Casa-grande era a casa
do senhorio nas grandes propriedades rurais do Brasil colonial. Inicialmente, o termo não era utilizado para designar toda a residência
— chamadas casas de morada ou casas de vivenda —
apenas a principal varanda da casa, tendo por catacrese passado a denominar toda
ela.1 Além
disso, tal nome é utilizado ainda para designar o centro da forma de vida patriarcal do sistema colonial no Brasil, pois todos estavam ligados a ela e
a senzala funcionava como um complemento político, econômico e social seu.
No início da colonização ficavam muito próximas dos engenhos, das senzalas, das casas de
farinha e das demais construções por medidas de segurança contra ataques
indígenas.2 Só
mais tarde, no século XIX, se tornariam maiores e mais luxuosas. Esse aspecto militar é perdido
ao longo dos séculos XVII e XVIII, mas a proximidade entre as construções é
mantida, o que teria diferenciado a colonização brasileira, pois a própria
arquitetura aproximava os ricos e pobres; todos os tipos de pessoa.2
Eram geralmente construídas com paredes de taipa, pedra, cal, teto de palha, sapê ou telhas, piso de terra batida ou assoalho e
poucas portas e janelas, mas muitas varandas e alpendres. Durante a maior parte do
período colonial o mobiliário utilizado era pouca: redes e colchões para dormir, tamboretes para sentar.2 Os utensílios da cozinha incluíam cerâmica indígena, poucos
talheres e alguns objetos deestanho, prata e vidro. Preferia-se
demonstrar a riqueza através do número de escravos ou das vestimentas.2 Apenas no final do século XVIII e ao longo do século XIX com
a vinda da corte portuguesa para o Brasil, passou-se a despender mais
recursos com ornatos e objetos.
Estudando a sociedade colonial, Gilberto Freyre nomeou um livro seu de Casa-Grande & Senzala, publicado em 1933 após
exaustiva pesquisa em arquivos nacionais e estrangeiros.
Casa do Camuciatá, construída pelo Barão de Jeremoabo - Itapicurú-BA
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