quarta-feira, 6 de novembro de 2013

HEROIS FAMOSOS DA QUÍMICA


JOHN DALTON


ANTES da alvorada dos tempos históricos, a química já havia lançado as bases de sua carreira romântica. Perderam-se no tempo os nomes dos que, por primeiro, perceberam que as uvas podem ser fermentadas
para formar o vinho e o vinagre, que a argila pode formar tijolos e que o claro vidro pode provir da areia. Para as pessoas que viveram nos primórdios do mundo, estas transformações devem ter parecido verdadeiros milagres, e os químicos olhados como estranhos mágicos. Mas só quando a história atingiu o passo acelerado dos séculos XVI e XVII foi que a magia da química se desenvolveu em ciência da química. Porque somente então começaram os homens a propor teorias e experiências, para provar o valor destas teorias. Desde, então, a lista de honra, da química está cheia dos nomes dos titãs cujo engenho, perseverança e puro brilho tornaram possíveis os extraordinários desenvolvimentos de, hoje. Desta lista poderemos escolher alguns nomes representativos.
Entre os antigos químicos, ergue-se o nome de João Rodolfo Gláuber (1604-1668). Gláuber, há de convir-se, foi na realidade um alquimista, mas um alquimista do mais elevado tipo. Era um observador perspicaz e um pensador cuidadoso, que garantiu a sua subsistência com a venda de medicamentos secretos. Seu nome está perpetuado no Sal de Gláuber, nome pelo qual é ainda hoje conhecido o sulfato de sódio cristalino.
Em 1774, Priestley isolou o oxigênio pelo simples expediente de queimar todas as substâncias que podia encontrar e recolher o gás que se escapava. Logo depois observou que esse novo gás enferrujava o ferro e assim veio a estabelecer que o oxigênio faz parte do ar que respiramos. Em 1777, Lavoisier descobriu que esse mesmo oxigênio era necessário para a combustão. Sem oxigênio, ensinava êle, nada pode queimar-se.
Dalton, em 1808, foi o primeiro a reconhecer que cada elemento é composto de grande número de partículas, excessivamente minúsculas, porém iguais; deu a cada uma dessas partículas o nome de átomo. Desta forma surgiu a imensamente útil teoria atômica, de tão largo alcance. Os antigos gregos tinham imaginado essa teoria, mas foi Dalton o primeiro a assentá-la em bases científicas.
Sir Humphrey Davy tinha apenas a idade de vinte e dois anos, quando assumiu as funções de lente do Real Instituto de Londres, em fins do século XIX. Ali, fez as maravilhosas descobertas que o elevaram ao posto dos mais importantes heróis da química. Descobriu os metais potássio sódio e, muito fez para estabelecer suas propriedades. Mas talvez sua maior descoberta tenha sido seu aluno, Miguel Faraday, que chegou a rivalizar com seu mestre.
Berzelius, o rapaz sueco, a cujo intelecto os professores deram pouca estimação, viveu para ser o primeiro organizador de uma ciência de crescimento já dificilmente controlada. Sua determinação do peso atômico dos corpos simples (1826) necessita apenas de pequena revisão, mesmo com os ultra-aperfeiçoados aparelhos de hoje, verdadeiro tributo ao seu esmerado labor.
Temos de renunciar ao exame de Liebig, que aperfeiçoou os métodos de análise orgânica; de Lotário Meyer e Mendeléeff, que descobriram a grande lei da periodicidade dos elementos; de Luiz Pasteur, cujo grande trabalho sobre a fermentação e a "pasteurização” conduziu-o à sua vitoriosa campanha contra as moléstias contagiosas; de Ramsay, que descobriu os gases raros, neônio, criptônio xenônio; da grande contribuição dos trabalhos teoréticos de Clausius, Kohlrausch, Raoult, Arrhenius e Ostwald. Todos esses importantes homens de ciência mereceriam capítulos inteiros, tão amplas foram as ramificações de seus trabalhos. Mas saltemos até uma descoberta mais recente, talvez a maior de todas elas.
A senhora Sklodowska Curie empreendeu, em fins do século XIX, o exame da estranha atividade do mineral, pitchblenda (cujo principal componente é o urânio). Este mineral tinha mostrado um notável e embaraçante efeito sobre placas fotográficas, usadas para Raios X. A senhora Curie utilizou várias toneladas de pitchblenda e dessa massa extraiu uma pequeníssima quantidade do ativo material. Essa pequeníssima quantidade foi de novo manipulada e restou ainda menos de substância ativa. Finalmente extraiu uma minúscula quantidade dessa matéria que dava a essa pitchblenda sua tremenda atividade, e a esse extrato denominou ela rádio. Com a descoberta do rádio, o novo e emocionante capítulo começou no eterno esforço do Homem para vencer a doença. Muitos doentes de cancro devem a vida à maravilhosa descoberta da senhora Curie.


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