De acordo
com informações da Agência Nacional de Petróleo (ANP), as operações da OGX
continuam mesmo com a iminente recuperação judicial. “O pedido de
recuperação judicial só culmina na resolução dos contratos quando houver
inadimplemento absoluto do concessionário nos termos da cláusula”.
Ou seja,
apenas quando o pedido de recuperação judicial prejudicar o cumprimento de
qualquer obrigação assumida contratualmente e que a agência poderá suspender as
atividades. “Nesses casos, após o contraditório e a ampla defesa, a ANP deverá
notificar o concessionário a fazer a cessão da área no prazo de 90 dias nos
termos da cláusula”.
Fernando
Brandariz, especialista em direito comercial do escritório Mingrone e Brandariz,
afirmou que se o juiz aprova o pedido de recuperação judicial ele suspende a
execução de todos os processos, menos os tributários (impostos devidos ao
governo), pelo prazo de 180 dias (seis meses).
Acionistas
minoritários
Os acionistas minoritários não tem responsabilidade pela dívida da empresa, mas durante o período de recuperação judicial ficam impedidos de vender as ações. Apenas no caso de ações com vencimento pré-determinado, as chamadas “opções”, a Bovespa realizará um procedimento especial de leilão dessas ações, chamado de “encerramento das opções”, até que ocorra a liquidação financeira, ou seja, um acordo de preço entre os detentores dos papéis e os aqueles que garantiram a compra, de acordo com o economista Clodoir Vieira, da Compliance Comunicação Empresarial.
Os acionistas minoritários não tem responsabilidade pela dívida da empresa, mas durante o período de recuperação judicial ficam impedidos de vender as ações. Apenas no caso de ações com vencimento pré-determinado, as chamadas “opções”, a Bovespa realizará um procedimento especial de leilão dessas ações, chamado de “encerramento das opções”, até que ocorra a liquidação financeira, ou seja, um acordo de preço entre os detentores dos papéis e os aqueles que garantiram a compra, de acordo com o economista Clodoir Vieira, da Compliance Comunicação Empresarial.
No caso de
aluguel de ações, modalidade comum com os papeis da OGX, no qual um investidor
cede por prazo determinado suas ações a outro investidor, que comercializa
esses papeis e tem que devolver o mesmo número de ações ao término do contrato,
a Bovespa também fará um leilão antecipado das ações.
Entenda
A OGX, empresa criada em 2007, fez a oferta inicial de ações (IPO, sigla em inglês) em junho de 2008 e levantou R$ 6,7 bilhões. O preço da ação na estreia foi de R$ 1.131. À época, a empresa arrematou 21 blocos exploratórios por meio da 9ª rodada de licitações da ANP. Em decorrência do auge da empresa, em 2011, Eike Batista atingiu o posto de 7º mais rico do mundo.
A OGX, empresa criada em 2007, fez a oferta inicial de ações (IPO, sigla em inglês) em junho de 2008 e levantou R$ 6,7 bilhões. O preço da ação na estreia foi de R$ 1.131. À época, a empresa arrematou 21 blocos exploratórios por meio da 9ª rodada de licitações da ANP. Em decorrência do auge da empresa, em 2011, Eike Batista atingiu o posto de 7º mais rico do mundo.
Em 2012,
as críticas ao empresário começaram a aparecer. A Revista Época afirmou que o
empresário tinha um ano para “entregar o que prometia” antes que os
investidores desistissem da empresa. Para a publicação, o empresário construiu
o império das empresas X sobre uma base que não era sólida, já que ele não
possuía experiência no ramo de petróleo, prometendo metas consideradas altas,
mas que suas empresas não tiveram a capacidade para entregá-las. Além disso,
para alguns especialistas, Eike "abriu demais o leque", já que seus
investimentos iam de petróleo até o vôlei, por exemplo.
Segundo a
revista, Eike conseguiu estruturar as empresas X graças ao dom nas vendas e ao
bom momento do Brasil no cenário internacional pré-crise. Porém, sua principal
empresa - a petrolífera OGX - não conseguiu entregar os altos resultados prometidos,
comprometendo assim as demais companhias criadas para fornecer estrutura para
ela, como a OSX, por exemplo. Além disso, Batista também perdeu diversos
executivos de ponta (uma das bases para ele ter credibilidade no mercado), o
que fez com que ele tomasse o pior dos golpes: a perda de confiança no mercado
internacional. Com isso, segundo a Época, o empresário não teve verba para
reinvestir em suas empresas do ramo de petróleo.
Ainda em
2012, a crise na empresa apareceu mais notoriamente quando a OGX rebaixou a
projeção de produção de barris diários nos blocos de Tubarão Azul, na Bacia de
Campos, no Rio de Janeiro. O campo, que deverá interromper suas operações no
ano que vem, era o único produtor de petróleo da empresa. Inicialmente, a
companhia previa reservas de até 110 milhões de barris no local, mas até maio
deste ano só tinha produzido 10 mil.
No ano de
2013, Eike perdeu a colocação que tinha na Forbes (passou da 8º para a
centésima posição no ranking dos mais ricos) e amargou um prejuízo de R$ 1,2
bilhão na OGX, 135% maior na comparação com o ano anterior. Ele começou então a
vender parte das operações da petroleira.
Em crise, Eike Batista
conseguiu um empréstimo de R$ 10,4 bilhões concedido pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Em
outubro, a companhia anunciou que deixaria de pagar uma dívida de US$ 45
milhões (aproximadamente R$ 100 milhões) referentes a juros de bônus externos,
o que gerou a expectativa de um pedido de recuperação judicial em 30 dias
(nesta quinta-feira) para evitar um pedido de falência. Os juros são referentes
a um empréstimo de US$ 1,063 bilhão com vencimento em 2022. No mesmo mês, a
empresa demitiu cerca de 20% (60) dos cerca de 300 funcionários que ainda
atuavam na companhia.
Segundo a
agência de notícias Bloomberg, Batista, depois da crise, deixou de ser
bilionário e agora teria menos de US$ 500 milhões líquidos (R$ 1,1 bilhão),
segundo estimativa da publicação.
Crise
no grupo EBX
Outros braços do grupo de Eike também enfrentam problemas. A construtora de navios OSX, muito dependente das demandas geradas pelas plataformas da OGX, deve sofrer em conjunto após o pedido de recuperação judicial da petroleira.
Em julho,
Eike renunciou à presidência e do conselho de administração da MPX, empresa do
setor de energia do conglomerado, que mudou de nome e passou a se chamar Eneva
e é controlada pela alemã E.On. A empresa de energia também anunciou no começo
da semana que firmou um contrato com bancos credores para assumir a parcela que
não possui da OGX Maranhão, uma subsidiária da petroleira de Eike Batista, por
R$ 200 milhões caso sua controladora, a petroleira OGX, fique inadimplente.
Segundo a
consultoria Economática, apenas no primeiro trimestre de 2013, as seis
companhias de capital aberto (ou seja, negociadas na bolsa) do empresário (OGX,
MMX, MPX, OSX, LLX e CCX) registraram um prejuízo total de R$ 1,154 bilhão,
alta de 539% em relação ao mesmo período do ano passado.
Com
informações da Reuters, BBC Brasil e DW
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