Os Três
Mosqueteiros é um romance histórico escrito pelo francês Alexandre Dumas. Inicialmente publicado como folhetim no
jornal Le Siècle de março a julho de 1844, foi
posteriormente lançado como livro, ainda em 1844, pelas Edições Baudry, e
reeditado em 1846 por
J. B. Fellens e L. P. Dufour com ilustrações de Vivant Beaucé.
É o volume inicial
de uma trilogia,
romanceando fatos importantes dos reinados dos reis Luís XIII e Luís XIV e
da Regência que
se instaurou na França entre os dois governos.
O título previsto
inicialmente seria "Athos, Porthos e Aramis", mas foi alterado
para "Os Três Mosqueteiros" por sugestão de Desnoyers,
encarregado da secção de folhetins do "Siècle" (para quem o
título evocava aos leitores as três Parcas da mitologia grega). Dumas
aceitou este último título notando que seu absurdo (já que seus heróis são ao
todo quatro) contribuiria para o sucesso da obra1 .Em
1.993 a Disney fez
um remake do filme original estrelado por Chris O'Donnell no
papel de D'Artagnan. Em 2011 foi lançado um remake do filme original, um dos
atores é Logan Lerman que interpretou D'Artagnan.
Sinopse
Este livro conta a
história de um jovem abandonado de 18 anos, proveniente da Gasconha, D'Artagnan, que vai
a Paris buscando
se tornar membro do corpo de elite dos guardas do rei, os mosqueteiros. Chegando
lá, após acontecimentos similares, ele conhece três mosqueteiros chamados "os
inseparáveis": Athos, Porthos e Aramis. Juntos,
os quatro enfrentaram grandes aventuras a serviço do rei da França, Luís XIII, e
principalmente, da rainha, Ana de Áustria.
Encontram seus
inimigos na pessoa do Cardeal Richelieu e
seus guardas, além de Milady, uma bela mulher à serviço de Richelieu, que já
foi casada com Athos. Essa lista também inclui os huguenotes e
os ingleses, inimigos
da Coroa francesa.
Com seus numerosos
combates e suas reviravoltas romanescas, "Os Três Mosqueteiros"
é o exemplo típico do romance de capa-e-espada.
Resumo detalhado
A chegada a Paris
Na primeira
segunda-feira do mês de abril de 1625, o burgo de Meung vê o
jovem d'Artagnan, que pretende entrar para a companhia dos Mosqueteiros do
Rei, ser humilhado por dois desconhecidos, na verdade agentes do Cardeal Richelieu: Rochefort
e Milady de Winter. Rochefort lhe confisca uma carta de recomendação
escrita por seu pai para Monsieur de Tréville, capitão dos Mosqueteiros do Rei.
Já em Paris, mesmo sem a carta, d'Artagnan apresenta-se ao M. de Tréville, que
não pode lhe prometer um lugar na companhia. Saindo da entrevista, em
perseguição a Rochefort, que havia reconhecido da janela, d'Artagnan provoca
contra sua vontade três mosqueteiros para um duelo, ao esbarrar com Athos, ao se
enrodilhar no manto de Porthos e ao
apanhar do chão um lenço que comprometia Aramis.
Mas os duelos estão
proibidos. Felizes por flagrarem os mosqueteiros em delito, os guardas do
Cardeal interveem no momento em que d'Artagnan cruzava ferros com o primeiro
oponente. Os mosqueteiros recusam-se a entregar as armas e d'Artagnan junta-se
a seus ex-adversários para aumentar suas forças. Depois de um combate intenso,
em que os guardas são derrotados, os quatro jovens trocam votos de amizade. São
recebidos pelo Rei Luís XIII que, a princípio, pensa puni-los por
instigação de Richelieu. Ao tomar conhecimento dos fatos e movido pelo grande
carinho que tem por seus mosqueteiros, o rei os perdoa e ainda entrega 40
pistolas (antiga moeda francesa) para d'Artagnan que entra como cadete para
a guarda de M. de Essarts.
Os ferretes
da Rainha
Ana de Áustria,
rainha de França.
O jovem d'Artagnan
apaixona-se pela esposa de seu senhorio, Constance Bonacieux, arrumadeira da
rainha Ana de Áustria e
salva-a de ser capturada por Rochefort. Reconhecida, Constance revela ao
mosqueteiro que Richelieu procura comprometer a rainha, revelando a relação de
amizade que a mesma nutre pelo Duque de Buckingham, favorito do
Rei Carlos I da Inglaterra. A rainha, por
intermédio de Constance, envia d'Artagnan à Londres para
recuperar alguns ferretes de diamantes que ela havia oferecido imprudentemente
ao duque. Com efeito, instigado pelo cardeal, o Rei Luís XIII havia pedido que
a rainha aparecesse com a joia no próximo baile da corte. Para ter certeza que
a rainha não pudesse obedecer, Richelieu havia encarregado Milady de Winter de
subtrair dois dos ferretes de posse de Buckingham. D'Artagnan parte para a
Inglaterra com seus três companheiros e seus lacaios. Deixa pelo caminho
Porthos, em luta com um bêbado, Aramis, ferido no braço, e por fim Athos,
acusado de ser falsário. Ele atinge enfim a Inglaterra com um salvo-conduto roubado
ao Duque de Wardes, amante de Milady. O Duque de Buckingham, ao tomar ciência
do complô contra a rainha de França, aceita lhe dar os ferretes e ordena a seu
joalheiro pessoal que fabrique dois ferretes novos para substituir as joias
roubadas por Milady. D'Artagnan volta à Paris a tempo de salvar a rainha.
Após o baile,
Constance desaparece, raptada por ordem de Richelieu que consegue a
neutralidade de seu marido. D'Artagnan põe-se à procura de seus amigos,
deixados na estrada para a Inglaterra, antes de partir em busca de sua amada.
Encontra Porthos ferido no tornozelo e em seu orgulho, Aramis prestes a entrar
para um convento (consegue dissuadi-lo graças a uma carta de Madame de Chevreuse) e, por
fim, Athos crivado por dívidas de jogo. Os quatro amigos voltam a Paris onde M.
de Tréville os notifica de que devem preparar-se para juntar-se aos exércitos
do rei no Cerco de La Rochelle. Ele ainda
anuncia a d'Artagnan que o rei lhe concederia um lugar no regimento dos
mosqueteiros após o cerco. Durante os preparativos para a partida, d'Artagnan
reencontra Milady e seu cunhado, Lord de Winter, que provoca para um duelo.
Desistindo do duelo, ele consegue uma entrevista com Milady, a quem corteja.
Obtém seus favores e descobre que a dama fora marcada a ferro em brasa com uma
flor de lis. Furiosa por ser desmascarada, Milady tenta por duas vezes
assassiná-lo.
Em La Rochelle,
Athos, Porthos e Aramis cruzam com o Cardeal Richelieu ao cair da noite e
aceitam escoltá-lo até um albergue. Intrigados, os mosqueteiros demoram-se e
descobrem que o cardeal aguarda Milady, a quem encarrega de matar o Duque de
Buckingham ; em troca, ele lhe dará uma autorização em branco para
assassinar d'Artagnan sem correr o risco de ser encarcerada na Bastilha. Athos
reconhece em Milady sua esposa repudiada, Anne de Bueil, e lhe toma o papel..
Para escapar à
vigilância dos agentes do cardeal, os mosqueteiros tentam uma ação heroica indo
defender um bastião avançado, único local seguro para discutir a gravidade da
situação e tomar suas decisões. Lá encontram-se sós, sob fogo inimigo apenas
com seus quatro lacaios.
George
Villiers, Duque de Buckingham, por Rubens
Uma vez d'Artagnan
informado dos últimos acontecimentos, os quatro decidem escrever a Lord de
Winter para revelar a verdade sobre Milady. Em seguida, decidem perguntar à
rainha, por intermédio de madame de Chevreuse, onde se encontra Constance
Bonacieux. Decidido o plano com todo segredo, os mosqueteiros deixam o bastião
e voltam para o acampamento onde são acolhidos como heróis.
De volta à
Inglaterra, Milady é detida como prisoneira por seu cunhado. Ela, no entanto,
seduz seu carcereiro, John Felton, convence-o a assassinar o Duque de Buckingham e
volta para a França. Lá, por coincidência, refugia-se no convento das Carmelitas onde
já se encontra escondida Constance. Descobrindo a ligação entre a jovem e
d'Artagnan, Milady a mata no momento em que este chega para buscá-la, na
companhia de Athos, Porthos e Aramis. Ajudados pelo Lord de Winter e pelo carrasco de Lille -
irmãos de duas vítimas de Milady - os mosqueteiros capturam a assassina
em Armentières e a
submetem a um simulacro de julgamento. O veredito é unânime : culpada. A
sentença : a pena de morte, da qual se encarrega o carrasco de Lille. Os
mosqueteiros voltam para Paris, onde d'Artagnan é promovido a tenente pelo
cardeal com quem se reconcilia. Bate-se em duelo com Rochefort e acaba
igualmente por reconciliar-se com ele.
Contexto histórico
Em 1625, Luís XIII
reina sobre a França com seu Primeiro-Ministro, o Cardeal
de Richelieu. Sua esposa é Ana d'Áustria. Muito inexperiente para gerir os
negócios de estado, o rei não tem escolha senão apoiar-se sobre seu ministro,
cujo gênio político e estratégico asseguram a coesão e segurança do reino.
Dumas põe em
evidência o sentimento de desconfiança e as lutas de influência que ocupam
constantemente os dois homens. No romance, os dois confrontam-se secretamente
por intermédio de suas guardas pessoais. Dumas explora também a hostilidade
conhecida entre a rainha e o cardeal para fazer desta um das molas do caso dos
ferretes de diamante.
Personagens
históricos
O Cardeal de Richelieu no Cerco de la Rochelle(1627-1628)
por Henri-Paul
Motte (1881)
·
Cardeal de Ricardo :
insistindo na faceta privada do personagem tanto quanto na faceta pública,
detalhando sua capacidade para urdir intrigas para atingir seus fins pessoais,
mas sobretudo fazendo dele o antagonista dos heróis cobertos por valores
cavalheirescos, Dumas contribui para desenvolver a lenda sinistra de um
autocrata maquiavélico e distorcido.
·
Luís XIII de França : Dumas não se prende muito a este personagem
cujas qualidades, sobriedade, piedade e até mesmo castidade não seduziriam
mesmo a este escritor amante da boa carne e das mulheres. O rei aparece no
romance como marido fraco (e ciumento), à sombra de seu ministro. No entanto,
ele admira o heroísmo de seus mosqueteiros, o que o torna muito indulgente para
com eles. O rei também não fica de todo descontente ao deixá-los abater o
orgulho de Richelieu ao vencer seus guardas.
·
George Villiers, 1.° Duque de
Buckingham : Alexandre Dumas o pinta como suposto amante
da Rainha da França, Ana d'Áustria, e dá-lhe o estofo de personagem romântico,
sofrendo por um amor impossível.
·
A Rainha Ana de Áustria :
Dumas faz da personagem histórica vítima de um casamento político, presa das
perseguições do cardeal Richelieu. É abordado aquele período da vida da rainha
em que, não tendo ainda gerado um herdeiro para o trono da França, ela
atravessa uma fase difícil em seu casamento. Dumas idealiza sua beleza, seu
senso de honra, emprestando-lhe todos aqueles sentimentos amorosos que a tornam
ao mesmo tempo tocante e mais humana. Ela interpreta aqui o papel das "Donzelas"
dos romances de cavalaria, capaz de inspirar os arroubos heroicos dos bravos
Waldir play.
·
M. de Tréville, capitão dos mosqueteiros do
rei : Jean-Armand du Peyrer, Conde de
Tréville
·
D'Artagnan : Charles de Batz de Castelmore
d'Artagnan tinha apenas treze anos em 1625, data na qual
Dumas situa o início da ação do romance. Estaria com 15 anos na época do Cerco de La Rochelle;
·
Athos : Armand de Sillègue d'Athos
d'Autevielle;
·
Porthos : Isaac de Portau ;
·
Aramis : Henri d’Aramitz;
·
John Felton, o
assassino de Buckingham
Personagens fictícios
Constance Bonacieux, esposa do burguês Bonacieux,
encarregada das roupas da rainha e cortejada por d'Artagnan;
·
Rochefort, cavalheiro, agente do cardeal Richelieu;
·
M. Bonacieux, estereótipo do
pequeno burguês, covarde e invejoso;
·
Milady (nascida Anne de Bueil, também chamada
Milady de Clarick e Milady de Winter), antiga mulher de Athos, viúva do
anterior Lord de Winter; é o arquétipo da mulher fatal;
·
Lord de Winter, cunhado de Milady; um nobre;
·
Planchet : lacaio de Artagnan;
·
Mousqueton : lacaio de Porthos, com quem
divide a gula;
·
Bazin : lacaio de Aramis, a quem tenta em vão
fazer entrar para a Igreja;
·
Grimaud : lacaio de Athos, distingue-se por
ser taciturno;
·
Ketty : criada de Milady e apaixonada por
d'Artagnan;
·
Jussac : oficial dos guardas do Cardeal :
d'Artagnan o fere em duelo quando da batalha que sela sua amizade com Athos,
Porthos e Aramis.
Fontes
Alexandre Dumas Pai
O herói de "Os
Três Mosqueteiros" é baseado no personagem histórico Charles de Batz de Castelmore
d'Artagnan do regimento de Luís XIII de França : os "Cadetes da Gasconha". Seu nome é
citado em memórias e correspondências da época, notadamente nas de Madame de Sévigné. Alexandre Dumas dispunha
como fonte das "Memórias de M. D'Artagnan" de Gatien de Courtilz de Sandras redigidas
em 1700, 27 anos
após a morte de d'Artagnan2 .
Dumas pinça daí uma grande quantidade de detalhes que reescreve dentro de seu
estilo bastante pessoal.
O projeto deste
livro que dá origem à trilogia sobre
d'Artagnan e os Três Mosqueteiros é originalmente uma idéia de Auguste Maquet, constante
colaborador de Dumas, que o ajuda na redação do romance.
As memórias da
época em que ocorrem os eventos abordados pelo livro lhes fornecem um manancial
de intrigas, notadamente no episódio dos ferretes da rainha que é narrado, por
exemplo, por La Rochefoucauld no primeiro capítulo de suas "Memórias".
Sequências
O sucesso do
romance foi tal que o próprio Dumas o adaptou para o teatro e que dois outros
romances se seguiram, tomando os quatro mosqueteiros como personagens
principais, e formando a Trilogia dos Mosqueteiros : "Vinte Anos Depois",
lançado em 1845, e "O Visconde de Bragelonne", escrito
entre 1848 e 1850.
Posteridade
O romance conheceu
um enorme sucesso fora da França e foi traduzido para o inglês em três versões
diferentes desde 1846. A de
William Barrow é ainda a mais acurada.
"Os Três
Mosqueteiros" inspiraram imediatamente um grande número de autores que
lhe inventaram sequências, novos episódios ou que dele fizeram um pastiche com
maior ou menor verve. Existe mesmo um "site" que enumerou mais de uma
centena.
Mesmo com Dumas
ainda vivo, autores dramáticos e romancistas apossaram-se dos mosqueteiros. Em
1845, a comédia "Porthos à la recherche d'un équipement"
("Porthos à procura de um equipamento", em português) de
Anicet Dumanoir encenava um episódio do livro "Vinte Anos Depois" 6 . Em
1858 aparece "Os Amores de d'Artagnan" de Auguste Blanquet, que se
aproveita do hiato de vinte anos entre a ação de "Os Três Mosqueteiros"
e "Vinte Anos Depois" para imaginar uma sequência das
aventuras de d'Artagnan durante a Fronda. Com a
morte de Dumas, Albert Maurin tenta tirar proveito da popularidade sempre
intacta do mosqueteiro gascão com
"As Verdadeiras Memórias de d'Artagnan (1874), versão banal
romanceada das memórias de Courtilz de Sandras.
A mania pelos
"Três Mosqueteiros" continua, mais de um século e meio após a
aparição do romance de Dumas, com, por exemplo, o "D'Artagnan amoureux"
("D'Artagnan apaixonado") de Roger Nimier, adaptado
em 1970 para a televisão por Yannick Andrei, ou "Le Retour des trois
mousquetaires" ("O Retorno dos Três Mosqueteiros") de
um certo Nicolas Harin em 1997. Recentemente ainda, Martin Winckler escreveu
um romance, "Les Trois Médecins" (2006), em que a trama está
calcada na do romance de Dumas .
Se d'Artagnan se
torna o grande personagem favorito nestas adaptações, os outros personagens do
romance também inspiraram muitos autores : em 1886, o Teatro L'Ambigu
apresentava "Le fils de Porthos" ("O Filho de Porthos"),
cuja ação se passa no período que precede a revogação do Édito de Nantes e
coloca em cena o jovem e incandescente Joël, um bretão, filho de
Porthos, às voltas com as intrigas maquiavélicas de Aramis, único mosqueteiro
vivo 11 . Em
"Milady, mon amour" ("Milady, Meu Amor"), de
1986, o autor, Yak Rivais, embaraçado com
alguns aspectos do romance tornados repugnantes para as sensibilidades modernas
(por exemplo, no episódio da execução de Milady), reescreve a história com mais
indulgência para com este personagem.
Com "Os
Três Mosqueteiros", Dumas conseguiu este paradoxo de
popularizar o romance histórico fazendo um romance capa-e-espada e dar
carta de nobreza romance de ação, apoiando-o sobre a História. Criou um novo
herói positivo, o gascão sem dinheiro, ainda próximo do pícaro, porém
nobre e heroico, exímio espadachim e cavalheiro mas ainda humano com suas
fraquezas : a irrascividade de d'Artagnan, a vaidade de Porthos, a
ambivalência de Aramis (dividido entre Eros e São Pedro), a
melancolia e o alcoolismo de Athos impedem que os mosqueteiros sejam heróis
perfeitos (como o será no futuro Raul de Bragelonne, filho de Athos) mas torna
essas fraquezas sua força literária.
Dumas também
populariza um tipo de recito onde alternam-se duelos, intrigas políticas,
cavalgadas, raptos, passagens dramáticas e cômicas. A fórmula fará a fortuna
dos folhetins e
será ainda bastante usada até hoje em sua transposição para o cinema, quer seja
de forma atualizada ou não.
Mas a posteridade
de "Os Três Mosqueteiros", o "Um por todos !
Todos por um!" transcende amplamente os limites da
literatura. Para André Roussin,
dirigindo-se aos membros da Academia Francesa em 1980:
"É o mito da amizade entre os homens que, sob o duplo selo da lealdade
e da coragem, tornam-se invencíveis", e acrescenta ainda : "É
um grande mito para a juventude de um país. Pode-se ver, no tempo da
clandestinidade, a que grau de sofrimento e a que sacrifícios ele conduziu
milhares de jovens, mortos muitas vezes de forma atroz, para não contar o nome
de seus companheiros. Muitos dentre eles leram aos doze anos Os Três
Mosqueteiros e conservaram desta leitura o sentido sagrado da
fraternidade"
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