Bíblia
Satânica (The Satanic Bible)
é um livro escrito pelo satanista Anton LaVey em 1969. Contêm uma coleção de ensaios, observações e
rituais mágicos que formam a base do Satanismo de LaVey que
enfatiza Satã como uma força da Natureza.
Na
introdução do livro, LaVey opina contra algumas práticas
ocultistas:
Este
livro foi escrito porque, com muitas poucas exceções... Escritor após escritor,
no esforço de apresentar os princípios da “magia branca e negra”, tiveram
sucesso em obscurecer o conjunto em questão tão prejudicialmente que o
estudante de magia dá asas a estupidez, empurrando uma prancheta sobre uma
tábua de Ouija, ficando em pé dentro de um pentagrama esperando um demônio se
apresentar a ele, facilmente lançando I-Ching de modo pomposo como muitos
antigos pretensiosos... em geral fazendo papel de tolo para si aos olhos
daqueles que realmente conhecem. (Prefácio do livro A Bíblia Satânica)
A
Bíblia Satânica revela o verdadeiro (Segundo LaVey) satanismo
e despreza técnicas ocultistas onde
o satanista se protege contra a entidade que irá invocar. Os denuncia como pretensos satanistas,
mas não conhecem realmente. Afirma que um satanista verdadeiro não
se esconde por detrás de um pentagrama e revela o que um satanista de fato não
faz preces de invocação e não invoca uma entidade como se faz
nos terreiros e ainda o denomina seu "Santo". Esclarece que os
tais são satanistas, mas sob uma capa de "magia
branca" que os torna meros repetidores de dogmas do cristianismo, sem o
serem. A esses, o verdadeiro satanista escarnece, pois o a
Bíblia Satânica afirma dos tais que eles temem invocar entidades infernais,
apenas invocando espíritos que podem ser aprisionados, quando
o verdadeiro satanista não aprisiona ou se protege da entidade
que invoca, ele vive em comunhão com a mesma.
A
Bíblia Satânica relata que “Lúcifer ascendeu”, mais uma vez para proclamar que: "esta
é a época de Satã!” e que “mostrará que a salvação do
homem depende da sua própria contradição”. Afirmando que essa é uma
revelação do que denomina a “Palavra da Matéria” e elucida que
a vida é uma “preparação para todo e qualquer deleite eterno”.
No
Livro, Satã faz a "Denúncia Infernal", onde afirma
que “O demônio tem
sido atacado pelos homens de Deus” e que “nunca há
uma oportunidade... para o Príncipe das Trevas responder do mesmo modo”,
além de denunciar que, sem seu “satânico inimigo”, as várias religiões que professam Deus “entrariam em
colapso”.
Continua
a denúncia afirmando:
“Nestes
séculos todos de maledicência que o Demônio tem recebido, ele nunca revidou
seus infamadores... mas agora ele sente que é hora de replicar”.
Conclama
à leitura e aprendizado da sua “Lei”.
Entre
os livros da sua "Lei", apresenta o livro de Satã, onde
na Parte I discorre onze itens que estabelece dogmas como: “Morte ao
fraco, saúde ao forte!”, e proclama a força de Satã: “escute-me que
confundirei multidões extasiadas!”; e estabelece como enfrentará o combate
contra Deus, afirmando que irá “questionar as leis do homem e de
Deus!"
"Eu
exigirei as razões da sua regra de ouro e perguntarei a origem e a finalidade
dos seus dez mandamentos”.
LaVey
revela que o satanismo puro vai além de rituais com
pentagramas e se contrapõe a toda forma de adoração. Estabelece o Livro de
Satã:
“Aquele
que disser que você precisa se curvar a mim é o meu inimigo mortal!”
Satã
insulta aos cristãos e o seu Cristo:
“Eu
mergulhei o meu dedo indicador no sangue úmido do seu impotente e louco redentor, e escrevi na borda da sua coroa de espinhos:
O verdadeiro príncipe do mal - orei dos escravos!”
O
livro de Satã estabelece que “todas as convenções” que bloqueiam o sucesso de
Satã foram “bloqueadas”. E declara que já foi vitorioso contra Jesus, a quem chamaJeová, declarando:
“Eu
olhei abismado o olho vítreo do seu apavorante Jeová, e arranquei-o pela barba;
eu elevei o machado das cinzas e abri um caminho na sua caveira comida de
vermes!”
Na
parte dois afirma que o crucifixo simboliza incompetência, e “questiona
os dogmas morais”. Ensina como o satanista deve proceder:
“Nenhum
credo deve ser aceito sobre a autoridade de uma "divina" natureza.
Religiões devem ser colocadas em debate. Nenhum dogma moral pode ser tomado
como absoluto.”
A dica para
o satanista é que os dogmas foram
criado pelo homem e “aquilo que o homem pode criar, o homem pode
destruir!”
Estabelece
uma obrigação ao satanista: “Ascender o novo homem... para levá-lo ao
sucesso material”.
Afirmando
ser seu oponente os dogmas do cristianismo e
os dogmas morais, o que classifica como “mentira”. Esclarece qual o combate
mais difícil de vencer:
“A
mentira que tem sido inculcada na criança desde pequena no joelho da mãe - é
mais perigosa de combater do que contra a sorrateira pestilência!"
Na
Parte III do livro de Satã, estabelece questionamentos:
"Por
que eu não deveria odiar os meus inimigos [?]... Não somos todos nós animais
predatórios por instinto? Se os homens pararem de depredar os outros, eles
poderão continuar a existir?... não é a desprezível filosofia da pessoa servil
que vira as costas quando chutado? E conclui com princípios: “Odeie seus
inimigos... atinja-o dilacerando e desmembrando-o, pois autopreservação é a lei
suprema! Quem mostra a outra face é um cão covarde!”
Na
Parte IV do livro de Satã, proclama contra existência de um “céu de
glória radiante” e contra a existência de um “inferno onde os pecadores queimam”, e adverte: "Aqui e agora é nosso dia de júbilo!"Reafirmando
que não há um redentor vivo, pois segundo Satã, o homem deve dizer: "Eu
sou o meu próprio redentor".
Na
Parte V faz um arrazoado sobre bênçãos e maldições.
Onde abençoa os “fortes”, e amaldiçoa os “submissos na honradez... que serão pisados sobre a representação de
Satã!”; abençoa os “vitoriosos”, e amaldiçoa os “pobres de espírito”;
abençoados os “destruidores da falsa esperança” afirmando que “eles são os
verdadeiros Messias”, e amaldiçoa os “adoradores de Deus”; abençoa os
“valentes” e amaldiçoa os que acreditam existir o “bem e o mal”; abençoa os que “pensam no que é melhor para
si” e amaldiçoa as "ovelhas de Deus". Segundo o livro os amaldiçoados
ficam na posição “daqueles que ensinam mentiras por verdades e verdades por
mentiras”, e os abençoados são os que tem uma “mente poderosa”.
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