Rio Paraguaçu visto de
Cachoeira (Bahia)
Rio Paraguaçu e as cidades de
Cachoeira (esquerda) e São Félix (direita)
O Rio
Paraguaçu é o maior rio genuinamente baiano. Suas nascentes são diamentíferas,
suas margens férteis, muito piscoso em todo a sua extensão e
navegável das cidades à sua foz. Já foi a principal via de transporte e
comunicação de toda a região.
Etimologia
O
nome "Paraguaçu" é de origem tupi e
significa "mar grande", através da junção dos termos pará ("mar")
e gûasu ("grande") . No Brasil Colônia,
foi escrito de várias formas: Paraguaçu, Paraoçu, Paraossu, Peroguaçu, Perasu,
Peoassu e Peruassu.
História
Segundo
historiadores, em 1504 os franceses já traficavam pelo Rio Paraguaçu com os
nativos. Porém a sua descoberta é atribuída a Cristóvão Jacques, comandante da primeira expedição guarda-costa que chegou ao Brasil em 1526 para combater os franceses no
contrabando do pau-brasilno
litoral. Frei Vicente do Salvador, primeiro historiógrafo brasileiro,
relata que Cristóvão Jacques, na ilha
"dos Franceses" situada
no baixo curso do Paraguaçu, encontrou duas naus da França ali ancorada, comerciando com
os indígenas,
afundando-as com equipagens e mercadorias.
Durante
a Guerra de
Independência do Brasil,
uma canhoneira portuguesa no Rio Paraguaçu bombardeou a cidade de Cachoeira,
sede da revolta contra os portugueses.
Características
Nasce
no Morro do
Ouro, Serra do
Cocal, município de Barra da Estiva, Chapada Diamantina, segue em direção norte passando pelos municípios de Ibicoara,Mucugê e
até cerca de 5km a
jusante da cidade de Andaraí, quando recebe o rio
Santo Antônio. Muda de direção em seu curso
para oeste e leste, servindo como divisor entre os municípios de Itaetê, Boa Vista do Tupim, Marcionílio Souza, Itaberaba, Iaçu, Rafael Jambeiro, Santa
Teresinha, Antônio Cardoso, Castro Alves,Santo Estevão, Cruz das Almas, Governador Mangabeira, Cabaceiras
do Paraguaçu, Conceição da Feira, Muritiba de São Félix,
e as cidades de São Felix de Cachoeira e Maragogipe desemboca na Baía de
Todos os Santos entre os municípios
de Maragogipe e Saubara.
Tem
seiscentos quilômetros de curso, ao longo do qual banha cidades importantes,
inclusive sob o ponto de vista turístico, a exemplo das acima citadas e
povoados como Santiago do Iguape, São
Francisco do Paraguaçu, Nagé, Coqueiros, São Roque e Barra do
Paraguaçu. É navegável em seu baixo curso,
da foz até as cidades de Cachoeira e São Félix, passa por Maragogipe num
percurso de 46 km. Ao longo do trecho navegável acham-se duas ilhas,
a de
Monte Cristo e a Ilha dos Franceses,
razão pela qual é considerado um rio turístico, levando os viajantes a
beneficiarem-se dos valiosos atrativos turísticos da região, não só pela beleza
natural que se descortina na paisagem, mas também pela visão encantadora que se
pode ter do acervo arquitetônico que se situa a suas margens. Podemos citar
alguns pontos turísticos como a Casa Grande da antiga fazenda São Roque,
o Fortim da
Salamina, a capela de Nossa Senhora da Penha e as ruínas do convento, igreja e hospital que a Ordem Franciscana ergueu no século XVII,
em São
Francisco do Paraguaçu próximo
a Santiago do Iguape.
Dentre
os afluentes principais
destacam-se somente os da margem esquerda: Santo
Antônio, Tupim, Capivari, do
Peixe. Forma algumas quedas d'água,
destacando-se a de
Bananeiras.
Nele,
se pesca ao longo de todo o curso, principalmente tucunarés, traíras e piaus, sendo que no baixo curso encontram-se camarões, robalos e tainhas.
Com
a construção da barragem
de Pedra do Cavalo, responsável pelo controle de
suas cheias, ganhou mais uma utilização, a de responder pelo abastecimento de
água todo o Recôncavo, Feira de Santana e
a Grande Salvador.
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