sábado, 19 de outubro de 2013

ALI BABÁ E OS QUARENTA LADRÕES

Ali Babá de Maxfield Parrish (1909).


Ali Babá (em árabeعلي بابا) é uma personagem fictícia baseada na Arábia pré-islâmica. O conto está descrito nas aventuras de Ali Babá e os Quarenta Ladrões, que faz parte do Livro das Mil e Uma Noites ou (Noites na Arábia). Alguns críticos acreditam que esta história tenha sido adicionada ao Livro das Mil e Uma Noites por um dos seus transcritores europeus, Antoine Galland, que foi um orientalista francês do século XVIII que talvez a tenha ouvido, de um contador de histórias árabe de Alepo. No entanto, Richard F. Burton garantiu que o conto faz parte do original Livro das Mil e Uma Noites.
Cena do filme Ali Babá..., disponível no You Tube
O conto
Ali Babá, um pobre lenhador árabe, esbarra com o tesouro de um grupo de quarenta ladrões, na floresta onde ele está cortando árvores. O tesouro dos ladrões está numa caverna, que é aberta por magia. A gruta abre-se usando-se a expressão "Abre, ó Simsim" (geralmente escrito como "Abre-te Sésamo", em português), e fecha-se com as palavras "Fecha, ó Simsim" ("Fecha-te Sésamo"). Quando os ladrões saem, Ali Babá entra na caverna, e leva parte do tesouro para casa.
O irmão rico de Ali Babá, Cassim, questiona o seu irmão sobre a sua inesperada riqueza, e Ali Babá conta-lhe tudo sobre a gruta. Cassim vai até a gruta para tirar mais uma parte do tesouro, mas na sua ganância esquece as palavras mágicas para abrir a caverna e os ladrões acabam por encontrá-lo lá e matam-no. Como seu irmão não volta, Ali Babá vai à gruta com o fim de o procurar. Encontra o corpo e tira-o da gruta, mas não o leva para casa. Com a ajuda de Morgiana, uma astuta escrava da família de Cassim, ele faz um bom enterro a Cassim sem suscitar quaisquer suspeitas sobre a causa da sua morte.
Os ladrões, quando não encontram o corpo, concluem que alguém sabe dos seus segredos e saem a busca de uma pista. Nas primeiras vezes os ladrões são enganados por Morgiana (que agora já é membro da família de Ali Babá), mas acabam localizando a sua casa.
Então, um dos ladrões finge ser um comerciante de óleo que necessita da hospitalidade de Ali Babá. Traz consigo mulas carregadas com trinta e oito jarros de óleos, sendo que apenas um estava com óleo enquanto que os outros trinta e sete escondiam os outros ladrões (dois membros já tinham desaparecido, quando enviados para encontrar a casa e, por não a terem encontrado, foram mortos). Os ladrões planejam matar Ali Babá enquanto ele dorme. No entanto, Morgiana descobre-os novamente e os trinta e sete ladrões são mortos, nos jarros onde se escondiam, quando neles se verteu óleo fervente. Descobrindo que todos os seus homens já estão mortos, o chefe dos ladrões fugiu.
Para se vingar, o chefe dos ladrões estabelece-se como comerciante e finge-se de amigo do filho de Ali Babá (que agora está a cargo da empresa do falecido Cassim). Logo é convidado para jantar à casa de Ali Babá. O ladrão é reconhecido por Morgiana, que demonstra uma dança com um punhal e termina por espetá-lo no coração do ladrão, num momento em que ele está desprevenido. A princípio, Ali Babá fica irritado com Morgiana, mas quando descobre que o ladrão o queria matar, ele concede a liberdade a Morgiana e ela casa-se com o filho de Ali Babá. Assim, a história termina feliz para todos, exceto para os quarenta ladrões e para Cassim.
Origem histórica do conto
A história tem a sua origem na saga do rei Ali Babá do Sudão, (habitava perto de Port Sudan). Aquele rei recusou-se a pagar os impostos a Al-Mutawakkil, o décimo califa legatário de Bagdá. O rei rebelde selou todo o ouro nas montanhas e impediu os funcionários de irem à região do Mar Vermelho. Bagdá enviou o seu exército para manter o seu poder sobre a comercialização do ouro do mundo islâmico (acredita-se que o Sudão fornecia mais de sessenta por cento do ouro aos Abássidas na época pré-cruzadas) e, em cinco anos, a rebelião foi esmagada. Ali Babá, levado a Bagdá, transportou todo o ouro escondido por seus homens para o legatário. Uma exibição pública do grande tesouro e do rei derrotado passou em todas as cidades importantes no caminho até a capital Samarra, criando o mito da caverna e da lenda dos quarenta ladrões. No final, foi concedida anistia a Ali Babá em Samarra e, ao seu retorno, ele deu o ouro aos necessitados, em todas as principais cidades, ao longo da estrada, como um bom sinal aos muçulmanos contra quem ele lutou.


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