Cidade mundialmente conhecida através
do filme homônimo
Casablanca (em árabe: الدار البيضاء; transl.: ad-Dhar-al-Bayda) é a
maior cidade de Marrocos, na costa
atlântica do país, e uma das maiores do Norte de África. Tem cerca
de 5,5 milhões de habitantes. É o
maior porto e o maior centro industrial e comercial de
Marrocos.
Além de locais muito conhecidos como a Mesquita
Hassan II, Casablanca deve o seu maior sucesso e fama ao filme americano
“Casablanca” filmado em 1942.
O filme Casablanca foi dirigido por Michael Curtiz,
e teve a participação de atores muito famosos de Hollywood tais como Humphrey
Bogart, Ingrid Bergman, Paul Henreid, Claude Rains, Conrad Veidt, Sydney
Greenstreet, Peter Lorre e Dooley Wilson, e se tornou um clássico da
cinematografia mundial.
A cidade possui uma
praça principal, da qual irradiam diversas avenidas. Na generalidade, os
edifícios constituem uma versão francesa da arquitetura árabe-andaluza,
brancos com linhas simples, sendo de especial interesse a área da Praça das
Nações Unidas, onde se localizam as maiores infraestruturas.
Foi completamente
destruída pelo terramoto de 1755. Nessa
época instalaram-se na cidade muitos mercadores espanhóis passando Casa Branca
a ser conhecida como Casablanca. Foi ocupada em 1907 pelos
franceses que promoveram o seu desenvolvimento.
Durante a Segunda Guerra Mundial, em Janeiro de
1943, foi o palco de uma conferência entre
o presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill.
Antes do Protetorado Francês
A área que hoje
Casablanca ocupa foi colonizada pelos berberes, por volta
do século X a.C. Foi utilizada como porto pelos fenícios e
depois pelos romanos. Um
pequeno reino independente, na zona com o nome de Anfa, surgiu na
zona em resposta aos árabes muçulmanos, e continuou a existir até à sua
conquista pelos Almorávidas em
1068.
Durante
o século XIV, sob os Merínidas, a cidade
aumentou em importância como porto e, no início do século XV, tornou-se
novamente independente. Surgiu como um porto seguro para os piratas, o que
conduziu a ataques por parte dos portugueses, que a
nomeavam Anafé, e que destruíram a cidade em 1468. Os portugueses usaram as
ruínas para construir uma fortaleza militar
em 1515. A povoação que cresceu em torno dela era, de acordo com algumas
fontes, chamada "Casa Branca", e daí o nome atual. Anfa é hoje o nome
um bairro a oeste no centro da cidade. Os portugueses abandonaram a zona
definitivamente em 1755 na sequência do grande sismo que a
destruiu, e o núcleo urbano foi reconstruído pelo sultão de Marrocos a partir
de 1757.
A cidade e a Medina
de Casablanca como hoje existe foram fundadas em 1770 pelo sultão Mohammed ben Abdallah (1756-1790), neto de Moulay Ismail. A cidade
tinha o nome de Dar el Beida (que significa "Casa
Branca" em árabe) e Casa Blanca em castelhano.
No século
XIX Casablanca tornou-se um dos principais fornecedores de lã para a
indústria têxtil, então em expansão na Grã-Bretanha, e beneficiou do aumento do
tráfego marítimo (os britânicos, em contrapartida, começaram a importar a agora
famosa bebida nacional do Marrocos, o chá pólvora). Por volta de
1860 tinha cerca de 5 000 habitantes. A população cresceu para cerca de
10 000 no final da década de 18804 .
Casablanca manteve uma dimensão do porto algo modesta, com a população a
atingir cerca de 12 000 poucos anos após a conquista francesa e a chegada
de colonos franceses, inicialmente administradores dentro de um sultanato soberano,
em 1906. Até 1921 deu-se o grande aumento para 110 000 habitantes em
grande parte através do desenvolvimento de bairros de lata.
Protetorado Francês
Em Junho de 1907 os
franceses tentaram construir uma linha de trem, próxima ao porto, que passava
por um cemitério. Os
habitantes da cidade atacaram os trabalhadores franceses, e seguiram-se
violentos tumultos. Chegaram tropas francesas para restaurar a ordem pública e
tomaram conta da cidade. Foi o início de um real processo de colonização,
embora o controle francês de Casablanca só fosse formalizado em 1910. Foi
especialmente durante o mandato do governador Hubert Lyautey que
Casablanca se tornou o grande centro económico marroquino e o maior porto de
África.
O filme Casablanca, de 1942, mostra o estatuto colonial da cidade
naquela época, como centro de luta de poder entre as potências inimigas
europeias, sem qualquer referência à população local, e com um vasto naipe de
personagens cosmopolitas (americanos, franceses, alemães, checos e outros), mas
nenhum árabe.
Após a independência
Marrocos obteve a
independência de França em 2 de Março de 1956.
Em 16 de Maio de
2003, 33 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas quando a cidade foi
atingida por múltiplos ataques suicidas executados por marroquinos
possivelmente ligados à al-Qaida.
Casablanca possui
um dos maiores portos artificiais do mundo, sendo um local importante de
negócios e comércio. As principais indústrias são a
pesqueira, a vidreira,
a de mobiliário, a de
materiais de construção e a do tabaco. Existem
várias áreas de comércio, onde são vendidos vários tipos de produtos,
nomeadamente o artesanato.
Casablanca está
dotada de uma via rápida urbana de 22 km que serve a cidade segundo um
eixo este oeste, bem como de uma autoestrada que a contorna (a Périphérique
de Casablanca, ou A5) com 33,5 km e que liga a três eixos rodoviários
principais de Marrocos: as autoestradas A3 (Casablanca-Rabat), A6
(Casablanca-El Jadida) e a A7 (Casablanca-Marraquexe). A cidade é o nó
rodoviário mais importante de Marrocos.
Casablanca é
igualmente servida por um aeroporto, que é o
mais importante em volume de passageiros não apenas do país, mas de toda a
região do Maghreb, o Aeroporto Internacional Mohammed V, a cerca
de 30 km do centro da cidade. Trata-se de um verdadeiro hub para
a linha aérea nacional, a Royal Air Maroc, com três
terminais capacitados para 16,4 milhões de passageiros/ano, servido por 45
companhias aéreas e ligado a 70 destinos internacionais. O aeroporto serviu
mais de 6,2 milhões de passageiros em 2008. Conta igualmente com dois terminais
de carga com capacidade para 150 000 ton/ano.
Casablanca é
servida pelo Al Bidaoui, uma rede
ferroviária com oito estações.
O plano de
mobilidade urbano, terminado em 2006, previa, no quadro do projeto Casa
2010, o desenvolvimento de uma rede de transporte coletivo de metropolitano com
duas linhas (o Metropolitano de Casablanca), três linhas
de elétrico (bonde)
e uma nova linha férrea. Esta última poderá vir a ser construída em 2011.
O porto de Casablanca detém 54% do tráfego portuário
marroquino e é o quarto mais movimentado de toda a África. Cada ano movimenta
mais de 20 milhões de toneladas de mercadorias e 500 000contentores.
A cidade de
Casablanca dispõe de duas estações ferroviárias principais: a Casa-Port e
a Casa-Voyageurs que
são utilizadas por mais de 8 milhões de passageiros por ano.
Casablanca é a
terceira maior cidade turística de Marrocos , sendo principalmente uma
cidade de negócios por ser a capital económica do país. Mesmo sendo menos
visitada que Marraquexe e Agadir, a cidade
ambiciona prolongar a estadia dos visitantes que em média é de dois dias.
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