A palavra minimalismo se
refere a uma série de movimentos artísticos, culturais e científicos que percorreram diversos momentos do
século XX e preocuparam-se em fazer uso de poucos elementos fundamentais como
base de expressão. Os movimentos minimalistas tiveram grande influência
nas artes visuais, no design,
namúsica e
na própria tecnologia. O termo pode ser usado para descrever as peças
de Samuel Beckett, os filmes de Robert Bresson,
os contos de Raymond Carver, os projetos automobilísticos de Colin Chapman e
até mesmo a linha teórica adotada pela gramática gerativa desde o fim do século XX.
O
minimalismo nas artes plásticas surge após o ápice do expressionismo abstrato
nos Estados Unidos, movimento esse que marcou a mudança do eixo artístico
mundial da Europa para os Estados Unidos. Contrapondo-se a esse movimento, o
minimalismo procurava através da redução formal e da produção de objetos em
série, que se transmitisse ao observador uma percepção fenomenológica nova do
ambiente onde se inseriam. Exemplo desse projeto estaria nas obras de Dan Flavin,
que através de tubos luminosos modifica o ambiente da galeria.
O
caráter geométrico demonstra forte influência construtivista, e a limpeza
formal influência de Brancusi, mas o intuito dos artistas minimalistas difere
radicalmente de ambos os casos. Primeiramente por negar a arte cartesiana
européia, para esse viés fenomenólogo que assume, depois por quebrar as
barreiras até então presentes entre pintura e escultura.
Literatura minimalista
A literatura minimalista é caracterizada pela economia de palavras. Os autores
minimalistas evitam advérbios e preferem sugerir contextos a ditar significados. Espera-se dos
leitores uma participação ativa na criação da história, pois eles devem
“escolher um lado” baseados em dicas e insinuações, ao invés de representações
diretas. Os personagens de histórias minimalistas tendem a ser banais, comuns,
inexpressivas, nunca famosos detetives ou ricos fabulosos. Geralmente, as
histórias são pedaços da vida.
A raiz da literatura minimalista americana é o trabalho de Ernest
Hemingway,
e um dos melhores exemplos desse estilo é o seu "Hills Like White
Elephants". Como Hemingway nunca descreve a entonação que a personagem
assume quando fala, o leitor é forçado a interpretá-la baseado na resposta. Além
disso, apesar da paisagem ser parte integrante de uma história, ela nunca é
explicitada no minimalismo.
O nome mais associado a literatura minimalista, entretanto, é o do
norte-americano Raymond
Carver.
Em contos de pouquíssimas linhas o autor procura captar a vida através de
ângulos e personagens simples, inesperadamente transformados em figuras e fatos
insólitos, misteriosos, mentirosos.
No Brasil tem crescido muito a produção de minicontos (ou
microcontos), gênero associado ao minimalismo. Nesse sentido a obra Ah, é?, publicada por Dalton
Trevisan em 1994, é
considerada obra-prima do estilo minimalista.
Em 2004 o escritor Marcelino Freire resolve radicalizar e lança o
livro Os Cem Menores Contos
Brasileiros do Século, em que convida cem autores para escrever histórias
de até 50 letras (sem contar título e pontuação). No ano seguinte, a Editora Casa Verde leva a idéia
para o Rio Grande do
Sul,
lança o Contos de Bolso, e
desta obra surge o que talvez seja o menor conto já produzido em Língua
Portuguesa, de Luís Dill: Aventura Nasceu.
Seguindo essa tendência, vários escritores de literatura
minimalista foram surgindo, entre eles Edson Rossatto, Carlos Seabra, Tiago Moralles e Samir Mesquita.
Ainda com referência a esse estado, o "Estórias Curtas",
programa de cerca de 20 minutos exibido pela RBS TV, é outro bom exemplo de
minimalismo incorporado a filmes de curta-metragem.
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