terça-feira, 17 de dezembro de 2013

WILLIAM RANDOLF HEARST

O percursor da “imprensa marrom”

William Randolph Hearst (San Francisco, 29 de abril de 1863  Beverly Hills, 14 de agosto de 1951)
foi um magnata da imprensa estadunidense.
Na época áurea, sua empresa, a Hearst Corporation, foi proprietária de 28 jornais, entre eles o San Francisco Examiner, o Chicago Examiner, o The New York Journal e o Boston American; e 18 revistas, entre as quais a Cosmopolitan e American Weekly. Possuía também cadeias de rádio e uma produtora de cinema.
Foi, alegadamente, o responsável pela morte do pioneiro cineasta Tomas Ince, ocorrida no iate de Hearst, numa festa oferecida por este, que durou um fim-de-semana de Novembro de 1924, onde se comemorava o aniversário de Ince. Contudo, as investigações policiais foram silenciadas e duraram pouco tempo, assim como nunca se ouviram os depoimentos dos ilustres convidados do iate naquele famigerado convescote. Promoções de trabalho, invulgares e súbitas, foram feitas a alguns dos convidados depois do acidente. Este episódio é relatado no filme "O Miado do Gato" de Peter Bogdanovich.Hearst é considerado um dos precursores da chamada "imprensa marrom". O filme Cidadão Kane, de Orson Welles, talvez tenha sido baseado em sua vida, embora Welles negasse publicamente tal circunstância.
Hearst também é conhecido por ter ajudado os nazistas na guerra psicológica contra a União Soviética. Hearst é o redator americano conhecido como sendo o "pai" da chamada imprensa amarela, e da imprensa sensacionalista.
William Hearst começou a carreira de redator em 1885, quando o seu pai George Hearst, milionário da indústria mineira, senador e redator, lhe deu a chefia do jornal São Francisco Daily Examiner. Assim começou também o império jornalístico de Hearst que de uma maneira definitiva iria deixar marcas profundas na vida e nos conceitos dos norte-americanos. Depois da morte do pai, William Hearst vendeu todas as ações da indústria mineira que herdou e começou a investir capital no mundo jornalístico. A primeira compra que fez foi o New York Morning Journal, um jornal de tipo tradicional que Hearst transformou totalmente num pasquim. Cujas notícias nele publicadas eram compradas a qualquer preço e quando não havia crueldades ou crimes violentos para contar cabia aos jornalistas e fotógrafos forjarem temas. É justamente esta a marca da "imprensa amarela", a mentira e a crueldade arranjada e servida como verdade. As mentiras de Hearst fizeram dele milionário e pessoa importante no mundo jornalístico, sendo em 1935 um dos homens mais ricos do mundo com uma fortuna calculada em 200 milhões de dólares. Depois da compra do Morning Journal, Hearst continuou a comprar e fundar jornais diários e semanários por todos os EUA. Na década dos anos 40, William Hearst era proprietário de 25 jornais diários, 24 semanários, 12 estações de rádio, duas agências de noticias mundiais, uma de notícias para filme, a empresa de filme Cosmopolitan e muito mais. Em 1948 comprou uma das primeiras estações de televisão dos EUA, a WBAL-TV em Baltimore. Os jornais de Hearst vendiam 13 milhões de exemplares diários com cerca de 40 milhões de leitores! Quase um terço da população adulta dos EUA lia diariamente os jornais de Hearst! E, além disso, muitos milhões de pessoas em todo o mundo recebiam a informação da imprensa de Hearst através dos serviços de noticias, filmes e uma série de revistas que eram traduzidas e editadas em grandes quantidades em todo o mundo. Os números acima citados mostram bem de que maneira o império de Hearst influenciou a vida politica americana e a vida politica do mundo em geral durante muitos anos, (entre outras coisas contra a participação dos EUA na segunda guerra mundial ao lado da União Soviética e nas campanhas anticomunistas de McCarthy na década 50).

Orson Wells no filme Cidadão Kane
Os conceitos de William Hearst eram extremamente conservadores, nacionalistas. A sua politica era a politica da extrema direita (republicana). Em 1934 fez uma viagem à Alemanha onde foi recebido por Hitler como convidado e amigo. Depois desta viagem os jornais de Hearst tornaram-se ainda mais reacionários, sempre com artigos contra o socialismo, contra a União Soviética e em especial contra Stálin. Hearst tentou também utilizar os seus jornais para fazer propaganda nazista abertamente, com uma série de artigos de Göring, considerado mão direita de Hitler. No entanto os protestos de muitos leitores obrigaram-no a parar a publicação e retirar os artigos. Depois da visita a Hitler os jornais sensacionalistas de Hearst vinham cheios de "revelações" sobre acontecimentos terríveis na União Soviética como assassinatos misteriosos, genocídios, escravidão, luxo para os governantes e fome para o povo, sendo estas as grandes "notícias" diárias. O material era dado a Hearst pela Gestapo, a polícia política da Alemanha. Estes artigos eram lidos diariamente por 40 milhões de pessoas nos Estados Unidos e milhões de outras em todo o mundo.

Hearst, na verdade, foi mais um defensor de suas ideias do que um jornalista defensor de ideais, um ganancioso comerciante das comunicações do que um correto e isento jornalista.   


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