O Rio Jacuípe nasce a
110m acima do nível do mar
O Rio Jacuípe é um rio brasileiro que banha o estado da Bahia.
Jacuípe, palavra de origem Tupy: jacu + ype =
Jacuípe (no rio dos jacus). É um caudaloso rio, genuinamente baiano que compõe
a bacia do Paraguaçu. Tem suas nascentes no município de Morro do Chapéu em uma altitude de
1.011 m, desce sertão abaixo pelo semiárido ao norte do Piemonte da Chapada Diamantina, formando a bacia do
Jacuípe, banhando vários municípios da vasta região do semi-árido baiano.
Chegando ao encontro do rio Paraguaçu e daí à Baía de Todos os
Santos,
onde desemboca, na região metropolitana de Salvador.
Possui alguns
afluentes, pequenos rios temporários, riachos e também muitos cursos d’água,
que o abastece.
Existem em seu curso
algumas barragens de represamento de grande importância no abastecimento de
água potável para grande parte da população da Bacia do Jacuípe, bem como serve
à agricultura e à pecuária.
Dentre as principais
barragens, a João Durval Carneiro, localizada nos municípios de São José do Jacuípe e Várzea da Roça , é a mais
importante, sendo a terceira maior barragem do estado da Bahia.
Rio
Jacuípe está abandonado e recebe todo tipo de esgoto
O Jacuípe pede Socorro
Em meio a urubus e porcos,
crianças tomam banho nas águas com dejetos que caem no esgoto do Rio Jacuípe, o
maior afluente do Rio Paraguaçu e que corta o município de Riachão do Jacuípe,
na região sisaleira do Estado.
A quantidade de lixo é muito
grande e a população, sem muitas opções, muitas vezes acaba contribuindo com o
quadro de degradação.
Segundo
a moradora Miraci da Silva, muitos ainda jogam lixo no local. “É impossível não
jogar lixo, pois, às vezes, o carro de lixo da Prefeitura fica mais de uma
semana sem passar por nossas casas”, informou a moradora.
Miraci
também reclama do mau cheiro nas proximidades. Segundo ela, muitos moradores
não possuem banheiros, e os que têm suas fossas são despejadas na frente de
suas casas com destino ao leito do rio.
Uma
grande caixa de cimento (Estação de Saneamento) que iria servir para canalizar
fossas dos referidos banheiros, obra da administração do ex-prefeito Valfredo
Matos, foi dada como concluída no final de seu último mandato, mas hoje está em
ruínas.
Ex-secretário
explica
Sobre o
assunto, Jarbas Abraão, ex-secretário de Governo da administração do
ex-prefeito Valfredo Matos e que acompanhou a obra, revelou que ela foi
totalmente concluída.
“A
construção foi toda concluída. Para entrar em funcionamento e ser inaugurada a
obra dependia apenas de um motor bomba. Na época, a prefeitura solicitou à
Coelba a ligação da energia, que demorou de atender. Com isso, vândalos
roubaram material e destruíram, impedindo a sua inauguração. Como já foi no
final da administração, nem houve tempo de refazer o que foi destruído”, disse
Jarbas.
O
ex-secretário acrescenta ainda que “a obra foi altamente fiscalizada pela Caixa
Econômica, já que foi financiada com recursos do Banco Mundial e eles só
liberavam quando davam todas as etapas por concluídas”.
Situação
atual
Sobre a
obra, ninguém da Secretaria de Saúde e Vigilância Sanitária do município soube
responder, demonstrando total desconhecimento sobre a região e de seus
problemas.
De
acordo com informações da Vigilância Sanitária, não existe nenhum projeto
referente à preservação e saneamento do local, embora o município tenha um
setor responsável pelo meio ambiente. Um dos responsáveis (pelo setor), que não
se identificou, informou que a verba para saneamento e revitalização total do
rio já foi liberada em gestões passadas, mas não citou em qual.
Como
tática, o prefeito Lauro Falcão sempre procura jogar em administrações passadas
o que explode no seu governo. Neste caso, por exemplo, ele teve bem próximo do
ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, do seu partido, mas não
apresentou nenhum projeto para revitalização do rio ou para resolver o problema
dos esgotos no seu entorno.
Segundo
o ex-secretário Jarbas Abraão, Riachão nunca recebeu, em nenhum governo,
recursos para saneamento do Rio Jacuípe, até pelas dificuldades do passado,
quando o governo federal não tinha recursos como atualmente para esta
finalidade. “Não posso falar em relação a outras administrações, mas em relação
a Valfredo, foi o único prefeito que cuidou desse assunto. Aliás, 80% do
esgotamento sanitário de Riachão foi feito por Valfredo. Se todos fizessem um
pouco do que ele fez a situação hoje era bem diferente”, questiona.
Contudo,
Jarbas lembra que houve um projeto do tempo do ex-prefeito José Raimundo
Martins para a execução de 65 banheiros. “Neste caso, o projeto só veio sair no
governo de Valfredo, mas aconteceu que os recursos vieram defasados e a empresa
que ganhou a concorrência (desde o governo anterior) não aceitou fazer a abra.
Então, na época tentaram misturar os dois projetos, mas um não tem nada a ver
com o outro”, disse.
“É como
se no projeto uma coisa custasse R$ 500,00 e na época da execução estivesse por
R$ 1.000,00. A empresa tentou negociar para o governo reajustar os valores, mas
não aconteceu. Então, eles abandonaram a obra e Valfredo ainda entrou com um
processo para resolver, mas questões políticas impediram que ele tivesse
sucesso. Portanto, nesse caso, Valfredo também não tem nada a ver”, explicou
Jarbas.
Os
ex-prefeitos José Raimundo e Herval Campos (já falecido) não foram encontrados
para falar sobre o assunto. Pela gestão atual, poucas palavras, jogar a
responsabilidade no passado e com pedidos de não identificação.
O Rio
Jacuípe
O Rio
Jacuípe nasce no município de Morro do Chapéu, no Piemonte da Chapada
Diamantina, e banha cidades como Gavião e Riachão do Jacuípe, além de povoados
como o de França (Piritiba) e Barreiros (Riachão do Jacuípe), desaguando na
região de Feira de Santana.
Riachão
já foi alimentado por seus frutos fluviais como peixe e camarão. Por muito
tempo, foram alimentação complementar de muita gente, sobretudo para os
moradores do bairro Alto do Cruzeiro, uma das regiões mais periféricas e
esquecidas da cidade que é banhada pelo rio.
Além
disso, tem a importância econômica do rio, pois o peixe chegava a ser mandado
para outras cidades em grande quantidade. Na ocasião, segundo informações de
antigos pescadores, dava para viver da profissão e conviver harmonicamente com
marisqueiras, tratadeiras de peixe e de fato, pois as mesmas aproveitavam a
correnteza das águas para um serviço mais eficiente.
Segundo
o pescador Luiz de Assis, esse foi o tempo áureo do rio, o tempo em que
mulheres e meninos lavavam roupas e se banhavam nas águas do Jacuípe. Dessas
lembranças surgem inspirações para músicos de artistas da região, que seguem cantando
e desenhando o velho Jacuípe.
Porém,
o Rio agora precisa de novas composições, de histórias de revitalização e de
melhoria na qualidade de vida de sua gente.
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