Alegoria da fé,
por L.S. Carmona(1752–53). O véu simboliza a
impossibilidade de conhecer diretamente as evidências.
Fé (do Latim fides, fidelidade
e do Grego πίστη pistia ) é a firme opinião de que algo é verdade, sem qualquer tipo de prova
ou critério objetivo de verificação, pela absoluta confiança que depositamos nesta ideia ou fonte de transmissão.
A fé acompanha absoluta abstinência à dúvida pelo antagonismo
inerente à natureza destes fenômenos psicológicos e lógica conceitual. Ou seja,
é impossível duvidar e ter fé ao mesmo tempo. A expressão se relaciona
semanticamente com os verbos crer, acreditar, confiar e apostar,
embora estes três últimos não necessariamente exprimam o sentimento de fé,
posto que possam embutir dúvida parcial como reconhecimento de um possível
engano. A relação da fé com os outros verbos, consiste em
nutrir um sentimento de afeição, ou até mesmo amor, por uma hipótese a qual se acredita,
ou confia, ou aposta ser verdade. Portanto se uma
pessoa acredita, confia ou aposta em
algo, não significa necessariamente que ela tenha fé. Diante dessas
considerações, embora não se observe oposição entre crença e racionalidade,
como muitos parecem pensar, deve-se atentar para o fato de que tal oposição é
real no caso da fé, principalmente no que diz respeito às suas implicações no
processo de aquisição de conhecimento, que pode ser resumidas à oposição direta à dúvida e ao importante papel
que essa última desempenha na aprendizagem.
É possível nutrir um sentimento de fé em relação a uma pessoa, um objeto inanimado, uma ideologia, um pensamento filosófico, um sistema qualquer, um
conjunto de regras, um paradigma popular social e
historicamente instituído, uma base de propostas ou dogmas de uma determinada religião. Tal sentimento não se
sustenta em evidências, provas ou entendimento racional (ainda que este último
critério seja amplamente discutido dentro da epistemologia e possa se refletir emsofismos ou falácias que o justifiquem de
modo ilusório) e, portanto, alegações baseadas em fé não são reconhecidas
pela comunidade científica como parâmetro legítimo de reconhecimento ou
avaliação da verdade de um postulado. É geralmente associada a experiências pessoais e
herança cultural podendo ser compartilhada com outros através de relatos,
principalmente (mas não exclusivamente) no contexto religioso, e usada
frequentemente como justificativa para a própria crença em que se tem fé, o que
caracteriza raciocínio circular.
A fé se manifesta de várias maneiras e pode estar vinculada a questões
emocionais (tais como reconforto em momentos de aflição desprovidos de sinais
de futura melhora, relacionando-se com esperança) e a motivos considerados moralmente nobres ou estritamente pessoais e
egoístas. Pode estar direcionada a alguma razão específica (que a justifique)
ou mesmo existir sem razão definida. E, como mencionado anteriormente, também
não carece absolutamente de qualquer tipo de argumento
racional.
A expressão fé pode assumir diferentes conotações que
se afastam parcialmente do significado original a depender do contexto quando
empregadas pelo discurso coloquial ou técnico, como por exemplo, o legislativo:
Garantir, por encargo legal, a verdade ou a autenticidade do texto de um
documento ou de um relato, de uma assinatura, etc.
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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