De
acordo com Jesse
Benedict Carter, vários dos deuses tradicionalmente
associados a Roma, como Minerva, Diana, Vênus, Fortuna, Hércules, Castor e Pólux, Apolo, Mercúrio, Dis, Prosérpina, Esculápioe Magna Mater,
não faziam parte do panteão romano inicial, porque estes deuses representavam
fases da vida que eram estranhos aos romanos. No período mais antigo, há
poucas evidências do culto a Minerva no Lácio ou no sul da Itália, e é quase certo que ela era desconhecida em
Roma.
Minerva,
segundo este autor, teria sido introduzida na época de Sérvio Túlio,
cuja sociedade não podia prever o que esta introdução significava, e sua
importância para o desenvovimento futuro de Roma.
Carter
sugere que o centro do culto de Minerva, na Itália, era Falérios, e foi a partir de Falérios que Minerva entrou
em Roma, em três ocasiões: diretamente da cidade de Falérios, depois vinda de
Falérios e atravessando a Etrúria e, finalmente, quando Roma capturou
Falérios.
A
deusa Minerva de Falérios, porém, tinha pouco em comum com a deusa Atena da Grécia, além de ser a deusa dos artesãos, pois a deusa
grega tinha centenas de outros interesses, enquanto a pequena deusa dos
camponeses de Falérios parecia só se interessar por um assunto. Em suas viagens
pela Etrúria, a deusa teve contato com pessoas que conheciam a representação
grega de Atena, e passaram a associar as duas deusas, mas Minerva continuou
sendo, primariamente, a deusa do artesão e do trabalhador, a patrona do
trabalho manual do homem em vez do trabalho intelectual, e foi assim que ela
chegou a Roma.
No
início, os trabalhadores romanos adoravam Minerva em suas casas, mas quando o
número deles foi crescendo, a sua importância se espalhou para os romanos
nativos, até que ela se tornou tão importante que o estado romano teve que
reconhecê-la como uma deusa do estado. Diferente, porém, de Hércules e Castor, que foram recebidos dentro do pomerium, Minerva recebeu um templo do lado de fora,
no Aventino.
Seu
grande festival ocorria no dia 19 de março,
uma data antes sagrada a Marte,
mas devido às celebrações de Minerva, esta data deixou de ser associada a
Marte. Seu templo se tornou o local de encontro dos artesãos de Roma, o que
durou enquanto Roma foi pagã.
Minerva,
logo após sua introdução, foi associada a Júpiter e Juno, formando a tríade
capitolina. Foram construídos vários
templos a Minerva, sob os vários aspectos de Atena com a qual ela foi sendo gradualmente
identificada.
Características de Minerva
Estátua da Deusa Minerva do escultor François
Gaspard Adam
Equivalente
romana da deusa grega Atena,
Minerva era filha de Júpiter,
após este engolir a deusa Métis (Prudência). Com uma forte dor de cabeça,
pediu a Vulcanoque
abrisse sua cabeça com o seu melhor machado, após o qual saiu Minerva, já
adulta, portando escudo, lança e armadura. Era considerada uma das três
deusas virgens, ao lado de Diana e Vesta.
Deusa
da sabedoria, das artes e da estratégia de guerra, era filha de Júpiter.
Minerva
era para os atenienses a deusa da excelência, da misericórdia e da pátria.
O matriarcado e o voto de Minerva
Em busca de algo que possa ser
interessante de fato para
compartilhar com vocês e com intuito de que vocês consigam encontrar algo de
bom que tento postar, achei interessantíssimo esse artigo de Félix (professora
de Filosofia e Mitologia Greco-Romana da Escola Superior de Direito
Constitucional). Espero que apreciem:
"A deusa grega Palas Athena (Minerva para os romanos), ao julgar o crime de matricídio cometido por Orestes, proferindo o voto de Minerva estabelece a superação de Thémis (Leis mais antigas matriarcado) por Diké (a Nova Lei patriarcado).
Um dos mais intrigantes julgamentos mitológicos que se tem registro na história de nossa civilização ocidental, ocorreu no Areópago de Atenas e chegou-nos pelas mãos pioneiras do veterano tragediógrafo Ésquilo. É na terceira obra de uma trilogia chamada Oréstia, intitulada Eumênides (548 a.C.) que a deusa da Sabedoria e da Justiça Palas Athena irá presidir com mestria o tribunal que julgará o crime de matricídio de Clitemnestra, mulher e assassina do lendário Rei de Esparta Agamêmnon, cometido por seu filho Orestes. O filme Tróia, do diretor alemão Wolfgang Petersen, estrelado pelo ator Brad Pitt, omite, dentre outros fatos, o desvario de Agamêmnon em sacrificar sua filha Ifigênia para conseguir atrair bons ventos e poder assim partir para conquista e pilhagem da antiquíssima e rica Tróia. O que motivará seu assassínio pela esposa.
Antes que sejamos acometidos pela confusão em meio a tanto sanguine coniunctae vamos esclarecer: Ésquilo e Sófocles são os primeiros (e insuperáveis) exponenciais da tragédia grega a abordar a hamartía, marca da maldição familiar, portanto, hereditária.
Ésquilo abordará o desdobramento da hybris (desmedida) iniciada por Tântalo ao sacrificar seu filho Pélops e oferecê-lo num banquete a fim de testar a onisciência dos deuses. Diz o mito que a deusa Deméter, tomada por preocupação e angústia devido ao desaparecimento da filha Perséfone, foi a única a, distraidamente, ingerir um pequeno pedaço da funesta iguaria. Os deuses decidem restituir a criança à vida e restauram o pedaço do ombro ingerido por Deméter, em mármore. Esta marca hamartía irá acompanhar toda geração descendente de Tântalo. E para ele, Tântalo, o pior dos castigos: enterrado vivo até a cabeça, com água e alimentos próximos, condenado a permanecer eternamente sedento e faminto. Quando perto de realizar sua satisfação, esta, invariavelmente, se afasta. É dessa linhagem maldita que sairão os irmãos Agamêmnon e Menelau, o marido de Helena. Portadores da maldição dos Atridas, da Casa de Atreu.
Sófocles, por sua vez irá discorrer sobre a maldição da Casa dos Labdácias, que tem início com o desrespeito a sagrada Lei da Hospitalidade, por parte de Laio que, ao nutrir uma condenável atração pelo filho de seu anfitrião, raptou o jovem Crísipo, filho do Rei Pélops, outro de família marcada. Muitos intérpretes constatam aqui o registro do início da pederastia na grécia. Teria sido Laio, pai de Édipo, pioneiro no hediondo crime de pedofilia? [...]"
A quem interessar, então, veja a continuação da mitologia sobre a história do tribunal de juri e sobre o voto de Minerva no site: http://www.esdc.com.br/CSF/artigo_matriarcado.htm
"A deusa grega Palas Athena (Minerva para os romanos), ao julgar o crime de matricídio cometido por Orestes, proferindo o voto de Minerva estabelece a superação de Thémis (Leis mais antigas matriarcado) por Diké (a Nova Lei patriarcado).
Um dos mais intrigantes julgamentos mitológicos que se tem registro na história de nossa civilização ocidental, ocorreu no Areópago de Atenas e chegou-nos pelas mãos pioneiras do veterano tragediógrafo Ésquilo. É na terceira obra de uma trilogia chamada Oréstia, intitulada Eumênides (548 a.C.) que a deusa da Sabedoria e da Justiça Palas Athena irá presidir com mestria o tribunal que julgará o crime de matricídio de Clitemnestra, mulher e assassina do lendário Rei de Esparta Agamêmnon, cometido por seu filho Orestes. O filme Tróia, do diretor alemão Wolfgang Petersen, estrelado pelo ator Brad Pitt, omite, dentre outros fatos, o desvario de Agamêmnon em sacrificar sua filha Ifigênia para conseguir atrair bons ventos e poder assim partir para conquista e pilhagem da antiquíssima e rica Tróia. O que motivará seu assassínio pela esposa.
Antes que sejamos acometidos pela confusão em meio a tanto sanguine coniunctae vamos esclarecer: Ésquilo e Sófocles são os primeiros (e insuperáveis) exponenciais da tragédia grega a abordar a hamartía, marca da maldição familiar, portanto, hereditária.
Ésquilo abordará o desdobramento da hybris (desmedida) iniciada por Tântalo ao sacrificar seu filho Pélops e oferecê-lo num banquete a fim de testar a onisciência dos deuses. Diz o mito que a deusa Deméter, tomada por preocupação e angústia devido ao desaparecimento da filha Perséfone, foi a única a, distraidamente, ingerir um pequeno pedaço da funesta iguaria. Os deuses decidem restituir a criança à vida e restauram o pedaço do ombro ingerido por Deméter, em mármore. Esta marca hamartía irá acompanhar toda geração descendente de Tântalo. E para ele, Tântalo, o pior dos castigos: enterrado vivo até a cabeça, com água e alimentos próximos, condenado a permanecer eternamente sedento e faminto. Quando perto de realizar sua satisfação, esta, invariavelmente, se afasta. É dessa linhagem maldita que sairão os irmãos Agamêmnon e Menelau, o marido de Helena. Portadores da maldição dos Atridas, da Casa de Atreu.
Sófocles, por sua vez irá discorrer sobre a maldição da Casa dos Labdácias, que tem início com o desrespeito a sagrada Lei da Hospitalidade, por parte de Laio que, ao nutrir uma condenável atração pelo filho de seu anfitrião, raptou o jovem Crísipo, filho do Rei Pélops, outro de família marcada. Muitos intérpretes constatam aqui o registro do início da pederastia na grécia. Teria sido Laio, pai de Édipo, pioneiro no hediondo crime de pedofilia? [...]"
A quem interessar, então, veja a continuação da mitologia sobre a história do tribunal de juri e sobre o voto de Minerva no site: http://www.esdc.com.br/CSF/artigo_matriarcado.htm
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