COMO NASCEU HERCULE POIROT: O FAMOSO DETETIVE CRIADO POR AGATHA CHRISTIE

Por L&PM Editores

"Porque não fazer do meu detetive um belga?... Eu posso vê-lo como um homenzinho meticuloso, sempre organizando as coisas, preferindo os quadrados ao invés dos redondos. E ele deve ser muito inteligente!" Agatha Christie – Uma autobiografia

E assim nasceu um dos maiores detetives da literatura!

Hercule Poirot fez sua primeira aparição em The Mysterious Affair of Styles (O misterioso caso de Styles), no qual é chamado por seu amigo Hastings para resolver mais um misterioso assassinato. A inspiração de Agatha Christie para criar Poirot surgiu dos belgas refugiados de guerra que fizeram da Inglaterra sua nova residência.

Agatha Christie se inspirou nos belgas refugiados de guerra para compor Poirot

Poirot é um personagem pouco modesto. Ele termina cada caso com um desfecho dramático, satisfazendo o seu próprio ego e confirmando a todos que é verdadeiramente "a maior mente na Europa." Sua elegância e precisão, bem como seus excêntricos maneirismos são frequentemente ridicularizados pela polícia local, mas é sempre Poirot quem tem a última palavra!

Ao contrário de outros detetives, Poirot diz que pode resolver um crime estando "apenas sentado na sua poltrona". Ele compara os seus colegas a "cães de caça humanos", pois eles usam as pequenas pistas no chão, as pegadas e as impressões digitais como método de trabalho; enquanto que Poirot usa, como único meio, a psicologia humana e o que ele chama de "massa cinzenta". Não é um detetive de ação, mas meramente dedutivo. Para ele, a a mente humana não tem nenhuma originalidade, pois quando um criminoso comete um crime, o seu método psicológico é sempre o mesmo.

Mas nem mesmo Agatha Christie poderia ter imaginado o quão popular Poirot iria se tornar, nem quantas histórias ela iria escrever sobre ele. O detetive protagonizou trinta e três romances e cinquenta e quatro contos, incluindo alguns dos considerados melhores livros da Rainha do Crime, como Assassinato no expresso Oriente, O assassinato de Roger Ackroyd e Morte no Nilo.

Poirot merece o seu lugar de destaque na história da ficção e este foi certamente alcançado quando a escritora declarou a sua morte em 1975, no livro Cai o pano: Poirot se tornou o único personagem ficcional na história a ser honrado com um obituário na primeira página do The New York Times! A decisão de matar Poirot foi tomada por Agatha Christie na década de 40, mas, segundo ordens expressas suas, o romance só deveria ser publicado após a sua morte.

No cinema, Poirot foi interpretado por muitos atores. O primeiro foi Austin Trevor que apareceu em Álibi, Black Coffee e Lord Edgware Dies. Trevor também interpretou um pequeno papel no filme The Alphabet Murders, feito pela MGM em 1965 e estrelado por Tony Randall no papel de Poirot.  Albert Finney, outro que interpretou Poirot, foi indicado ao Oscar de Melhor Ator por Assassinato no Expresso Oriente, em 1974. O filme foi refilmado em 2001, com Albert Molina no papel do grande detetive.

O ator Peter Ustinov, vencedor de dois Oscars, interpretou Poirot em seis filmes. Embora o personagem de Poirot fisicamente se pareça pouco como Ustinov, ele capturou a essência do belga e foi aclamado pelo público.

Mas, talvez, o ator considerado sinônimo de Poirot seja David Suchet, que apareceu pela primeira vez no papel em 1989 na minissérie Agatha Christie’s Poirot, do canal britânico ITV. Agatha Christie nunca viu David Suchet atuando, mas seu neto Mathew comentou: "Pessoalmente, lamento muito que ela nunca tenha visto David. Acho que visualmente ele é muito mais convincente e consegue transmitir ao espectador o suficiente da irritação associada com o perfeccionismo de Poirot!".

David Suchet, ator que se tornou sinônimo de Hercule Poirot