quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O TESOURO ASSÍRIO DE NIMRUD

Julieta Pedrosa*


O tesouro, que possui mais de 2.800 de história (data entre os séculos VIII e XIV aC), foi encontrado em tumbas perto do harém do palácio assírio da antiga cidade de Kalhu, mais tarde chamada Nimrud, às margens do rio Tigre, norte do Iraque. O sítio arqueológico encontra-se perto da atual cidade iraquiana de Mossul e é, praticamente, o único tesouro assírio encontrado com peças intactas, já que a quase totalidade das joias assírias foi derretida ou roubada ao longo dos séculos.

Antes desta descoberta, a única maneira de se ter uma idéia de como seria a joalheria assíria era através de representações em relevo encontradas em antigas edificações.  O tesouro é composto por 613 peças em ouro e prata, entre coroas, elmos, diadema, brincos, colares, amuletos e anéis, além de vasilhames feitos em cristal-de-rocha finamente lapidados e outros feitos em ouro. Várias joias ainda possuem as gemas empregadas na sua decoração.
O tesouro, encontrado em 1988 pelo arqueologista iraquiano Muzahim Mahmud e sua equipe, demorou dois anos para ser totalmente desvendado e faz parte do sítio arqueológico de Nínive, que contém 750 hectares e é considerado o maior do Oriente. O sítio foi escavado pela primeira vez em 1845, pelo arqueólogo britânico Henry Austen Layard - trabalho que durou até 1851 e revelou ao mundo esculturas (algumas colossais), baixos relevos e diversos objetos em mármore. Vários deles foram levados para o Museu Britânico de Londres, onde estão até hoje.
Entre as tumbas encontradas por Mahmud e sua equipe está a de Lullissu, rainha de Assurbanipal II, construtor do palácio. Em uma outra tumba, também de uma rainha, está a inscrição que ameaça a quem profanar as tumbas: “que seu espírito vague sedento”. Em somente uma das tumbas foram encontrados aproximadamente 22,5 quilos de ouro e prata em peças diversas.

Há alguns anos, quando Saddam Hussein invadiu o vizinho Kuwait, teve como resposta quase imediata o envolvimento dos Estados Unidos da América no conflito. O tesouro foi então escondido no mais secreto e seguro cofre nos porões do Banco Central iraquiano, mas durante o conflito o local foi inundado por um rompimento de canos de esgoto causado pela destruição de parte do prédio, em consequência de um ataque de um míssil norte-americano.
Em 2003, o Iraque foi invadido e ocupado pelo exército dos EUA. Dizem os especialistas que milhares de objetos foram roubados durante o processo de ocupação e até hoje estão desaparecidos. Era grande a preocupação sobre o paradeiro do tesouro de Nimrud mas, pouco tempo depois do estabelecimento das forças de ocupação americanas, arqueólogos iraquianos e funcionários do Museu de Bagdá, assistidos por representantes da revista National Geographic e por membros do governo e do exército dos EUA, retiraram dois milhões de litros de água do cofre e encontraram as peças do tesouro dentro de várias caixas de metal fechadas com cadeados. A água infiltrou-se em algumas caixas, mas nada que tenha deteriorado efetivamente o conteúdo das mesmas. Ao serem abertas, revelaram as magníficas peças do tesouro da realeza assíria. Retiradas, as peças foram devidamente limpas e voltaram a integrar o acervo do Museu de Bagdá, pertencente ao povo iraquiano.
O tesouro de Nimrud é comparado em esplendor ao do faraó Tutankamon.






*Julieta Pedrosa carioca, arquiteta formada pela UFRJ, pós-graduada em Análise de Projetos pela FGV, e com vários cursos em áreas da joalheria, é designer de joias e professora de História da Joalheria e de Gemologia Básica em Brasília, DF, onde mora. Suas joias exibidas em cidades do Brasil( Rio de Janeiro, Belo Horizonte São Paulo e Brasília), Portugal (Lisboa e Coimbra), Espanha ( Madrid), França ( Lyon), Itália (Vicenza), Suíça (St Gallen) e China ( Hong Kong), privilegiam as linhas curvas, a fauna e a flora brasileiras.






Tesouros com mais de 2 500 anos de existência

Tesouros de Nimrud foram achados em Bagdá


O famoso tesouro de Nimrud, desaparecido há dois meses em Bagdá, foi encontrado em boas condições em um cofre no Banco Central do Iraque em Bagdá, submerso em água de esgoto, segundo informaram autoridades do exército norte-americano.

Cerca de 50 itens, do Museu Nacional do Iraque, estavam desaparecidos desde os saques que seguiram à invasão de Bagdá pelas forças da coalizão anglo-americana.

Os tesouros de Nimrud datam de aproximadamente 900 a.C. e foram descobertos por arqueólogos iraquianos nos anos 80, em quatro túmulos reais na cidade de Nimrud, perto de Mosul, no norte do país.

Os objetos, de ouro e pedras preciosas, foram encontrados no cofre do Banco Central, em Bagdá, dentro de um outro cofre, submerso pela água da rede de esgoto.

Os tesouros, um dos achados arqueológicos mais significativos do século 20, não eram expostos ao público desde a década de 90. Uma equipe de pesquisadores dos Museu Britânico chegará na próxima semana a Bagdá para estudar como proteger os objetos. 

O famoso tesouro de Nimrud, desaparecido há dois meses em Bagdá, foi encontrado em boas condições em um cofre no Banco Central do Iraque em Bagdá, submerso em água de esgoto, segundo informaram autoridades do exército norte-americano.

Cerca de 50 itens, do Museu Nacional do Iraque, estavam desaparecidos desde os saques que seguiram à invasão de Bagdá pelas forças da coalizão anglo-americana.

Os tesouros de Nimrud datam de aproximadamente 900 a.C. e foram descobertos por arqueólogos iraquianos nos anos 80, em quatro túmulos reais na cidade de Nimrud, perto de Mosul, no norte do país.

Os objetos, de ouro e pedras preciosas, foram encontrados no cofre do Banco Central, em Bagdá, dentro de um outro cofre, submerso pela água da rede de esgoto.

Os tesouros, um dos achados arqueológicos mais significativos do século 20, não eram expostos ao público desde a década de 90. Uma equipe de pesquisadores dos Museu Britânico foi a Bagdá para estudar como proteger os objetos. 

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