A arquitetura
barroca (AO 1945: arquitectura barroca) é o estilo arquitetónico praticado durante o
período barroco, que inicia-se a partir do século XVII e
decorre até a primeira metade do século XVIII. A
palavra portuguesa "barroco"
define uma pérola de
formato irregular.
Considerando
que o Renascimento contou com a riqueza e o poder dos tribunais italianos e era
uma mistura de forças seculares e religiosas, o Barroco foi, pelo menos
inicialmente, diretamente ligada à Contra-Reforma, um movimento dentro da
Igreja Católica a reformar-se, em resposta para a Reforma Protestante. A arquitetura barroca e seus enfeites eram por outro lado mais
acessíveis para as emoções e, por outro lado, uma declaração visível da riqueza
e do poder da Igreja. O novo estilo manifestou-se, em particular, no contexto
das novas ordens religiosas, como os Teatinos e os jesuítas que
visam melhorar a piedade popular.
O
barroco é libertação espacial, é libertação mental das regras dos tratadistas,
das convenções, da geometria elementar.
É libertação da simetria e da antítese entre espaço interior e exterior. Por
essa ser a vontade, de libertação, o barroco assume um significado do estado
psicológico de liberdade e
de uma atitude criativa liberta de preconceitos intelectuais e formais. É a
separação da realidade artística do maneirismo. A arquitetura barroca ocorreu em vários
países católicos da
Europa como Itália, Áustria, Espanha e Portugal. Países protestantes como
a Inglaterra não apresentam a arquitetura barroca.
O barroco e a religião
O Concílio de Trento, o 19º concílio ecuménico, convocado pelo Papa Paulo III para
assegurar a unidade de fé e a disciplina eclesiástica, realizou-se de 1545 a 1563, no contexto da reação da Igreja Católica à
cisão vivida na Europa do século XVI,
diante da Reforma Protestante. É conhecido como o Concílio da Contra-Reforma e
foi o mais longo da história da Igreja.1
O
Concílio emitiu numerosos decretos disciplinares, em oposição aos protestantes
e estandardizou a missa, abolindo largamente as variações locais. Regulou
também as obrigações dos bispos e confirmou a presença de Cristo na eucaristia.
Definiu,
de forma explícita, que a arte deve estar a serviço dos ritos da Igreja,
através de imagens, tidas como elementos mediadores entre a humanidade e Deus.
Os protestantes iconoclastas criticam precisamente esse amplo uso de imagens sagradas. Para os
teóricos da Contra-Reforma, no entanto, tais imagens constituem um meio
privilegiado de doutrina cristã e da história sagrada.
O barroco e a forma
Em
termos artísticos, o barroco via utilizar a escala como valor plástico de primeira grandeza.
Os efeitos volumétricos são também elementos essenciais na arquitectura barroca.
Principais artistas e obras da arquiteturas
barroca
Os
últimos edifícios romanos de Michelangelo,
particularmente a Basílica de São Pedro, podem ser considerados precursores da arquitetura barroca. Seu
discípulo Giacomo della Porta continuou esse trabalho em Roma, especialmente na fachada da
igreja jesuíta Il Gesù, o que leva diretamente para a mais importante
fachada da igreja do início do barroco, Santa Susanna (1603), de Carlo Maderno.3
Características
distintivas de artistas da arquitetura barroca podem incluir:
Francesco Borromini, que entre muitas obras construiu em Roma o San
Carlo alle Quattro Fontane.
Surge aí a associação entre elementos retos e elementos curvos,
utilizando formas
ambivalentes. A fachada é visualmente dinâmica, o que não deixa os espectadores parados. Exibe
uma complexidade em termos de organização, côncava, convexa e reta; é este dinamismo que o barroco impõe. Cria-se um portal monumental,
que joga com várias formas, desloca-se o sino para a zona da fonte, em vez da
zona central, destacando assim também a importância da fonte, como elemento
criativo e funcional integrado naarquitectura.
Borromini foi ainda o autor de igreja de
Sant'Agnese in Agone,
na Piazza Navona, e de Sant'Andrea delle Fratte, ambas em Roma.
O francês François Mansart é um dos mais importantes arquitectos do barroco, com obras tão importantes como Château
de Masons (hoje Château
de Masons-Laffitte), a igreja
do Val-de-Grâce'' e o Temple du
Marais (estes dois últimos em
Paris).
Louis Le Vau foi o autor do Château de
Vaux-le-Vicomte, considerada como uma das
influentes obras da época. A relação pátio-jardim é verdadeiramente
revolucionária. Os jardins, projectados por André Le Nôtre, deixam de ser um mero complemento do edifício e ganham um
prolongamento que vai para além da construção do château em
si. Os jardins de Le Nôtre, sempre fortemente marcados pela axialidade, tocam,
a partir do olhar do observador, no horizonte, realizando o que o autor C.
Norberg Schulz chama de experiência de um espaço infinito.
Jules
Hardouin-Mansart é outro importante
arquiteto do barroco, cujas obras mais importantessão o Palácio de Versailles, em que a planta é elíptica e os jogos de luz criam contrastes visuais. ACatedral de Saint-Louis-des-Invalides e o Grand Trianon também são de sua autoria.
Claude Perrault é outro importante arquitecto francês, ainda que menos célebre. A
fachada oriental que desenhou para o Palais du Louvre é
um excelente exemplo da arquitectura barroca francesa. Em todo o espaço cria-se
uma multiplicidade cenográfica. O muro não é entendido como um limite, mas como
realidade espacial privilegiada para conter movimento.
Extraído do Wikipédia
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