Ali Babá de Maxfield
Parrish (1909).
Ali
Babá (em árabe: علي بابا) é uma personagem fictícia baseada na Arábia pré-islâmica. O conto está descrito nas aventuras de Ali Babá e os Quarenta
Ladrões, que faz parte do Livro das
Mil e Uma Noites ou
(Noites na Arábia). Alguns críticos acreditam que esta história tenha
sido adicionada ao Livro das Mil e Uma Noites por um dos seus
transcritores europeus, Antoine Galland,
que foi um orientalista francês do século XVIII que talvez a tenha ouvido,
de um contador de histórias árabe de Alepo. No entanto, Richard F.
Burton garantiu que o conto faz
parte do original Livro das Mil e Uma Noites.
Cena
do filme Ali Babá..., disponível no You Tube
O conto
Ali
Babá, um pobre lenhador árabe, esbarra com o tesouro de um grupo de quarenta
ladrões, na floresta onde ele está cortando árvores. O tesouro dos ladrões está
numa caverna, que é aberta por magia. A gruta abre-se usando-se a expressão
"Abre, ó Simsim" (geralmente escrito como "Abre-te Sésamo",
em português), e fecha-se com as palavras "Fecha, ó Simsim"
("Fecha-te Sésamo"). Quando os ladrões saem, Ali Babá entra na
caverna, e leva parte do tesouro para casa.
O
irmão rico de Ali Babá, Cassim, questiona o seu irmão sobre a sua inesperada
riqueza, e Ali Babá conta-lhe tudo sobre a gruta. Cassim vai até a gruta para
tirar mais uma parte do tesouro, mas na sua ganância esquece as palavras
mágicas para abrir a caverna e os ladrões acabam por encontrá-lo lá e matam-no.
Como seu irmão não volta, Ali Babá vai à gruta com o fim de o procurar.
Encontra o corpo e tira-o da gruta, mas não o leva para casa. Com a ajuda
de Morgiana, uma astuta escrava da família de Cassim, ele
faz um bom enterro a Cassim sem suscitar quaisquer suspeitas sobre a causa da
sua morte.
Os
ladrões, quando não encontram o corpo, concluem que alguém sabe dos seus
segredos e saem a busca de uma pista. Nas primeiras vezes os ladrões são
enganados por Morgiana (que agora já é membro da família de Ali Babá), mas
acabam localizando a sua casa.
Então,
um dos ladrões finge ser um comerciante de óleo que necessita da hospitalidade
de Ali Babá. Traz consigo mulas carregadas com trinta e oito jarros de óleos,
sendo que apenas um estava com óleo enquanto que os outros trinta e sete
escondiam os outros ladrões (dois membros já tinham desaparecido, quando
enviados para encontrar a casa e, por não a terem encontrado, foram mortos). Os
ladrões planejam matar Ali Babá enquanto ele dorme. No entanto, Morgiana
descobre-os novamente e os trinta e sete ladrões são mortos, nos jarros onde se
escondiam, quando neles se verteu óleo fervente. Descobrindo que todos os seus
homens já estão mortos, o chefe dos ladrões fugiu.
Para
se vingar, o chefe dos ladrões estabelece-se como comerciante e finge-se de
amigo do filho de Ali Babá (que agora está a cargo da empresa do falecido
Cassim). Logo é convidado para jantar à casa de Ali Babá. O ladrão é
reconhecido por Morgiana, que demonstra uma dança com um punhal e termina por
espetá-lo no coração do ladrão, num momento em que ele está desprevenido. A
princípio, Ali Babá fica irritado com Morgiana, mas quando descobre que o
ladrão o queria matar, ele concede a liberdade a Morgiana e ela casa-se com o
filho de Ali Babá. Assim, a história termina feliz para todos, exceto para os
quarenta ladrões e para Cassim.
Origem histórica do conto
A
história tem a sua origem na saga do rei Ali Babá do Sudão, (habitava perto de Port Sudan).
Aquele rei recusou-se a pagar os impostos a Al-Mutawakkil,
o décimo califa legatário
de Bagdá.
O rei rebelde selou todo o ouro nas montanhas e impediu os funcionários de irem
à região do Mar Vermelho. Bagdá enviou o seu exército para manter o seu poder sobre a
comercialização do ouro do mundo islâmico (acredita-se que o Sudão fornecia
mais de sessenta por cento do ouro aos Abássidas na época pré-cruzadas) e, em
cinco anos, a rebelião foi esmagada. Ali Babá, levado a Bagdá, transportou todo
o ouro escondido por seus homens para o legatário. Uma exibição pública do
grande tesouro e do rei derrotado passou em todas as cidades importantes no
caminho até a capital Samarra,
criando o mito da caverna e da lenda dos quarenta ladrões. No final, foi
concedida anistia a Ali Babá em Samarra e, ao seu retorno, ele deu o ouro aos
necessitados, em todas as principais cidades, ao longo da estrada, como um bom
sinal aos muçulmanos contra quem ele lutou.
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