Santhana, Maída, Valéria e Novaes: homenagens em
ônibus, delegacia e salão de beleza, por Luiz Maciano
Trovadores
Urbanos comemora duas décadas de carreira
Grupo lança o CD 'Amor até o Fim', o
sétimo da carreira, e emociona o público com serestas à moda antiga
Por Carolina Giovanelli |
Como você reagiria se recebesse a
visita dos artistas na foto acima? Conhecido pela personalidade firme, um
senhor desabou em prantos quando eles cantaram ‘Peguei um Ita no Norte’, de
Dorival Caymmi. Outro não sabia onde se esconder, enquanto, ao lado de sua
família, ouvia uma homenagem enviada pela amante. Durante o banho de sol, um
presidiário derramou lágrimas ao som de músicas selecionadas pela mulher. No
próximo sábado, 12, Dia dos Namorados, os Trovadores Urbanos comemoram
duas décadas de atividade. Data melhor não poderia existir. Afinal, eles são
conhecidos por derreter corações com serestas à moda antiga, sempre caracterizados
com roupas do fim dos anos 20. Desde 1990, presenciaram uma série de situações
excêntricas. “Tocamos em delegacia, ônibus, circo, táxi, salão de beleza e até
cemitério”, diz uma das integrantes, Maída, que precisou interpretar em
francês, japonês e italiano.
A comemoração conta
com novo álbum, o sétimo da carreira, batizado de ‘Amor até o Fim’. Uma
apresentação no Auditório do Ibirapuera está agendada para o dia 27. Nascidos
em Avaré, no interior de São Paulo, os irmãos Maída e Juca Novaes faziam serenatas
nas janelas alheias por influência da mãe, uma cantora de rádio. Aos 27 anos, a
moça teve a ideia de levar a atividade para a capital. Em parceria com a
conterrânea Valéria Caram e o músico paulistano Eduardo Santhana, a dupla
publicou um anúncio e, de cara, três cantorias foram solicitadas. “Começamos
como uma brincadeira, mas o negócio virou uma bola de neve”, lembra Novaes.
Hoje, a Trovadores
Urbanos é uma empresa de sucesso. Além dos quatro artistas originais, que
gravam CDs e participam de shows maiores, mais de quarenta pessoas fazem parte
da equipe. Com o tempo, surgiram outras atrações, como a Enfermeira do Amor, a
Fada Madrinha e o Coração Apaixonado. Por mês, são contratadas cerca de 400
dessas performances no Brasil inteiro, com formações de duas a vinte pessoas.
Os preços vão de 60 reais, custo da mensagem via telefone, até 8 500 reais,
pelo show da trupe original. Clientes estrelados, a exemplo de Xuxa, Ana Maria
Braga e Antonio Fagundes, já tiveram um gostinho dos serviços do elenco. Um casarão
em Perdizes abriga, há doze anos, a sede do empreendimento, além de servir de
palco para uma serenata todas as sextas, das 20 às 22 horas. “É nosso jeito de
agradecer a São Paulo pelo carinho”, afirma Maída. Desde 1995, uma nova geração
de cantores, o conjunto Trovadores Mirins, composto de crianças de até 15 anos,
também causa choradeira por aí. “Nem parece que passou tanto tempo”, diz
Novaes. “Que venham mais vinte anos.”
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