segunda-feira, 25 de novembro de 2013

ANNA ANDERSON, INTRIGANTE E MISTERIOSA PERSONAGEM DO SÉCULO XX

Grande farsante ou a verdadeira Grã-Duquesa Anastácia? 

Anna Anderson pouco depois de aparecer em Berlim em 1921


Franziska Schanzkowska ou Anna Anderson (Polónia, cerca de 1900 — 4 de fevereiro de 1984) foi a
mais conhecida mulher que reclamou a identidade de Anastácia Romanova, Grã-Duquesa da Rússia, filha mais nova do antigo czar Nicolau II, que foi assassinada juntamente com a família no ano de 1918.
O fato de especialistas não encontrarem os restos mortais de Anastácia com os restantes de sua família, descobertos numa vala num terreno abandonado no interior da Rússia, levou a duvidar da veracidade da história de Anna Anderson. Durante mais de 60 anos, Anna esteve sujeita a processos judiciais, mas nunca ninguém chegou a alguma conclusão. Muitas pessoas passaram depois a acreditar na sua história e muitas outras que diziam ter informações sobre este caso desapareceram todas, tempos depois.
A imagem de Anna foi capa de jornais e revistas durante décadas a fio. A sua popularidade cresceu. Não lhe faltavam apoiantes e vivia uma vida de luxo. Foi assim durante o resto da sua vida. Aos 78 anos sofria de artrite e por isso, passava a depender de uma cadeira de rodas. Em 1983 Anna foi internada, pois estava já incapacitada e dependente de outros. Não demorou muito tempo até o marido a ajudar a fugir, e durante três dias foram perseguidos pela polícia. Após a perseguição Anna e o seu marido foram presos e encaminhados para um hospício. Anna Anderson morreu no início do ano de 1984 de pneumonia. Passando lá os últimos dias da sua vida.
Depois de ser cremada, cientistas ansiavam desvendar o mistério de Anderson e fizeram vários e conclusivos testes de DNA, comparando-o com o de um descendente da família dos Romanov: Filipe de Inglaterra. Os testes mostraram que Anna era uma impostora e que a sua verdadeira identidade era Franziska Schanzkowska, operária polaca, que havia desaparecido na mesma altura em que Anna anunciou ser Anastásia Romanova. A sua história inspirou vários criadores e a sua popularidade levou mesmo à criação do filme de animação Anastácia, da 20th Century Fox. Contudo, ainda continua por desvendar o mistério do desaparecimento dos corpos de Anastácia Romanov e Alexei, e muitas histórias para provar a sua veracidade, entre as quais, se destaca a historia da sua salvação de um tiro de um soldado através da proteção da coroa de diamantes que trazia guardada ao peito.
Família imperial russa (Romanov) – Nicolau II com esposa e filhos. Ao lado do imperador, à sua esquerda, a mítica filha Anastácia
Em 1991, corpos acreditados como sendo os da Família Imperial e os seus servos foram finalmente exumados de uma sepultura maciça que tinha sido descoberta nos bosques próximos a de Ecaterimburgo quase uma década antes – uma sepultura escondida pelos seus descobridores dos bolcheviques, que governavam a Rússia quando foi encontrada. Uma vez aberta, foi descoberto que em vez de onze conjuntos de restos (o tsar Nicolau II, a tsarina Alexandra, o tsarevitch Alexei, as quatro grã-duquesas, Olga, Tatiana, Maria e Anastásia, o médico de família, Eugene Botkin, o criado, Aleksei Trupp, o cozinheiro, Ivan Kharinotov e uma dama de companhia da imperatriz, Anna Demidova), a sepultura só tinha nove.
Alexei e, segundo o especialista forense Dr. William Maples, Anastásia, não estavam na sepultura da família. Contudo, cientistas russos contestaram isto, alegando que a Grã-Duquesa Maria Nikolaevna da Rússia era a que não estava na sepultura. Em 1998, quando os corpos da Família Imperial foram enterrados, um corpo que media cerca de 1,70 m foi enterrado sob o nome de Anastásia, apesar do facto de Anastácia ser a mais baixa das grã-duquesas. Alguns historiadores acreditam no relato da Nota Iurovski que diz que dois dos corpos foram removidos da sepultura principal e queimados num lugar secreto para criar uma certa suspeita de que estes não eram os corpos do tsar, família e empregados, caso fossem descobertos, visto que a contagem dos corpos não estaria correcta. Contudo, alguns peritos forenses acreditam que a queima completa de dois corpos em tão curto espaço de tempo seria impossível.
Em 2000, a família foi canonizada pela Igreja Ortodoxa Russa. Em agosto de 2007, o anúncio por um grupo de pesquisadores do achado dos restos mortais do tsarévich Alexei e da grã-duquesa Maria - as duas únicas vítimas oficialmente ainda desaparecidas - obrigou o governo russo a reabrir o processo.2


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