O TABARIS NIGHT CLUB DE
PRISCAS ERAS (1960) - Ao lado do cine Guarany
O TABARIS APRESENTA:
Jamelão
e
Angela
Maria
Durante a década de 60, muitos artistas
continuaram indo aoTabaris só para curtir. É o caso de Jamelão - "Um
bregueiro de primeira", afirma Grumberg - e Ângela Maria, ambos já
consagrados na época. Sobre Ângela, o radialista narra um episódio que integra
o rol de "causos" do cabaré. Naquela época, a cantora vinha com frequência
a Salvador para participar de um programa da TV Itapoan patrocinado por uma
marca de linhas de costura. "Quando dava tempo, ela, que era boêmia, vinha
ao Tabaris", relata. Numa dessas noitadas, um valentão
conhecido como Dilsão, famoso por suas brigas e pelo corpo avantajado que
possuía, disse alguma liberdade no ouvido da cantora. "Rapaz, ela enfiou a
mão na cara dele com vontade, um tapão daqueles! Aí, veio o pessoal do deixa
disso e acabou com o negócio", conclui.
Mas as principais figuras do Tabaris de então eram de fato a prata da casa. Em especial, os dançarinos Vadinho Telecoteco e AE (Aeraldo, seu eterno parceiro), capazes de eletrizar a pista com seus passos suingados e precisos; a rumbeira Jambo do Norte, uma morena "cabo verde" que fazia os homens delirar; e a cantora Elisabeth Silva, que se tornou mais conhecida pelo pseudônimo, Elisabeth Al di Lá.
Ao longo de quase uma década, a
regência da gandaia no cabaré ficou a cargo do novo proprietário. Desde que
assumira a direção do lugar, em 1960, Sandoval Caldas imprimiu seu estilo de fazer a noite. Moreno claro,
cabelos encaracolados, de baixa estatura, o que evidenciava seu tórax
atarracado, Sandoval é um daqueles personagens lendários da galeria dos
boêmios, um clube repleto de histórias insólitas, muitas das quais difíceis de
serem provadas.
O que se sabe com certeza a seu
respeito é que ele era o mais novo mestre-de-cerimônias de uma festa que durava
há cerca de três décadas e que insistia em continuar. "Sandoval era o rei da noite aqui em Salvador naquele
tempo", destaca o estilista e apresentador de televisão Di Paula, que
também deu suas circuladas pelo cabaré e chegou a apresentar alguns espetáculos
de humor e variedades na casa.
Misto de cantor, empresário e showman,
sempre encalacrado em trajes cheios de extravagância, Sandoval abria a noite no cabaré usando o mesmo bordão
criado por Príncipe Mário, mas omitindo a frase final: "Boate Tabaris, aqui o show começa quando você chega".
"Ele era uma figuraça. Canastrão, cheio de pose, ficava mais ainda quando
estava cantando, gostava de falar pelos cotovelos, tomava todas", descreve
Grumberg. Foi de Sandoval a
ideia de apimentar a noite na casa, trazendo algo que era novidade no circuito
da boemia e acrescentando um fôlego a mais para o cabaré, que já apresentava
sinais bem evidentes de declínio.
Sandoval resolveu intercalar os shows e apresentações de variedades com performances de strip-tease. "A platéia ficava enlouquecida com as mulheres nuas. Isso acabou se tornando o ponto alto na fase decadente do Tabaris", conta o diretor de teatro Manoel Lopes Pontes, freguês da casa nos anos 60. Sandoval também abriu espaço para shows de transformistas. Um deles, Carlan, é também personagem dos anais do Tabaris por suas imitações vocais e corporais de Dalva de Oliveira.
Os shows do Tabaris, sob a batuta de Sandoval, começavam por volta das 2h da madrugada...
Eu comecei a frequentar a noite já na geração seguinte, anos 70, e conheci o salão de dança Sandoval Rei da Noite na Pituba, queria mais informações sobre essa época,passei uma década fora de Salvador e qdo voltei soube que não existia mais e que Sandoval estava no famoso Varandá. Informação tb do Moenda, Roda Viva Samburá News Fred's
ResponderExcluirJuvená e tantos outros daquela época como curiosidade.