DIA: Terça-feira
CORES: Amarelo e verde (ou preto) e todas as cores do arco-íris
SÍMBOLOS: Ebiri, serpente, círculo, bradjá.
ELEMENTOS: Céu e terra
DOMÍNIOS: Riqueza, vida longa, ciclos, movimentos constantes.
SAUDAÇÃO: A Run Boboi!
Oxumaré (Òsùmàrè) é o orixá de todos
os movimentos, de todos os ciclos. Se um dia Oxumaré perder suas forças o mundo
acabará, porque o universo é dinâmico e a Terra também se encontra em constante
movimento. Imaginem só o planeta Terra sem os movimentos de translação e
rotação; imaginem uma estação do ano permanente, uma noite permanente, um dia
permanente. É preciso que a Terra não deixe de se movimentar, que após o dia
venha à noite, que as estações do não se alterem, que o vapor das águas suba
aos céus e caia novamente sobre a Terra em forma de chuva. Oxumaré não pode ser
esquecido, pois o fim dos ciclos é o fim do mundo.
Oxumaré mora no céu e vem à Terra
visitar-nos através do arco-íris. Ele é uma grande cobra que envolve a Terra e
o céu e assegura a unidade e a renovação do universo.
Filho de Nanã Buruku, Oxumaré é originário de Mahi, no antigo Daomé, onde é conhecido como Dan. Na região de Ifé é chamado de Ajé Sàlugá, aquele que proporciona a riqueza aos homens. Teria sido um dos companheiros de Odudua por ocasião de sua chegada a Ifé.
Filho de Nanã Buruku, Oxumaré é originário de Mahi, no antigo Daomé, onde é conhecido como Dan. Na região de Ifé é chamado de Ajé Sàlugá, aquele que proporciona a riqueza aos homens. Teria sido um dos companheiros de Odudua por ocasião de sua chegada a Ifé.
Dizem que Oxumaré seria homem e
mulher, mas, na verdade, este é mais um ciclo que ele representa: o ciclo da
vida, pois da junção entre masculino e feminino é que a vida se perpetua.
Oxumaré é um Orixá masculino.
Oxumaré é um deus ambíguo, duplo, que
pertence à água e a terra, que é macho e fêmea. Ele exprime a união de opostos,
que se atraem e proporcionam a manutenção do universo e da vida. Sintetiza a
duplicidade de todo o ser: mortal (no corpo) e imortal (no espírito). Oxumaré
mostra a necessidade do movimento da transformação.
Omulú é o irmão mais velho de
Oxumaré, mas foi abandonado por sua mãe por ter nascido com o corpo coberto de
chagas. Em tempo, não se pode condenar Nanã por esse ato, já que era um costume,
quase uma obrigação ritual da época, que se abandonassem as crianças nascidas
com alguma deformidade. O deus do destino disse a Nanã que ela teria outro
filho, belíssimo, tão bonito quanto o arco-íris, mas que jamais ficaria junto
dela. Ele viveria no alto, percorreria o mundo sem parar. Nasceu Oxumaré.
Oxumaré que fica no céu
Controla a chuva que cai sobre a terra.
Chega à floresta e respira como o vento.
Pai venha até nós para que cresçamos e tenhamos longa vida.
Controla a chuva que cai sobre a terra.
Chega à floresta e respira como o vento.
Pai venha até nós para que cresçamos e tenhamos longa vida.
Características dos filhos de Oxumaré
São pessoas que tendem à renovação e
à mudança. Periodicamente mudam tudo na sua vida (de maneira radical): mudam de
casa, de amigos, de religião, de emprego; vivem rompendo com o passado e
buscando novas alternativas para o futuro, para cumprir seu ciclo de vida:
mutável, incerto, de substituições constantes.
São magras. Como as cobras possuem
olhos atentos, salientes, difíceis de encarar, mas ‘não enxergam’. São pessoas
que se prendem a valores materiais e adoram ostentar suas riquezas; são orgulhosas,
exibicionistas, mas também generosas e desprendidas quando se trata de ajudar
alguém.
Extremamente ativas e ágeis, estão sempre em movimento e ação, não podem parar.
São pessoas pacientes e obstinadas na
luta pelos seus objetivos e não medem sacrifícios para alcançá-los. A dualidade
do orixá também se manifesta nos seus filhos, principalmente no que se refere
às guinadas que dão nas suas vidas, que chegam a ser de 180 graus, indo de um
extremo a outro sem a menor dificuldade. Mudam de repente da água para o vinho,
assim como Oxumaré, o Grande Deus do Movimento.
Um
lindo Itan sobre esse grande Orixá:
“A
grande Divindade do Arco-Íris era um reconhecido Babalawo (Pai do Segredo).
Diante de sua sapiência, prestava serviços somente ao Rei da cidade de Ifé, que
de certa maneira o explorava de forma contumaz. Para o Rei de Ifé, o fato de
Òsùmàrè ser o seu Babalawo pessoal já era o grande pagamento pelos serviços que
ele lhe prestara, afinal ele era o Rei e, muitos queriam estar no lugar de
Òsùmàrè, razão pela qual dava pequenas esmolas ao sábio Babalawo, que em nada
ajudavam em seu sustento.
Ferramenta de Oxumaré
Assim,
mesmo sendo o Babalawo do Rei, Òsùmàrè estava passando por grandes dificuldades
e já não conseguia sustentar a sua família. Dessa forma, resolveu consultar o
Ifá (o oráculo sagrado) para outras pessoas e não somente para o Rei, assim ele
conseguiria novamente poder oferecer uma vida melhor à sua esposa e filhos.
Contudo, o Rei de Ifé não aprovou o que Òsùmàrè estava fazendo e, solicitou que
fosse ao seu palácio. O Rei disse a Òsùmàrè que ele poderia estar feliz
consultando Ifá para as outras pessoas, mas ele o Rei, estava insatisfeito e,
por isso, não iria mais lhe “pagar” e não queria mais que ele fosse o seu
Babalawo. Òsùmàrè ficou desesperado, pois ele sabia que bastava uma ordem do
Rei e ninguém iria procurar pelos seus serviços.
No
mesmo dia a Divindade da Riqueza e Prosperidade Olokun Seniade, ordenou que todos
os Babalawos da cidade fossem até o seu reino, para saber o que deveria fazer
para ter filhos. Apesar da grande experiência dos Babalawos que lá estavam,
nenhum conseguiu responder à Olokun Seniade aquilo que tanto lhe tirava o sono.
No entanto, alguém lhe disse que Òsùmàrè, o Babalawo pessoal do Rei de Ifé não
estava presente, recomendando-lhe que procurasse a ajuda dele por desencargo de
consciência.
Assim
Olokun Seniade o fez, ordenou a um mensageiro que fosse buscar Òsùmàrè no
palácio do Rei de Ifé. Chegando lá, o Rei afirmou que havia dispensado os
serviços de Òsùmàrè, pois ele não lhe servia mais. O mensageiro de Olokun
Seniade percorreu as ruas de Ifé, perguntando por Òsùmàrè, até que finalmente
ele o encontrou, o levando até o palácio de Olokun.
Chegando
lá, Òsùmàrè consultou Ifá e disse para Olokun que teria filhos bonitos e
fortes, mas que para isso, seria necessário realizar uma determinada oferenda.
Como
forma de gratidão e agradecimento, Olokun convidou Òsùmàrè para ser o Babalawo
do seu palácio, que ele seria reconhecido e valorizado pelo seu grande
conhecimento. Olokun presenteou Òsùmàrè com aquilo que tinha de mais precioso,
as sementes do dinheiro (Owo Eyo – Búzios) e com um pano colorido.
Olokun
Seniade disse à Òsùmàrè que, sempre que ele usasse aquele pano, as suas cores
refletiriam no céu, nascendo dessa forma, o Arco-Íris.
Essa
linda história ilustra algumas importantes lições, seja sobre nossas vidas,
seja sobe as Divindades. Mostra que apesar das dificuldades que parecem
insolúveis, sempre existe a possibilidade de uma reviravolta em nossas vidas.
Mostra ainda a razão de o Arco-Íris representar o nosso Pai Òsùmàrè, bem como,
a razão da utilização dos búzios por ele e seus filhos, um grande presente de
Olokun.”
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