terça-feira, 11 de março de 2014

CAETITÉ

Município baiano

Vista parcial da cidade
 

Caetité é um município do estado da Bahia, no Brasil. Distante 757 quilômetros da capital do estado, Salvador e, segundo o censo de 2013, tem, aproximadamente, 52.166 habitantes. Com mais de dois séculos de emancipação, a cidade foi um polo cultural da região sertaneja: foi a terra natal de figuras como Cezar ZamaAristides SpínolaAnísio TeixeiraNestor Duarte GuimarãesWaldick SorianoPrisco Viana, dentre outros. Foi, ainda, pioneira na educação regional, com a primeira escola normal do sertão baiano.
População estimada em 2013 era de 52.166. População em 2010 era de 47.515. Área da unidade territorial (km²) 2.442,895.
Território originalmente habitado por indígenas da linhagem  (tupinaens e pataxós), já no século XVII constituía-se em núcleo de catequese. Do final do século, data a fazenda São Timóteo, entreposto do ouro que descia das chapadas para o porto de Parati (veja, neste sentido, Estrada Real), no Rio de Janeiro.
Em 1724, passou a pertencer à Vila de Rio de Contas, emancipada de Jacobina; em 1754, foi o arraial elevado a freguesia.
No final do século XVIII e começo do XIX, a população se mobilizou, comprando, à Coroa Portuguesa, o direito de tornar-se vila, emancipando-se finalmente de Rio de Contas em 5 de abril de 1810, data maior da cidade.
Exploração de urânio em Caetité
Foi elevada a cidade em 1867. De seu território, originaram-se 47 municípios . Tão logo emancipou-se, a vila participou indiretamente das lutas pela Independência da Bahia, apoiando o Governo Provisório instalado na Vila de Cachoeira. Encerradas as lutas contra as tropas portuguesas no Recôncavo Baiano, em Caetité teve lugar o episódio do Mata-maroto, lutas entre brasileiros e portugueses, que se seguiram a 1823.
Foi, em 1817, visitada pela expedição de Spix e Martius, guardando boa impressão nos naturalistas, que consignaram a presença de uma escola régia de latim.

Morada do Major Silva Castro, herói das guerras de independência, teve uma filha, Pórcia, raptada por Leolino Pinheiro de Azevedo, num drama que inspirou, no século seguinte, o romance Sinhazinha do acadêmico Afrânio Peixoto. Avô do poeta Castro Alves, a presença de Silva Castro foi um dos motivos pelos quais a cidade ainda hoje comemora o 2 de julho, data máxima do estado da Bahia.
No final do século, foi visitada por Teodoro Sampaio, deixando o grande engenheiro a seguinte máxima: "Caetité assemelha-se ao viajante qual uma Corte do sertão".
Cresceu em importância no cenário nacional, com os tribunos Aristides Spínola (ex-governador de Goiás e mais jovem parlamentar no Império) e Cezar Zama, grande polemista e maior adversário, na tribuna, de Rui Barbosa - ambos abolicionistas e republicanos.
Em 1894, fez o primeiro governador eleito do estado, Rodrigues Limagenro do Barão de Caetité, assistindo pela primeira vez a ação efetiva do poder público estadual, com a modernização da instalações públicas (dentre outras ações, a construção de açudes, Cemitério Municipal, Mercado e a Primeira Escola Normal do alto sertão).
No começo do século, assistiu à instalação da Missão Presbiteriana Brasil-Central, com a morada na cidade do pastor Henry John McCall, e fundação da Escola Americana. Isso veio a incrementar a sua condição de polo educacional sertanejo, ampliado ainda mais com a instalação do colégio jesuíta São Luiz Gonzaga.
A política local, nesta época, era bipartite entre os Rodrigues Lima, na pessoa do coronel Cazuzinha, e o coronel Deocleciano Pires Teixeira (pai de Anísio Teixeira). Apesar das grandes dificuldades, foi a primeira cidade do interior baiano a ter uma rede de energia elétrica - verdadeira epopeia vivida pelo alemão Otto Koehne13 . Também a rede de água, a construção do Teatro Centenário e outras, são fruto da índole pioneira de seu povo, progressos até então ausentes em praticamente todas as cidades do país - ressaltando-se figuras como Durval Públio de Castro, na efetivação dessas melhorias.

No cenário político-cultural, a cidade é berço de figuras como Nestor Duarte, a pintora Lucília Fraga, os escritores Marcelino Neves, João Gumes, Nicodema Alves e, mais recentemente, Vandilson Junqueira, Erivaldo Fagundes Neves e outros15 . João Gumes foi, pessoalmente, o responsável por instalar em Caetité o primeiro jornal do alto sertão: o periódico "A Pena", que hoje constitui-se no principal acervo do Arquivo Público Municipal de Caetité.
Teve sua diocese instalada em 1915, sendo empossado o primeiro bispo - dom Manoel Raimundo de Melo - e foi este mais um fator de desenvolvimento da cidade: a construção do primeiro aeroporto do sertão baiano, escala dos voos da então Cia Aérea Sadia, o Círculo Operário, o Seminário São José e a Rádio Educadora Santana - foram alguns dos benefícios derivados da elevação da paróquia em diocese.
Na educação, despontou o nome de Anísio Teixeira, lutando por reerguer a Escola Normal, depois transformada no Instituto que leva seu nome. Ali estudaram figuras como Newton Cardoso, Georgino Jorge dos Santos, Tânia Martins e muitos outros.
ditadura militar de 1964 foi um duro golpe para a cidade: secularmente defensora da liberdade, sua gente pareceu ao regime como potencial risco; os assassinatos obscuros de Anísio Teixeira e do poeta Camillo de Jesus Lima fizeram com que o tradicional polo de educação e cultura assistisse ao declínio, nas décadas que se seguiram a 1970. Apesar disso, foi ali que teve início o trabalho de documentação das atrocidades do regime, capitaneado pelo pastor Jaime Wright.

Anajé (Conquista, 1962); Aracatu (Brumado, 1962); Barra do Choça (Conquista, 1962); Belo Campo (Conquista, 1962); Boa Nova (Conquista, 1880); Bom Jesus da Serra (Poções,1989); Brumado (1877); Caatiba (Conquista, 1961); Caculé (1919); Caetanos (Poções,1989); Candiba(Guanambi, 1962); Cândido Sales (Conquista, 1962); Caraíbas (Tremedal, 1989); Condeúba (1889); Cordeiros (Condeúba, 1961); Dário Meira;Encruzilhada (Macarani, 1952); Guajeru (Condeúba, 1985); Guanambi (seu território originalmente pertencia à Vila Nova, depois passou aPalmas de Monte Alto quando esta desmembrou-se de Macaúbas em 1840, por sua vez oriunda de Urubu em 1832); Ibiassucê (Caculé, 1962); Ibicuí (Poções, 1952); Igaporã (1953/58); Iguaí (Poções, 1952); ItagibáItambé (Conquista, 1927); Itapetinga (Itambé,1952); Jacaraci(1880); Lagoa Real (1989); Licínio de Almeida (Jacaraci/Urandi, 1962); Macarani (Conquista, 1921); Maetinga (Presidente Jânio Quadros, 1985); Maiquinique (Macarani, 1961); Malhada de Pedras (Brumado, 1962); Manoel Vitorino (Boa Nova, 1962); Mirante (Boa Nova, 1962);Mortugaba (Jacaraci, 1943?); Nova Canaã (Poções, 1961); Pindaí (Urandi, 1962); Piripá (Condeúba, 1962); Planalto (Poções, 1962); Poções(Conquista, 1880/1923); Presidente Jânio Quadros (1961); Ribeirão do Largo (Encruzilhada, 1989); Rio do Antonio (Caculé, 1962); Tremedal(Condeúba, 1953); Urandi (1889) e Vitória da Conquista (1840).
Parque eólico
Conhecida por sua educação e foco civilizador, Caetité foi berço de grandes personalidades da História estadual e nacional, como Cezar Zama (parlamentar, historiador), Plínio de Lima (poeta, colega e amigo de Castro Alves), Aristides Spínola (advogado, governador de Goiás 1879-80), Joaquim Manoel Rodrigues Lima (primeiro Governador eleito da Bahia) e seu irmão, Antônio Rodrigues LimaAnísio Teixeira(pedagogo), Joaquim Spínola (fundador da Revista dos Tribunais), Nestor Duarte (jurista, escritor), Paulo Souto (Governador da Bahia 1994-98; 2002-06), Prisco Viana (político, ex-ministro da Previdência Social), Haroldo Lima (político,Cidadão Benemérito da Liberdade e da Justiça Social João Mangabeira), Aldovandro Chaves (advogado, cônsul honorário e poeta), a pintora Lucília Fraga e seus parentesAfonso e o jurista Constantino Fraga, o músico símbolo do estilo brega Waldick SorianoJosé Neves TeixeiraLuiz Neves Cotrim, professor, poeta e cronista social, o ator mirim Buiú do programa humorísticoA Praça é nossa, dentre outros.
Rodovias federais e Ferrovias em Caetité: Fonte: Ministério dos Transportes.
Caetité será nos próximos anos um grande entrocamento rodo-ferroviário, facilitando vários investimentos, vejamos:
BR 030(Brasília-Distrito Federal/Maraú-Bahia): Ligação entre Guanambi-Bahia e Brumado-BA, construída até Carinhanha-BA e com projeto aprovado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes para ser construída até Cocos-Bahia.
BR 122(Montes Claros-Minas Gerais/Fortaleza-Ceará): Liga a cidade a Paramirim-BA e ao Sudeste do Brasil, ainda não construída integralmente mas com projeto de viabilidade técnica ambiental aprovado em 2012 pelo Governo Federal para construção até Juazeiro-Bahia, tornando-se um grande eixo rodoviário entre o Nordeste e o Sudeste. Projeto executivo de construção previsto para ser lançado em dezembro de 2012 pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
BR 430(Caetité-Bahia/Bom Jesus da Lapa-Bahia): Ligação entre o Centro Oeste e Litoral Sul da Bahia. Rodovia hoje administrada pelo Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia mas que deverá ser absorvida pelo governo federal através do ministério dos transportes para poder receber projetos de adaptação ao tráfego pesado atual a serem realizados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
Ferrovia Oeste Leste: com projeto de construção aprovado e recursos liberados pelo governo federal, será responsável pelo escoamento da safra do oeste baiano e da produção mineral da região da Serra Geral da Bahia. Aguardando a licença ambiental.
Na pecuária, destaca-se com um rebanho bovino com mais de 32 000 cabeças. Na mineração, conta com ricas jazidas de urânioametistamanganês e ferro(esta descoberta no começo do século XXI). Na indústria, possui importantes manufaturas têxteis e é polo regional na cerâmica.
A jazida ferrífera virá a ser explorada pela companhia mineradora indiana instalada em joint venture com o nome de Bahia Mineração Ltda. O depósito conta com de 4 a 6 bilhões de toneladas, e uma produção anual estimada em cerca de 12 000 000 de toneladas anuais - a terceira maior do Brasil.

3 de março de 2007, o governador Jacques Wagner, o representante da mineradora Pramod Agarwal e o Prefeito Municipal participaram, na cidade, da cerimônia que celebrou a parceria das entidades públicas e da mineradora, esta última com investimentos estimados em cerca de 1,5 bilhão de dólares estadunidenses . Em 2008, foi anunciada a venda de 50% da Bahia Mineração Ltda. para uma empresa cazaque, a Eurasian Natural Resources, por trezentos milhões de dólares estadunidenses. O empreendimento prevê, ainda, a construção de um mineroduto até o Porto de Ilhéus
Com a crise energética ocorrida no final do governo de Fernando Henrique Cardoso, o grupo Iberdrola iniciou um projeto para a instalação na cidade, em 2002, de um complexo gerador de energia eólica, orçado à época em 550 000 000 de reais. Entretanto, o governo federal, na época, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, não aprovou o financiamento deste parque eólico e o projeto foi abandonado. Este parque eólico seria composto por 130 geradores, com geração de duzentos megawatts de energia - e considerado estratégico para o desenvolvimento regional.
Em 2005, o Greenpeace, passando pela cidade, teve ocasião de registrar, junto a lideranças locais, a importância não apenas energética - mas sobretudo ecológica e econômica da instalação do parquê.
Segundo pesquisa anemométrica realizada em todo o estado da Bahia, Caetité apresenta o maior potencial eólico, em intensidade e freqüência dos ventos, além da pouca amplitude de direções destes, em todo o estado - o que torna a cidade o local onde tal projeto tenha a maior viabilidade.
Em 2010, novamente foi prometida a instalação do parque, desta feita com sede na cidade e envolvendo outros doze municípios, sendo desta vez o financiamento aprovado pelo governo federal e o projeto realizado pela empresa renova energia, com sede em Caetité. Várias outras empresas também se instalaram na cidade buscando pesquisar o potencial eólico para futuros projetos.
Os principais problemas ecológicos apresentados são o desmatamento indiscriminado, para a produção de carvão (destinado ao consumo das grandes siderúrgicas de Minas Gerais), bem como para atender ao pólo ceramista local.
Em Caetité, foram identificadas diversas espécies vegetais, algumas delas únicas (caso da palmeira "coco de vassoura"), estudadas boa parte delas pelo New York Botanical Garden, na década de 1980.
Em Caetité, está localizada a única mina de urânio em produção no Brasil, uma unidade de mineração e beneficiamento de urânio que é explorada pela estatal Indústrias Nucleares do Brasil S.A., empresa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Considerada como uma província uranífera, com reservas de 100 000 toneladas do minério, Caetité produz anualmente 400 toneladas de concentrado de urânio, que, depois de passar por diversos processos industriais, geram energia nas usinas nucleares brasileiras. No primeiro semestre de 2011, a energia nuclear foi a segunda fonte de geração de eletricidade no país.
Implantada em 1997, a unidade de mineração de urânio funciona com autorização permanente de operação concedida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear e com licença de operação emitida peloInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. As duas entidades fiscalizam as atividades de todo o setor nuclear.
Em 2010, uma equipe de especialistas da Agência Internacional de Energia Atômica, depois de analisar documentos e conhecer in loco o funcionamento da INB Caetité, divulgou a seguinte conclusão: "As atividades da mina de urânio das Indústrias Nucleares do Brasil, em Caetité (BA) atendem todos os requisitos de segurança e não provocam nenhum impacto significativo ao meio ambiente da região. A unidade de produção é bem projetada, bem mantida, segura e eficiente"
A Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico, vinculada à Fundação Oswaldo Cruz, realizou, sob encomenda da Indústrias Nucleares do Brasil e por recomendação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, um estudo epidemiológico sobre a incidência de câncer na região de Caetité/Lagoa Real, no período compreendido entre os anos 1995 (antes da implantação do empreendimento) e 2005. A primeira fase a pesquisa constatou: "Os resultados desta fase permitem afirmar que não foi observada até o momento alteração significativa na mortalidade por câncer na população dos municípios de Caetité e Lagoa Real, nem maior probabilidade de se contrair câncer nesses municípios em relação ao Estado da Bahia, às regiões e aos municípios de referência".
Pedras semi-preciosas encontradas no município
Na unidade Indústrias Nucleares do Brasil - Caetité, trabalham cerca de 600 pessoas, 80% das quais são naturais da região. A atividade de mineração e beneficiamento de urânio representa, para os cofres da Prefeitura de Caetité, uma média de 1 034 000 reais por mês referente a impostos, salários, serviços sociais e aquisição de bens e serviços.
Embora a mina que explora o urânio na cidade fique a 70 quilômetros da sede, matérias da imprensa dão conta de que as Indústrias Nucleares do Brasil contaminaram o lençol freático do município. A empresa diz que realiza testes e que não houve alteração no teor do mineral na água, mas o município não dispões de meios para se defender ou informar a população. A situação tornou-se especialmente crítica com a estiagem de 2010.
Em operação há 10 anos na cidade, a Indústrias Nucleares do Brasil já foi acusada por outros vazamentos e por ser a responsável pela contaminação da água. Investindo na sua manutenção no lugar, sem as devidas garantias, a empresa conseguiu eleger o atual prefeito, José de Alencar, que na verdade é um seu funcionário subalterno.25 Em 2009 o Greenpeace denunciava que a empresa omitia os vazamentos que provocava, e que a falta de transparência envolve também o órgão responsável pela sua fiscalização - o Comissão Nacional de Energia Nuclear.
No ano de 2008, o Greenpeace levou a água contaminada para o então ministro Carlos Minc, sem que tenha, desde então, sido tomada qualquer providência por parte do governo Lula com relação ao problema. No ano seguinte, foi estabelecida, pela justiça, uma multa diária de 5 000 reais para a INB, a prefeitura caetiteense e a de Lagoa Real, e também pelo governo da Bahia, caso não fornecessemágua potável na área do entorno da mineração.
Carga de urânio
Adutora do São Francisco O principal problema enfrentado pela população caetiteense na atualidade são os constantes racionamentos de água. Com o aumento da população com ligação domiciliar de água, aumento do consumo, diminuição da vazão das fontes naturais e dos poços artesianos em consequência de secas e do desmatamento desenfreado que ocorre nas montanhas que cercam a cidade houve a necessidade de realizar o racionamento de água para que o sistema não entrasse em colapso. A solução definitiva seria a água do Rio São Francisco, a cerca de 150 de Caetité, ser canalizada até o município. O governo federal e estadual estão construindo a adutora do Algodão para levar água para alguns municípios da microrregião de Guanambi. No dia 1 de junho de 2012, em solenidade na sede do município, foi autorizada a ampliação da Adutora do Algodão, que será estendida até o município de Caetité e distritos. A autorização das obras de ampliação do sistema foi assinada pelo governador Jaques Wagner e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. Atualmente, em maio de 2013, começou a construção da adutora que tem previsão de término em julho de 2014 e a mesma passara a ter no mesmo período Zona Azul . A cidade passa por um crescente aumento da sua população por conta da vinda de pessoas de fora para trabalhar nas empresas novas que estão se instalando na região, e também por um crescente aumento da violência.
Fonte: Wikipédia


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