Breve história dos samurais
Os
Samurais existiram por quase 8 séculos (do VIII ao XV),
ocupando o mais alto status social enquanto
existiu o governo militar nipônico denominado xogunato. Pessoas treinadas desde pequenos para seguir
o Bushido,
o caminho do guerreiro.
O samurai era
uma pessoa muito rígida moralmente, tanto que se seu nome fosse desonrado ele
executaria o seppuku (suicídio), pois em seu código de ética era preferível morrer com honra a viver sem a mesma.
Seppuku, suicídio honrado de um samurai em que usa uma tanto (faca) e com ela enfia no estômago e puxa-a para cima eviscerando-o. Uma
morte dolorosa e honrada.
Inicialmente,
os samurais eram apenas coletores de impostos e servidores civis do império. Era preciso
homens fortes e qualificados para estabelecer a ordem e muitas vezes ir contra
a vontade doscamponeses.
Posteriormente,
por volta do século X,
foi oficializado o termo "samurai",
e este ganhou uma série de novas funções, como a militar. Nessa época,
qualquer cidadão podia
tornar-se um samurai, bastando para isso adestrar-se no Kobudo (artes marciais samurais),
manter uma reputação e ser habilidoso o suficiente para ser contratado por um senhor feudal.
Assim foi até o xogunato dos Tokugawa,
iniciado em1603,
quando a classe dos samurais passou a ser uma casta. Assim, o título de "samurai" começou
a ser passado de pai para filho.
O
samurai mais famoso de todos os tempos foi Miyamoto Musashi (1584—1645), um guerreiro que veio do campo, participou
da batalha de Sekigahara e iniciou um longo caminho de aperfeiçoamento. Ele derrotou os
Yoshioka em Edo (atual Tóquio) e venceu o grande Sasaki Kojirō,
outro grande samurai.
Pelo
fim da era Tokugawa, os samurais eram burocratas aristocráticos ao serviço dos daimiô, com as suas espadas servindo para fins
cerimoniais. Com as reformas da era Meiji,
no final do século XIX,
a classe dos samurais foi abolida e foi estabelecido um exército nacional ao estilo ocidental. O rígido
código samurai, chamado bushido, ainda sobrevive, no entanto, na atual
sociedade japonesa, tal como muitos outros aspectos do seu modo de vida.
Os
Samurais, como classe social, deixaram de existir em 1868, com a restauração Meiji, quando o imperador do Japão retomou o poder do país.
Seu
legado continua até nossos dias, influenciando não apenas a sociedade japonesa,
mas também o ocidente.
Nomenclatura
O
nome "samurai" significa, em japonês,
"aquele que serve". Portanto, sua maior função era servir, com
total lealdade e
empenho, o Imperador. Em troca disso recebiam privilégios terras e/ou
pagamentos, que geralmente eram efetuados em arroz, numa medida denominada koku (200 litros).
Um
termo mais apropriado para Samurai é bushi (武士)
(significando literalmente "guerreiro ou homem de armas") que era
usado durante o período Edo.
No entanto, o termo "Samurai" refere-se normalmente à nobreza guerreira e não por exemplo à infantaria alistada. Um samurai sem ligações a
um clã ou daimyō era chamado de ronin (literalmente "homem-onda").
Rōnin são também samurais que largaram a sua honra ou aqueles que não cumpriram
com o seppuku,
que significa dividir a barriga, de modo a repor a honra do seu clã ou família. Samurais ao serviço do han eram chamados de hanshi.
Era
esperado dos Samurais que eles não fossem analfabetos e que fossem cultos até um nível básico, e
ao longo do tempo, durante a era Tokugawa (também chamada de período Edo),
eles perderam gradualmente a sua função militar.
Tal
relação de suserania e vassalagem era muito semelhante à da Europa medieval,
entre os senhores feudais e os seus cavaleiros. Entretanto, o que mais difere o samurai de
quaisquer outros guerreiros da antiguidade é
o seu modo de encarar a vida e seu peculiar código de
honra e ética.
Após
tornar-se um bushi (guerreiro
samurai), o cidadão e sua família ganhavam o privilégio do sobrenome. Além disso, os samurais tinham o direito (e o dever) de carregar consigo um par de espadas à cintura, denominado "daishô": um verdadeiro símbolo samurai. Era composto por uma espada curta
(wakizashi),
cuja lâmina tinha aproximadamente 40 cm, e uma grande (katana), com lâmina de 60 cm.
Todos
os samurais dominavam o manejo do arco e flechas. Alguns usavam também bastões, lanças e outras armas como a foice e corrente (kusarigama) ejutte.
Eram
chamados de ronin os
samurais desempregados: aqueles que ainda não tinham um daimyo para servir ou quando o senhor dos mesmos
morria ou era destituído do cargo.
Os
samurais obedeciam a um código de
honra não-escrito
denominado bushidô (caminho
do guerreiro). Segundo esse código, os samurais não poderiam demonstrar medo ou covardia diante de qualquer situação.
Havia
uma máxima entre eles: a de que a vida é limitada, mas o nome e a honra podem durar para sempre. Por causa disso,
esses guerreiros prezavam
ahonra, a imagem pública e o nome de seus ancestrais
acima de tudo, até da própria vida.
A morte, para o samurai, era um meio de perpetuar a sua
existência. Tal filosofia aumentava a eficiência e a não-hesitação em campos de
batalha, o que veio a tornar o samurai, segundo alguns estudiosos, o mais letal
de todos os guerreiros da
antiguidade.
Talvez
o que mais fascine os ocidentais no estudo desses lendários guerreiros é a
determinação que eles tinham em freqüentemente escolher a própria morte ao
invés do fracasso. Se derrotados em batalha ou desgraçados por outra falha, a honra
exigia o suicídio em um ritual denominado harakiri ou seppuku. Todavia, a morte não podia ser rápida ou
indolor. O samurai fincava a sua espada pequena no lado esquerdo do abdômen, cortando a região central do corpo, e
terminava por puxar a lâmina para cima, o que provocava uma morte lenta e
dolorosa que podia levar horas. Apesar disso o samurai devia demonstrar totalautocontrole diante
das testemunhas que
assistiam ao ritual. No entanto, dispunham de um assistente neste momento, que
deceparia sua cabeça ao menor sinal de fraqueza para que sua honra fosse
igualmente preservada. Normalmente eram escolhidas pessoas próximas
(familiares, amigos) da pessoa que estava cometendo o seppuku para ajudar como
assistente. Tal "cargo" era considerado de grande honra.
A
morte, nos campos de batalha, quase sempre era acompanhada de decapitação.
A cabeça do derrotado era como um troféu, uma prova de que ele realmente fora vencido.
Por causa disso, alguns samurais perfumavam seus elmos com incenso antes de partirem para a guerra, para que
isso agradasse o eventual vencedor. Samurais que matavam grandes generais eram recompensados pelos seus daimyo, que
lhe davam terras e mais privilégios.
Ao
tomar conhecimento desses fatos, os ocidentais geralmente avaliam os samurais
apenas como guerreiros rudes e de hábitos grosseiros, o que não é verdade. Os
samurais destacaram-se também pela grande variedade de habilidades que
apresentaram fora de combate. Eles sabiam amar tanto as artescomo a esgrima, e tinham a alfabetização como parte obrigatória do currículo.
Muitos eram exímios poetas, calígrafos, pintores e escultores. Algumas formas de arte como o Ikebana (arte dos arranjos florais) e a Chanoyu (arte do chá) eram também consideradas artes marciais,
pois treinavam a mente e
as mãos do
samurai.
O
caminho espiritual também fazia parte do ideal de homem perfeito que esses
guerreiros buscavam. Nessa busca os samurais descobriram o Zen-budismo,
como um caminho que conduzia à calma e àharmonia.
Os
samurais eram guerreiros que davam muita importância ao seu clã (família) por
isso se algum membro da família do samurai morresse por assassinato ele teria
que matar o assassino para assim reconquistar sua honra.
Artes marciais dos Samurais
Os
samurais prezavam particularmente o treinamento militar. Através das artes
marciais, era fortalecida tanto a sua técnica quanto o seu espírito. Mais do que acertar um alvo com sua flecha ou
cortar algo com sua espada, um samurai sempre visava refinar seu espírito, com
a autodisciplina e o autocontrole, para assim estar sempre preparado para as
situações mais adversas possíveis.
Tal
preocupação com o espírito que ajudou as artes Samurai a se salvar de sua
extinção na Restauração Meiji (época em que os samurais viraram burocratas a
serviço do governo). O Kobudo,
como são conhecidos os estilos de combate criados pelos samurais ainda é
praticado até nossos dias. O Kobudo envolve uma grande gama de armas diferente
e técnicas, como o Kenjutsu (arte
de combater com espadas), Iaijutsu (arte de desembainhar a espada em
combate), Naginatajutsu (luta com alabarda), Sōjutsu ou Yarijutsu (arte da lança), Jojutsu e Bōjutsu e uma forma de Taijutsu. A maioria destas artes tiveram versões
modernizadas (Gendai budō)
no século XX,
como o Kendō, Iaidō, Jōdō, Aikido, Judô e Jiu-Jitsu por exemplo. Tanto o Kobudo como o Gendai
Budo são praticados hoje em dia, muitas vezes se complementando.
Armadura
Uma armadura típica dos samurais era composta por
diversos detalhes importantes, sofrendo mudanças de acordo com o período
histórico, o clã e a classe do samurai. As usadas para batalhas a cavalos, chegavam a pesar até quarenta quilos.1
Suneate: Duas lâminas verticais presas na canela por juntas ou correntes.
Yugate: Luvas feitas de couro.
Kotê: São as mangas que
protegiam os antebraços e punhos, poderiam ser feitas de diversos materiais,
como tecido,
couro ou lâminas de metal.
Dô: Protetor para o abdômen.
Kusazuri: Um tipo de saia feita de lâminas de metal
presas a um cinto de
couro e amarradas no Dô, servia para proteger o quadril e as coxas.
Sode: Protetor de ombros feito de lâminas de metal.
Hoate: Máscara que variavam muito de modelo,
conforme o período.
Kabuto: Capacete, que também variavam muito de modelo, conforme
o período. Simbolizavam o poder e status do samurai.
Horo: Capa,
feita de seda utilizada
como aparador de flechas, também levava consigo o desenho do clã o qual o
samurai participava.
O Samurai na sociedade japonesa
Os
samurais eram treinados militarmente desde a infância, e formavam uma casta respeitadíssima e
hereditária. Moldados no treinamento e educação espartanos, sua conduta era
rígida e baseada num código restrito chamado Bushido (o caminho guerreiro), que enfatizava as
qualidades de lealdade, bravura e resistência. Quando derrotados ou
desonrados, praticavam o Seppuku, o suicídio sagrado e ritualístico, em que o guerreiro abria o próprio ventre com uma faca.
A
Sociedade Japonesa, durante o período do xogunato, abaixo dos nobres, dos
senhores feudais e dos grandes líderes militares, dividia-se em 4 classes
principais: samurais, lavradores, artesãos e mercadores. Os samurais, a classe dos guerreiros, que
compreendia cerca de 3 a 8 por cento do total da população, destacava-se como
casta por poder portar armas legalmente, as quais eram proibidas às outras
pessoas; a eles, samurais, quais cabiam a responsabilidade de manter a ordem.
Os
samurais tinham privilégios, como o livre direito de ação; diante deles, em certas
ocasiões, as pessoas das classes mais baixas deviam lhes reverenciar, como ato
de respeito. Por lei,
um direito chamado kirisute gomen dava
a um samurai o poder de eliminar com sua espada qualquer um das castas mais
baixas que não o respeitasse. Os samurais, como casta, terminaram com a
extinção do feudalismo.
Sem
ter a quem servir, entraram na luta contra o império, numa série de revoltas
iniciadas em 1870,
que foram abafadas pelo exército imperial. Os sobreviventes das revoltas, homens
com séculos de orgulho, honra e cultura guerreira, se degradaram e terminaram
seus dias com bandoleiros ou mendigos.
Casamento samurai
Geralmente
o casamento era arranjado pelos pais, com o consentimento silencioso dos
jovens. Mas, também não se descartava a hipótese dos próprios jovens arrumarem
seus pretendentes. Na maioria dos casos segundo os velhos costumes, as preliminares eram
confiadas a um (uma) intermediário(a).
Nas
famílias dos samurais, a monogamia tornou-se regra, mas no caso de esterilidade da
mulher, o marido tinha
o direito de possuir uma "segunda esposa" (como na aristocracia),
pertencente à mesma classe ou de casta inferior. Mas depois no século XV,
esse costume acabou, no caso do casal não ter filhos e assim sendo não
possuir herdeiros,
recorria-se ao processo de 'yôshi' (adoção)
de um parente ou de um genro.
Como norma geral o casamento constituía assunto estritamente familiar e se
realizava dentro dos limites de uma mesma classe.
Contudo,
os interesses políticos às vezes rompiam as barreiras dos laços familiares,
transformando o matrimônio em
assunto de estado. Na aristocracia existiu um famoso ocorrido, o caso da
família Fujiwara que, a fim de manter a hegemonia da família nas altas posições
junto à corte, casou suas filhas com herdeiros do trono e outros membros da
família imperial. De modo semelhante, os chefes de clãs samurais promoviam
políticas de alianças por meio de casamento, dando suas filhas em matrimônio a
senhores vizinhos ou outras pessoas influentes.
Esposa, a mulher samurai
Na
classe samurai, mesmo não tendo uma autoridade absoluta, a mulher ocupava uma
posição importante na família. Quase sempre dispunha de um controle total
das finanças familiares, comandando os criados e
cuidando da educação dos filhos e filhas (sob orientação do marido).
Comandavam
também a cozinha e
a costura de
todos os membros da família. Tinham a importante missão de incutir na mente das
crianças (meninos e meninas), os ideais da classe samurai que eram: não ter
medo diante da morte; piedadefilial;
obediência e lealdade absoluta ao senhor; e também os princípios fundamentais
do budismo e confucionismo.
Com
todas essas responsabilidades, a vida de esposa de um samurai não era nada invejável. Com
muita frequência, o samurai estava ausente prestando serviço militar ao
seu senhor; e em tempo de guerra o samurai às vezes era forçado a defender seu
lar, pois conforme os reveses da batalha poderiam virar alvo de ataques
inimigos.
Nessas
ocasiões de perigo para a família, não era difícil a mulher combater ao lado do
marido, usando de preferência a 'naginata' (alabarda), arma que aprendiam a manejar desde
cedo.
Mesmo
não tendo o refinamento das damas da nobreza, pela qual os samurais nutriam certo desprezo,
a mulher samurai possuía conhecimentos dos clássicos chineses e sabia
compor versos na
língua de Yamato,
ou seja, no japonês puro, usando 'kana'.
As crônicas de guerra, como o 'Azuma Kagami',
contam-nos que esposas de samurais lutavam na defesa de seus lares, empunhando
alabarda, atirando com arco ou até acompanhando seus maridos nos campos de
batalha. Essas mulheres demonstravam muita coragem ao enfrentarem o perigo sem
medo.
Sem
perder a feminilidade essas esposas, cuidavam de sua aparência vestiam-se com
esmero; gostavam de manter a pele clara, usando batom e pintando osdentes de preto (tingir os dentes de preto era
hábito de toda mulher casada), tiravam a sobrancelha e
cuidavam com muito carinho dos longos cabelosescuros.
Fonte:
Wikipédia
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