Por Conrado Matos
O projeto que trata a respeito da
multa que deve ser aplicada a quem joga lixos nas ruas é bem vindo, pois, a
limpeza e aparência da nossa cidade devem ser preservadas. Espero que essa
medida venha um dia a ser
aplicada a qualquer um que joga pela janela do
veículo, latinha de refrigerante, casca de amendoim, de tangerina, e outras
migalhas mais. Até mesmo, se estendendo aos que transam nas ruas e jogam
preservativos no chão. Lugar para transar é entre quatro paredes, dentro de
casa, no motel, ou lá na “casa da mãe”. Já chega de tantos lixos espalhados nas
ruas de Salvador.
Às vezes, quando ocorre um defeito em
meu veículo, preciso tomar um ônibus para comprar a peça que foi danificada,
numa dessas casas de autopeças da Baixa de Quintas. Durante o decorrer da minha
viagem no transporte coletivo, percebo a tamanha falta de educação de algumas
pessoas que, quando acaba de chupar um picolé, joga pela janela do ônibus o
palito, ou quando mesmo, pega o palitinho do picolé e enfia atrás da poltrona,
para simplesmente, justificar que não jogou no chão. Que coisa feia! Vejo
muitos maus educados fazerem isso sempre, quando raramente tomo um coletivo,
além dos espirros e tosses que espalham chuviscos por todos os lados. Certo
dia, dentro de um coletivo, eu levei uma dessas chuvaradas de uma espirrada,
bem por trás da minha nuca, que me deu vontade até de passar criolina por trás
do meu pescoço. É um absurdo viver com tanta gente mal educada.
Outra coisa, que acho que deve
melhorar em Salvador é quanto ao uso daquelas lixeirinhas que ficam na rua, que
tenho observado que são poucas e, fica a desejar. A não ser, que estou cego dos
olhos.
Às vezes, quando tenho que saborear um
bombom no meio da rua, preciso colocar a embalagem usada dentro de qualquer dos
meus bolsos da minha roupa, por não encontrar nem sempre uma lixeirinha no meio
da rua, encostada em um desses postes.
Não gosto de jogar nada no chão e,
muitas vezes coloco bolinha de papel no bolso de minha camisa, até encontrar a
lixeira mais próxima, mas, nem sempre a encontro. Quando chego, em casa, jogo
as embalagens dos queimados na lixeira. Tudo porque não encontrei uma lixeira
na rua.
Acho que deve rever a falta dessas
lixeiras em determinadas áreas de Salvador, ampliando o seu número. Agora,
lembrando que, as lixeirinhas são para colocar pequenos resíduos de lixos. Tem
gente que quando se depara com uma dessas lixeiras na rua, quer jogar grandes
montes de lixos. Se possível, até o colchão velho de casa, que pertenceu ao
tataravô.
É preciso que o cidadão tenha
interesse de colaborar, seja educado e consciente dos seus atos, e não faça
dessas lixeiras um contêiner para jogar seus lixos. Conversa de que lugar de
porco é no chiqueiro, já acabou há muito tempo. Já tem gente que cria porco até
dentro de casa, perfumado com talco, e tudo mais.
Agora, volto a lembrar da cidade de
Nossa Senhora de Lourdes, em Sergipe, onde vivi quando era menino. Lembro-me
dos balões e penicos que eram lançados na madrugada, por cima das cercas dos
quintais dos moradores da Rua da Poeira. Os moradores da Rua da Poeira eram
danados para dar uma barrigada durante a noite e, como não tinha ainda uma
infraestrutura preparada para uma rede de esgoto nessa cidade pobre do sertão
sergipano, a não ser, as fossas, e que, muitos não tinham condições de fazer
uma, os maus educados aproveitavam para fazer cocô no mato, ou jogar balões e
bacios cheios de bombas atômicas em seus quintais, ou até mesmo, nos quintais
dos vizinhos.
Hoje, é claro, isso não deve, talvez,
ocorrer mais. Porém, às vezes, tem gente que ainda persiste nessas coisas
feias, como defecar na rua. E, se andarmos logo cedo em alguns pontos de
Salvador, podemos nos deparar de surpresa no meio da rua diante de uma montanha
dessas bombas atômicas, além do mau cheiro das urinas de alguns mal educados,
que ocorrem principalmente, nos finais de semana, depois de uma cervejada mal
tomada.
Lembro que, meu avô, além de lavrador,
era um guarda da cidade de Nossa Senhora de Lourdes e, às vezes, costumava circular
pela cidade durante as madrugadas. Certo dia, meu avô se deparou com Zé
Gaxirote, fazendo cocô em plena noite de lua iluminada, na Rua da Poeira. Zé é
chamado atenção no ato pelo meu avô, que o obriga apanhar todo o cocô do chão.
Nem pra Zé ter a ideia de cobrir com a areia da rua, como faz o meu gato-preto
de estimação da minha casa, “o gato aquiles”, que usa dentro de casa uma areia
higiênica para cobrir suas fezes. Às vezes, tem animal que dá exemplo a muita
gente.
Nessa época, o meu avô tinha a mania
de colocar nomes engraçados nas ruas dessa cidade, de acordo com o costume e
hábito dos moradores. Lembro que, a Rua da Poeira, era porque a poeira invadia
as narinas de qualquer ser vivo, quando vinha uma forte ventania. Além do mais,
as pessoas que residiam nessa rua, tinham a mania de jogar os tais penicos
cheios de cocô e urina, inclusive, para a Rua do Penico, que ficou conhecida
como “Rua do Penico”, por ser bombardeada durante as noites, pelo mau cheiro
dos gases perturbadores que, às vezes, servia até de despertador para quem
acordava debaixo de tanto fedor. Existia, também, a Rua do Galo Assanhado, que
ficava bem perto do cemitério que, com a poluição sonora, acordava até as
almas. E, no esfrega-esfrega, as pessoas iam até amanhecer o dia, no bate-bate
do pé, do xaxado do forró retado.
Tudo isso foi num passado – nos anos
70 - há 43 anos. Hoje, vivemos em pleno século XXI, e ainda tem gente que quer
agir assim, como pessoas não civilizadas. O que falta para algumas pessoas
serem civilizadas? Embora, em Salvador, encontramos tantas pessoas bem
educadas.
Pois é! Hoje vivemos os maiores
momentos da informação, e que, são tantos: Jornais, revistas, rádios, televisão
e internet. Por que existe tanta gente mal educada, e que ainda urinam, fazem
cocô e jogam lixos nas ruas? É um absurdo ainda ver tudo isso por parte de
tanta gente. Só multa mesmo!
Conrado Matos é Psicanalista.
E-mail: psicanaliseconrado@hotmail.com – Tels: (71) 8717-3210/9910-6845.
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