Cidade Bíblica
Ur (em sumério: Urim; cuneiforme sumério: 𒋀𒀕𒆠 URIM2 ou 𒋀𒀊𒆠 URIM5 acádio: Uru )
foi uma importante cidade-estado na
antiga Suméria,
localizada nas proximidades da atual cidade de Tell el-
Muqayyar, na
província de Dhi Qar do Iraque.4 Embora na Antiguidade fosse
uma cidade litorânea, situada na foz do rio Eufrates,
no Golfo Pérsico, atualmente situa-se no interior do país, ao sul da margem direita do
Eufrates, a 16 quilômetros de Nassíria.
O
padroeiro da cidade era Nanna,
a divindade
lunar suméria, e o nome da
cidade deriva, em sua origem, do nome do deus, URIM2, grafia
clássica suméria deLAK-32.UNUGKI, literalmente "a
morada (UNUG) de Nanna (LAK-32)".
O
sítio arqueológico de Ur caracteriza-se pelas ruínas do Grande Zigurate de Ur, que continha o santuário de Nanna, escavado na década de 1930. O
templo foi construído no século XXI a.C. (cronologia
curta), durante o reinado de Ur-Nammu, e foi reconstruído no século VI a.C. por Nabonido. As ruínas abrangem uma área de 1200 metros de
noroeste a sudeste e 800 metros de nordeste a sudoeste, e se elevavam a 20
metros acima do nível atual da planície local.
De
acordo com o livro bíblico de Génesis, foi a terra natal de Abraão, patriarca dos hebreus, considerada também a maior cidade de sua
época. Em sua peregrinação, Abraão sai de Ur e vai para Harã e de lá para Canaã; nessa época muitos
clãs migravam para a região conhecida como Crescente Fértil .
História
História antiga
Pré-história
Os
arqueólogos descobriram evidências de uma ocupação antiga de Ur durante o período
Ubaida. Estes primeiros níveis foram
selados por um depósito estéril, interpretado como evidência do Dilúvio Universal mencionado na Bíblia pelos responsáveis pela escavação na
década de 1920. Atualmente sabe-se que a planície do sul da Mesopotâmia estava
exposta a enchentes regulares tanto do Eufratesquanto
do Tigre,
o com forte presença de erosões causadas pelo vento e pela água. A ocupação
sistemática de Ur apenas se torna clara durante sua emergência no terceiro
milênio a.C. (embora ela já fosse um centro urbano em desenvolvimento durante o
quarto milênio). O terceiro milênio a.C. costuma ser descrito como o início
da Idade do Bronze na Mesopotâmia,
que termina aproximadamente após o fim da Terceira Dinastia de Ur.
Terceiro milênio a.C. (Idade do Bronze inicial
Mesopotâmia no
terceiro milênio a.C.
Existem
duas principais fontes que os acadêmicos utilizam para determinar a importância
de Ur durante o início da Idade do Bronze. A primeira é o grande corpus de
documentos cuneiformes,
a maioria do império da chamada Terceira
Dinastia de Ur, no fim do milênio. À época,
este foi o Estado burocrático mais centralizado que o mundo conheceu. A
respeito dos séculos anteriores, a Lista de
Reis Sumérios apresenta, com alguma
incertidão, uma história política da antiga Suméria.
A
segunda fonte de informação é o trabalho arqueológico realizado no Iraque moderno. Embora os primeiros séculos
(primeira metade do terceiro milênio, e antes) ainda sejam pouco compreendidos,
as descobertas arqueológicas mostraram de maneira inequívoca que Ur era um
importante centro urbano da planície Mesopotâmica. Em especial a descoberta das
Tumbas Reais confirmaram este esplendor; estas tumbas, que datam ao período
Dinástico Antigo IIIa (aproximadamente século XXV ou XXIV a.C.), continham
quantidades enormes de itens luxuosos, feitos de metais preciosos e pedras
semipreciosas, que importados de locais distantes (nos atuais Irã, Afeganistão, Paquistão, Turquia, e nações do golfo Pérsico).6 Esta
riqueza, até então sem precedentes, é testemunho da importância econômica de Ur
durante o início da Idade do Bronze.
Estudos
arqueológicos da região também contribuíram enormemente à nossa compreensão do
cenário e das interações de longa distância que foram realizadas durante este
período arcaico. Sabe-se que Ur era o porto mais importante do golfo Pérsico,
que se estendia mais para o interior do que nos dias de hoje. Toda a riqueza
que chegava pelo mar à Mesopotâmia passava por Ur.
Até
agora as evidências dos períodos mais antigos do início da Idade do Bronze são
muito limitadas. Que Ur já era então um centro urbano importante parece ser
indicado por um tipo de selo cilíndrico,
os chamados Selos das Cidades. Estes selos contêm um grupo de sinais proto-cuneiformes que parecem ser insicrições ou símbolos
representando o nome de cidades-estados da Suméria antiga. Muitos destes selos
foram encontrados em Ur, e o nome de Ur aparece com destaque neles.
A terceira
dinastia teve seu início quando o
rei Ur-Nammu assumiu
o poder, governando entre cerca de 2047 a.C. e 2030 a.C. Durante seu governo
diversos templos, incluindo o zigurate, foram construídos, e a agricultura foi
aperfeiçoada através da irrigação.
Seu código de leis, o Código de Ur-Nammu (um de seus fragmentos foi identificado em Istambul, em 1952) é um dos documentos mais antigos do
gênero, antecedendo o Código de Hamurabi em pelo menos 300 anos. Tanto Ur-Nammu quanto seu sucessor, Shulgi, foram deificados ainda durante seus reinados,
e após sua morte Ur-Nammu continuou a ser considerado uma figura heróica: uma
das obras da literatura suméria que chegaram até os dias de hoje descreve a sua
morte, e sua jornada até o mundo inferior.10 Neste período, as casas da cidade eramvillas de dois andares e 13 ou 14 dormitórios,
com paredes interiores revestidas de gesso.
Ur-Nammu
foi sucedido por Shulgi, maior rei da Terceira Dinastia de Ur, que solidificou
a hegemonia de Ur e transformou o império num Estado burocrático altamente
centralizado. Shulgi governou por muito tempo (pelo menos 42 anos), e se
deificou no meio de seu reinado.
O
império de Ur continuou pelos reinados de três outros monarcas, Amar-Sin, Shu-Sin e Ibbi-Sin. Caiu para os elamitas por volta de 1940 a.C., durante o
24º ano real de Ibbi-Sin, um evento celebrado
pelo Lamento de
Ur. De acordo com uma
estimativa, Ur foi a maior cidade do mundo de 2030 a 1980 a.C.; sua população
era de aproximadamente 65.000 pessoas.
Idade do Bronze Tardia
A
cidade de Ur perdeu sua força política após o fim da Terceira Dinastia de Ur.
Ainda assim, sua posição geográfica importante no acesso ao golfo Pérsico
assegurou a importância econômica da cidade durante o segundo milênio a.C. O
esplendor da cidade, a potência do império, a grandeza do rei Shulgi, e,
indubitavelmente, a propaganda estatal eficiente perduraram por toda a história
mesopotâmica. Shulgi foi uma figura histórica conhecida durante os dois mil
anos seguintes, e as narrativas históricas das sociedades mesopotâmicas
conservaram nomes, eventos e mitologias em sua memória.
Idade do Ferro
Durante
o século VI a.C. foram realizadas novas edificações em Ur, sob o governo
de Nabucodonosor
II da Babilônia. O último rei
babilônio, Nabonido,
fez melhorias no zigurate. A cidade, no entanto, entrou em declínio por volta
de 550 a.C. e deixou de ser habitada após 500 a.C., talvez devido a uma seca causada pela mudança no traçado de alguns
rios, e ao assoreamento da saída para o golfo Pérsico.
Ur bíblica
Ur
é considerada por muitos estudiosos como sendo a cidade de Ur Kasdim mencionada no Livro do Gênesis (hebraico bíblico: em hebraico: אוּר), terra natal do patriarca Abraão (Ibrahim, em árabe),
que teria nascido, de acordo com a tradição, no segundo milênio a.C.
Ur
é mencionada quatro vezes na Torá e no Antigo Testamento, com a distinção de "dos Kasdim/Kasdin" - tradicionalmente
traduzidos como "Ur dos Caldeus". Os caldeus já habitavam a região por volta de 850
a.C., e seu nome é mencionado em Gênesis 11:28, 11:31, 15:7. No Livro de Neemias (9:7),
uma passagem que menciona Ur é parafraseada do Gênesis.
O Livro dos Jubileus afirma que Ur teria sido fundada em 1688 Anno Mundi,
por 'Ur, filho de Kesed', supostametne descendente de Arfaxade, acrescentando que naquele mesmo ano as
primeiras guerras teriam sido travadas na Terra.
"E
'Ur, o filho de Kesed, construiu a cidade de 'Ara dos Caldeus, e deu a ela este
nome em homenagem a seu próprio nome e ao nome de seu pai. [Kasdim]"
(Jubileus 11:3).
Ur na tradição islâmica
De
acordo com os textos islâmicos, o profeta Ibrahim (Abraão) teria sido
arremessado ao fogo em Ur. Nesta história, este fogo de Nimrod teria sido transformado em água, o que
salvou a vida de Ibrahim. Embora o Corão não mencione o nome do rei, estudiosos
muçulmanos descreveram Nimrod como sendo o rei com base nas fontes judaicas, especialmente o Livro de
Jasher (11:1 and 12:6).
Arqueologia
Escavações arqueológicas em Tell
el-Mukayyar, Iraque.
Em
1625, o sítio foi visitado por Pietro della Valle, que registrou a presença de tijolos antigos inscritos com símbolos estranhos,
e cimentados com bitume,
bem como peças, igualmente inscritas, de mármore negro, que pareciam ser selos.
O
sítio foi escavado pela primeira vez em 1853 e 1854, por John George
Taylor, vice-cônsul britânico em Basra de 1851-1859. Taylor trabalhava para
oMuseu Britânico, tendo recebido instruções para fazê-lo do Foreign
Office. Durante as escavações,
encontrou nos quatro cantos do topo do zigurate cilindros deargila que traziam uma inscrição de Nabonido (Nabuna`id), último rei da
Babilônia (539 a.C.),
encerrada com uma oração para seu filho, Belshar-uzur (Bel-ŝarra-Uzur),
o Belshazar do Livro de Daniel.
Foram encontradas evidências de restaurações anteriores do zigurate, feitas
por Ishme-Dagan, de Isin, e Shu-Sin, de Ur, e por Kurigalzu, um rei cassita da Babilônia do século XIV a.C. Nabucodonosor também
alegou ter reconstruído o templo. Taylor escavou também um edifício babilônico interessante,
a pouca distância do templo, que fazia parte de uma antiga necrópole babilônia.
Por toda a cidade Taylor encontrou vestígios abundantes de enterros realizados
em períodos posteriores; aparentemente, por ser considerada um local
santificado, Ur havia se tornado um local favorito para sepulcros, e passou a ser usada como necrópole após ter
deixado de ser habitada.
Como
de costume na época, suas escavações destruíram informações valiosas e deixaram
o monte exposto. Nativos passaram a utilizar os tijolos de 4000 anos de idade,
agora soltos, para suas próprias construções, durante os 75 anos seguintes em
que o sítio permaneceu abandonado. Após Taylor o sítio foi visitado por
diversos viajantes, dos quais quase todos encontraram antigos restos
babilônicos e pedras com inscrições e objetos históricos semelhantes expostos
na superfície; era considerado um local rico em achados e relativamente fácil
de ser explorado. Após algumas sondagens feitas em 1918 por Reginald
Campbell Thompson, H. R. Hill escavou o sítio
por uma temporada para o Museu Britânico, no ano seguinte, criando as fundações
para os esforços mais extensivos que se seguiram.
As
escavações de 1922 a 1934 foram bancadas pelo Museu Britânico e pela Universidade
da Pensilvânia, e lideradas pelo
arqueólogo Charles
Leonard Woolley. Um total de cerca de
1850 sepulcros foram encontrados, incluindo 16 que foram descritos como
"tumbas reais", que continham inúmeros artefatos valiosos, incluindo
o Estandarte de Ur. A maior parte destas tumbas reais datava de por volta de 2600 a.C. Entre
as descobertas estava a sepultura intocada de uma rainha que acreditou-se
ser Puabi — o nome foi conhecido a partir de um selo
cilíndrico encontrado na tumba, embora ela também contivesse dois outros selos
distintos. Muitas outras pessoas foram sepultadas com a rainha, numa forma
de sacrifício humano. Próximo ao zigurate foi descoberto o templo E-nun-mah, e os edifícios
E-dub-lal-mah (construído para um rei), E-gi-par (residência da alta
sacerdotisa), e E-hur-sag (edifício de um templo). Fora da região do templo,
muitas residências utilizadas para tarefas cotidianas foram encontradas. Também
foram realizadas escavações abaixo da camada que continha as tumbas reais; uma
camada espessa, de 3,5 metros de argila aluvial cobria os restos das habitações
mais antigas, juntamente com peças de cerâmica do período
Ubaida, primeiro estágio de
colonização do sul da Mesopotâmia. Woolley escreveu posteriormente diversos
artigos e livros sobre suas descobertas. Um de seus assistentes nas
escavações do sítio foi o arqueólogo Max
Mallowan. As descobertas feitas em Ur
ocuparam as manchetes da imprensa de todo o mundo após as descobertas das
Tumbas Reais, o que trouxe ao local muitos visitantes; um destes foi a célebre
escritora Agatha Christie, que após a visita acabou por se casar com Mallowan.
A
maior parte dos objetos escavados em Ur estão atualmente no Museu Britânico e
no Museu de Arqueologia e Antropologia da Universidade da
Pensilvânia. Neste último a exibição
"Passado Antigo do Iraque" foi aberta a visitantes no fim da
primavera de 2011, trazendo muitas das principais peças encontradas nas Tumbas
Reais.
Em
2009 foi assinado um acordo de cooperação entre uma equipe da Universidade da
Pensilvânia e estudiosos locais do Iraque para dar continuidade ao trabalho
arqueológico no sítio de Ur.
Restos arqueológicos
Embora
algumas das áreas que foram exploradas durante as escavações modernas tenham
sido cobertas novamente por areia, o Grande Zigurate está totalmente escavado, e continua a ser o marco mais visível e
bem-preservado no sítio. As célebres sepulturas reais, também conhecidas
como Mausoléus Neo-Sumérios, localizam-se a cerca de 250 metros a sudeste
do Grande Zigurate, num canto da muralha que cerca a cidade, e estão também
totalmente escavadas. Partes da área das sepulturas parecem precisar de obras
de consolidação ou estabilização estrutural.
Existem
inscrições cuneiformes (sumérias)
em diversas paredes; algumas estão totalmente cobertas por inscrições feitas em
tijolos de argila. O texto por vezes é difícil de ser lido, porém cobre a maior
parte das superfícies existentes. Grafitos modernos também acabaram sendo feitos nas
sepulturas, especialmente na forma de assinaturas feitas com canetas coloridas
(por vezes estes grafitos foram inscritos). O Grande Zigurate, por sua vez,
está muito mais coberto por grafitos, em sua maior parte gravados levemente em
seus tijolos. As sepulturas estão totalmente vazias; algumas delas são
acessíveis, enquanto a maioria está isolada para o público. Todo o sítio está
coberto por restos de cerâmica, de tal modo que é virtualmente impossível
colocar os pés em qualquer lugar sem pisar sobre estes restos. Muitas destas
cerâmicas estão cobertas por cores e pinturas. Muitos restos de cerâmica e até
mesmo restos humanos compõem muitas das paredes da área das tumbas reais;
especula-se se isto seria uma técnica antiga ou parte de uma restauração
moderna.
Em
maio de 2009 o Exército
dos Estados Unidos retornou oficialmente o
sítio de Ur às autoridades iraquianas, que declararam esperar desenvolvê-lo e
transformá-lo num destino turístico.
Descobertas
Estandarte encontrado
em escavações arqueológicas
A
primeira descoberta consistiu num recinto sagrado com os restos de cinco
templos que outrora envolviam, num semicírculo, o zigurate construído pelo Rei Ur-Nammu. Os exploradores pensaram tratar-se de
fortalezas, tão poderosos eram seus muros. O maior, ocupando uma superfície de
100x60m, era consagrado pelo deus da lua, outro templo ao culto de Nin-Gal, deusa da lua, e esposa de Nannar. Cada templo
tinha um pátio interior, circundado por uma série de compartimentos. Neles se
encontravam ainda as antigas fontes, com longas pias calafetadas a betume, e
profundos talhos de faca nas grandes mesas de tijolos, que permitiam ver onde os animais destinados
ao sacrifício eram mortos. Em lareiras situadas nas cozinhas dos templos, esses
animais eram preparados para o repasto sacrifical comum. Havia até fornos para
cozer pão. "Depois de 38 séculos", observou Woolley em seu relatório
da expedição, "podia-se acender novamente o fogo ali, e as mais antigas
cozinhas do mundo podiam ser utilizadas novamente."
Hoje
em dia, as igrejas, os tribunais, a administração das finanças, as fábricas são
instituições rigorosamente independentes entre si. Em Ur era diferente. O
recinto sagrado, a circunscrição do templo, não era dedicada exclusivamente ao
culto aos deuses. Além dos atos do culto, os sacerdotes desempenhavam muitas
outras funções. Foras as oferendas, recebiam os dízimos e os impostos. E isso
não se fazia sem o devido registro. Cada entrega era anotada em tabuinhas
de barro,
certamente os primeiros recibos de impostos de que se tem conhecimento.
Sacerdotes escribas englobavam
essa coleta de impostos em memorandos semanais, mensais e anuais.
Ainda
não se conhecia o dinheiro cunhado. Os impostos eram pagos em espécie: cada
habitante de Ur pagava à sua maneira. O azeite, os cereais, as frutas, a lã e o
gado iam para vastos depósitos; os artigos de fácil deterioração eram guardados
em estabelecimentos comerciais existentes no templo. Muitas mercadorias eram
beneficiadas no próprio templo, como nas tecelagens dirigidas por sacerdotes.
Uma oficina produzia doze espécies de vestes. Nas tabuinhas ali encontradas
estavam anotados os nomes das tecelãs empregadas e os meios de subsistência
conferidos a cada um. Até o peso de lã confiado a cada operária e o número de
peças de roupa prontas que daí resultava eram registrados com minuciosa
precisão. No edifício de um tribunal, foram encontradas, cuidadosamente
empilhadas, cópias de sentenças, tal como se faz em nossos tribunais de hoje.
A Ur dos caldeus
Havia já três invernos que a expedição anglo-americana trabalhavam nos
sítios da velha Ur, e esse singular museu da história primitiva da humanidade
ainda não havia revelado todos os seus segredos. Fora do recinto do templo os
exploradores experimentaram uma surpresa inaudita.
Ao
limparem uma série de colinas ao sul da torre escalonada, surgiram de repente
diante de seus olhos paredes, muros e fachadas dispostas umas ao lado das
outras, fila após fila. Pouco a pouco, as pás puseram a descoberta na areia um
compacto quadrado de casas cujas ruínas mediam ainda em algumas partes três
metros de altura. Entre elas passavam estreitas ruelas. Em alguns trechos, as
ruas eram interrompidas por praças.
Após
muitas semanas de trabalho árduo e remoção de inúmeras toneladas de cascalho,
apresentou-se aos escavadores um quadro inesquecível.
Sob
o avermelhado Tell al
Muqayyar estendia-se ao sol
brilhante toda uma cidade, despertada pelos incansáveis pesquisadores após um
sono de milênios! Woolley e seus colaboradores ficaram fora de si de alegria.
Pois diante deles estava Ur, aquela Ur dos Caldeus de que falava a Bíblia!
"Tomou
Terá a Abrão seu filho, e a Ló filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai sua
nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos Caldeus, a fim de ir
para a terra de Canaã; e vieram até Harã, e ali habitaram." (Gênesis
11:31).
Na
Bíblia: (Gn 11.28,31; 15.7 / Ne 9.7).
Fonte:
WIKIPÉDIA
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