sábado, 9 de novembro de 2013

MINERVA

Minerva era a deusa romana das artes e da sabedoria. Correspondente à grega Atena.



Na religião romana primitiva
De acordo com Jesse Benedict Carter, vários dos deuses tradicionalmente associados a Roma, como Minerva, DianaVênusFortunaHérculesCastor e PóluxApoloMercúrioDisProsérpinaEsculápioMagna Mater, não faziam parte do panteão romano inicial, porque estes deuses representavam fases da vida que eram estranhos aos romanos. No período mais antigo, há poucas evidências do culto a Minerva no Lácio ou no sul da Itália, e é quase certo que ela era desconhecida em Roma.

Minerva, segundo este autor, teria sido introduzida na época de Sérvio Túlio, cuja sociedade não podia prever o que esta introdução significava, e sua importância para o desenvovimento futuro de Roma.
Carter sugere que o centro do culto de Minerva, na Itália, era Falérios, e foi a partir de Falérios que Minerva entrou em Roma, em três ocasiões: diretamente da cidade de Falérios, depois vinda de Falérios e atravessando a Etrúria e, finalmente, quando Roma capturou Falérios.
A deusa Minerva de Falérios, porém, tinha pouco em comum com a deusa Atena da Grécia, além de ser a deusa dos artesãos, pois a deusa grega tinha centenas de outros interesses, enquanto a pequena deusa dos camponeses de Falérios parecia só se interessar por um assunto. Em suas viagens pela Etrúria, a deusa teve contato com pessoas que conheciam a representação grega de Atena, e passaram a associar as duas deusas, mas Minerva continuou sendo, primariamente, a deusa do artesão e do trabalhador, a patrona do trabalho manual do homem em vez do trabalho intelectual, e foi assim que ela chegou a Roma.
No início, os trabalhadores romanos adoravam Minerva em suas casas, mas quando o número deles foi crescendo, a sua importância se espalhou para os romanos nativos, até que ela se tornou tão importante que o estado romano teve que reconhecê-la como uma deusa do estado. Diferente, porém, de Hércules e Castor, que foram recebidos dentro do pomerium, Minerva recebeu um templo do lado de fora, no Aventino.
Seu grande festival ocorria no dia 19 de março, uma data antes sagrada a Marte, mas devido às celebrações de Minerva, esta data deixou de ser associada a Marte. Seu templo se tornou o local de encontro dos artesãos de Roma, o que durou enquanto Roma foi pagã.
Minerva, logo após sua introdução, foi associada a Júpiter e Juno, formando a tríade capitolina. Foram construídos vários templos a Minerva, sob os vários aspectos de Atena com a qual ela foi sendo gradualmente identificada.
Características de Minerva

Estátua da Deusa Minerva do escultor François Gaspard Adam
Equivalente romana da deusa grega Atena, Minerva era filha de Júpiter, após este engolir a deusa Métis (Prudência). Com uma forte dor de cabeça, pediu a Vulcanoque abrisse sua cabeça com o seu melhor machado, após o qual saiu Minerva, já adulta, portando escudo, lança e armadura. Era considerada uma das três deusas virgens, ao lado de Diana e Vesta.
Deusa da sabedoria, das artes e da estratégia de guerra, era filha de Júpiter.
Minerva era para os atenienses a deusa da excelência, da misericórdia e da pátria.
O matriarcado e o voto de Minerva
Em busca de algo que possa ser interessante de fato para compartilhar com vocês e com intuito de que vocês consigam encontrar algo de bom que tento postar, achei interessantíssimo esse artigo de Félix (professora de Filosofia e Mitologia Greco-Romana da Escola Superior de Direito Constitucional). Espero que apreciem:

"A deusa grega Palas Athena (Minerva para os romanos), ao julgar o crime de matricídio cometido por Orestes, proferindo o “voto de Minerva” estabelece a superação de Thémis (Leis mais antigas – matriarcado) por Diké (a Nova Lei – patriarcado).

Um dos mais intrigantes julgamentos mitológicos que se tem registro na história de nossa civilização ocidental, ocorreu no Areópago de Atenas e chegou-nos pelas mãos pioneiras do veterano tragediógrafo Ésquilo. É na terceira obra de uma trilogia chamada “Oréstia, intitulada “Eumênides” (548 a.C.) que a deusa da Sabedoria e da Justiça Palas Athena irá presidir com mestria o tribunal que julgará o crime de matricídio de Clitemnestra, mulher e assassina do lendário Rei de Esparta Agamêmnon, cometido por seu filho Orestes. O filme “Tróia, do diretor alemão Wolfgang Petersen, estrelado pelo ator Brad Pitt, omite, dentre outros fatos, o desvario de Agamêmnon em sacrificar sua filha Ifigênia para conseguir atrair bons ventos e poder assim partir para conquista e pilhagem da antiquíssima e rica Tróia. O que motivará seu assassínio pela esposa.

Antes que sejamos acometidos pela confusão em meio a tanto sanguine coniunctae vamos esclarecer: Ésquilo e Sófocles são os primeiros (e insuperáveis) exponenciais da tragédia grega a abordar a hamartía, marca da maldição familiar, portanto, hereditária.

Ésquilo abordará o desdobramento da hybris (desmedida) iniciada por Tântalo ao sacrificar seu filho Pélops e oferecê-lo num banquete a fim de testar a onisciência dos deuses. Diz o mito que a deusa Deméter, tomada por preocupação e angústia devido ao desaparecimento da filha Perséfone, foi a única a, distraidamente, ingerir um pequeno pedaço da funesta iguaria. Os deuses decidem restituir a criança à vida e restauram o pedaço do ombro ingerido por Deméter, em mármore. Esta marca – hamartía – irá acompanhar toda geração descendente de Tântalo. E para ele, Tântalo, o pior dos castigos: enterrado vivo até a cabeça, com água e alimentos próximos, condenado a permanecer eternamente sedento e faminto. Quando perto de realizar sua satisfação, esta, invariavelmente, se afasta. É dessa linhagem maldita que sairão os irmãos Agamêmnon e Menelau, o marido de Helena. Portadores da maldição dos Atridas, da Casa de Atreu.

Sófocles, por sua vez irá discorrer sobre a maldição da Casa dos Labdácias, que tem início com o desrespeito a sagrada Lei da Hospitalidade, por parte de Laio que, ao nutrir uma condenável atração pelo filho de seu anfitrião, raptou o jovem Crísipo, filho do Rei Pélops, outro de família marcada. Muitos intérpretes constatam aqui o registro do início da pederastia na grécia. Teria sido Laio, pai de Édipo, pioneiro no hediondo crime de pedofilia? [...]"

A quem interessar, então, veja a continuação da mitologia sobre a história do tribunal de juri e sobre o voto de Minerva no site: http://www.esdc.com.br/CSF/artigo_matriarcado.htm



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