Biografia
Infância e juventude
Júlio
Verne passou a infância com os pais e irmãos, na cidade francesa de Nantes e
na casa de verão
da família. A proximidade do porto e das docas constituíram
provavelmente grande estímulo para o desenvolvimento da imaginação do autor
sobre a vida marítima e viagens a terras distantes. Com nove anos foi mandado
para o colégio com seu irmão Paul. Júlio estudou em Nantes onde tirou o curso
de direito. Mais
tarde, seu pai, com a esperança de que o filho seguisse sua carreira de advogado, enviou o jovem Júlio para Paris, a fim de
estudar Direito.
Ali começou a se interessar mais pelo teatro do que pelas leis, tendo escrito alguns livretos de operetas e
pequenas histórias de viagens. Seu pai, ao saber disso, cortou-lhe o apoio
financeiro, o que o levou a trabalhar como corretor de ações, o que teve como
propósito lhe garantir alguma estabilidade financeira. Foi quando conheceu uma
viúva com duas filhas chamada Honorine de Viane Morel, com quem se casou
em 1857 e
teve em 1861 um
filho chamado Michel Jean Pierre Verne. Durante esse período conheceu os
escritores Alexandre Dumas e Victor Hugo.
Carreira literária
A
carreira literária de Júlio Verne começou a se destacar quando se associou
a Pierre-Jules Hetzel, editor experiente que trabalhava com grandes nomes da época, como
Alfred de Brehat, Victor Hugo, George Sand e Erckmann-Chatrian.
Hetzel
publicou a primeira grande novela de sucesso de Júlio Verne em 1862, o relato de viagem à África em balão,
intitulado Cinco semanas em um balão 2 .
Essa história continha detalhes de coordenadas geográficas, culturas, animais,
etc., que os leitores se perguntavam se era ficção ou um relato verídico. Na
verdade, Júlio Verne nunca havia estado em um balão ou viajado à África. Toda a
informação sobre a história veio de sua imaginação e capacidade de pesquisa.
Hetzel
apresentou Verne a Félix Nadar, cientista interessado em navegação aérea e
balonismo, de quem se tornou grande amigo e que introduziu Verne ao seu círculo
de amigos cientistas, de cujas conversações o autor provavelmente tirou algumas
de suas ideias.
O
sucesso de Cinco semanas em um balão lhe rendeu fama e
dinheiro. Sua produção literária seguia em ritmo acelerado. Quase todos os anos
Hetzel publicava novos livros de Verne, quase todos grandes sucessos. Dentre
eles se encontram: Viagem ao
Centro da Terra (Voyage au centre de la
Terre), de 1864, Vinte Mil
Léguas Submarinas (Vingt
mille lieues sous les mers) de 1870 e A Volta
ao Mundo em Oitenta Dias (Le
tour du monde en quatre-vingts jours), de 1873.
Um
dos seus livros foi Paris no século XX. Escrito em 1863, somente publicado em 1989, quando o manuscrito foi encontrado pelo
bisneto de Verne. Livro de conteúdo depressivo, foi rejeitado por Hetzel, que
recomendou Verne a não publicá-lo na época, por fugir à fórmula de sucesso dos
livros já escritos, que falavam de aventuras extraordinárias. Verne seguiu seu
conselho e guardou o manuscrito em um cofre, só sendo encontrado mais de um
século depois.
Até
hoje Júlio Verne é o escritor cuja obra foi mais traduzida em toda a história,
com traduções em 148 línguas, segundo estatísticas da UNESCO, tendo escrito mais de 100 livros.
Últimos anos
Michel,
seu filho, era considerado um rapaz rebelde, e não seguiu as orientações do
pai. Júlio Verne mandou o seu filho, aos 16 anos, em uma viagem de instrução em
um navio, por 18 meses, com esperança que a disciplina a bordo e a vida no mar
corrigissem o seu carácter rebelde, mas de nada adiantou. Michel não se
corrigiu e acabou por casar com uma atriz, contra a vontade do pai, tendo com
ela dois filhos.
Em 9 de Março de 1886, seu sobrinho Gaston deu dois tiros contra o
autor, quando este chegava em casa na cidade de Amiens. Um dos tiros o atingiu no ombro e demorou a
cicatrizar, o outro atingiu o tornozelo, deixando-o coxo nos seus últimos 19
anos de vida. Não se sabe bem por que seu sobrinho tenha cometido o atentado,
mas ele foi considerado louco e internado em um manicómio até o final da vida.
Este episódio serviu para aproximar pai e filho, pois Michel vendo-se em vias
de perder o pai passou a encarar a vida com mais seriedade.
Neste
mesmo ano, morria o editor Pierre Hetzel,
grande amigo de Júlio Verne, fato que o deixou muito abalado.
Nos
últimos anos, Verne escreveu muitos livros sobre o uso erróneo da tecnologia e
os seus impactos ambientais, sua principal preocupação naquela época. Continuou
sua obra até a sua morte em 24 de Março de 1905. O seu filho Michel editou seus trabalhos
incompletos e escreveu ele mesmo alguns capítulos que estavam faltando, quando
da morte do pai.
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