que ajudara Josefina quando a irmã desta, também segurando as vestes, tentou fazer a imperatriz perder o equilíbrio.
Madame Bernadotte teve uma vida confortável em Paris, embora preferisse a vida informal em família à corte imperial. Manteve uma ligação, possivelmente amorosa, com o político francês, de origem corsaAnge Chiappe.
Entre 1804 e 1805, Bernadotte foi feito governador de Hanôver, e Désirée e seu filho mudaram-se para Hamburgo, regressando logo depois à sua amada Paris. Quando ele foi titulado príncipe de Pontecorvoem 1806, Désirée, para sua felicidade, não foi obrigada a deixar Paris. No ano seguinte, ela visitou seu marido em Spandau.
Princesa herdeira da Suécia


Desidéria em 1810, por François Gérard.
Em 21 de Agosto de 1810, Bernadotte foi eleito príncipe herdeiro Sueca. Désirée pensou, inicialmente, que isso fosse similar à posição de príncipe de Pontecorvo, mas ficou triste ao saber que, daquela vez, teria que deixar Paris.
É dito que, quando visitou o país, ela foi tratada com certo esnobismo pela corte, especialmente pela rainha Carlota de Holstein-Gottorp, embora a rainha-viúva Sofia Madalena tivesse sido gentil. O clima também foi um choque para Clary: havia chegado justamente no inverno e, como detestava a neve, chorou. Ela jamais tinha desejado se tornar rainha nem ficar longe de sua família.
Deixou a Suécia no ano seguinte, oficialmente por motivos de saúde, mas seu marido e filho permaneceram. Em Paris, levou uma vida anônima, evitando envolver-se na política durante o período difícil em que a França esteve em guerra com a Suécia. Sua casa era observada pela polícia secreta e sua correspondência, censurada. Quando Napoleão foi derrotado em 1814, sua irmã Júlia refugiou-se em sua casa. Bernadotte visitou-a em Paris, mas retornou sem ela.
Na corte de Luís XVIII, ela era ridicularizada pela maioria dos nobres. Em 1817, o conde de Montrichard foi empregado por seu marido como espião, para relatar a ele tudo que ocorresse na casa de Désirée e que pudesse afetá-lo.
Rainha

Desidéria em 1822.
Em 1818, seu marido tornou-se rei, mas ela continuou estabelecida em Paris, oficialmente por causa de sua saúde, que se tornou matéria para jornais parisienses. Carlos XIV João tinha como amante na Suécia a dama de companhia Mariana Koskull. Désirée fazia recepções em Paris como rainha da Suécia nas terças e domingos, embora ainda usasse o título de "condessa de Gotland".
Apaixonou-se então pelo primeiro-ministro francês, o duque de Richelieu, seguindo-o em suas viagens até sua morte em 1822. Neste mesmo ano, encontrou-se com seu filho em Aachen.
Em 1823, retornou à Suécia ao lado da noiva de seu filho, Josefina de Leuchtenberg, para uma visita rápida. No dia 21 de agosto de 1829, a seu pedido, ela foi coroada rainha. Ela queria ter sido coroada também na Noruega, mas o povo norueguês considerou isso impossível por causa de sua religião (católica). Assim, foi a primeira plebéiaa se tornar rainha desde Karin Månsdotter, consorte de Érico XIV, em 1568.
A década de 1830, em que Désirée deu seu melhor para se tornar uma rainha ativa, foi descrita como um tempo de bailes e festas. Jamais se tornou popular entre seus súditos, não tendo aprendido a falar sueco. Há mesmo muitas anedotas sobre suas tentativas de falar o idioma. Seus empregados particulares eram, de fato, franceses.
Passava os verões no Palácio de Drottningholm, do qual seu marido não gostava, e no Palácio de Rosersberg, visitando com frequência os spas suecos. Logo cansou de sua condição de rainha, desejando voltar a Paris, o que seu marido não permitiu. Costumava deitar-se tarde e acordar tarde. A nobreza sueca não via com bons olhos suas maneiras informais.
Viuvez e morte
Em 1844, Désirée ficou viúva. Em 1853, desejou voltar a Paris, mas seu medo de viajar pelo mar tornou impossível seu plano. Passou a ficar cada vez mais excêntrica: deitava-se de manhã, levantava-se ao anoitecer, tinha o café da manhã à noite e saía de carruagem pelas ruas ou pelo pátio; andava pelos corredores silenciosos do palácio com uma vela.
No último dia de sua vida, chegou à Real Ópera da Suécia quando o drama já havia terminado.
NR/ Da sua vida romanesca fotam feitos dois filmes, ambos estrondosos sucessos de bilheterias.
Fonte: WIKIPÉDIA

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