A constante degradação da cultura indígena e o aniquilamento desses povos se
deram primeiramente de maneira lenta e sutil. Mas, no processo de captura indígena
para o trabalho, milhares de índios foram dizimados. Legalmente, a escravidão
indígena no Brasil durou aproximadamente de 1500 a 1570, pois argumentava-se
que apenas com o trabalho indígena se conseguiria êxito na Colônia. Alencastro
ressalta que “a propriedade colonial é essencialmente determinada pela posse de
cativos.”
Índios como escravos
Havia três tipos de apropriação: os resgates, os cativeiros e os
descimentos. Segundo a lei, os índios aldeados só podiam realizar trabalhos se
fossem pagos. Algo comum foi a busca da mão de obra inter-regional para o
trabalho forçado dos indígenas quando estes se faziam necessários em outra
localidade, bem como a sua compra. Sabe-se que o trabalho era penoso e árduo
para os índios que não se acostumaram a esse tipo de serviço, mas as condições
nas lavouras variavam conforme a região e a época. Já como se davam as
condições de trabalho ou a organização da vida dos indígenas durante a
escravidão são assuntos pouco detalhados a partir do olhar dos jesuítas,
dificultando a reconstrução do imaginário indígena sob essas perspectivas.
O
índio foi capaz de adaptar-se ao processo que estava inserido, mas o que fora
imposto pelos portugueses fugia bruscamente do seu modo de vida e gerou
respostas como a resistência, aculturação ou a simulação de submissão. Segundo
Beatriz Perrone-Moisés "se não se pode tratar a todos os indígenas do
Brasil do mesmo modo, é porque eles não reagem à colonização do mesmo
modo.”
Conforme Stuart Schwartz “a escravização dos
aborígines definhou devido às percepções e limitações culturais de índios e
europeus, à suscetibilidade dos nativos às
doenças do Velho Mundo e ao curso dos eventos
históricos”.[3] Para o
indígena, tanto os aldeamentos jesuítas quanto o regime escravista colonial
culminaram na destruição de seu povo e sua cultura, “porém os indígenas, em sua
maioria, rejeitaram a ambos. Recusaram-se a ser moldados consoante políticas e
processos históricos alienígenas, por mais que isso parecesse inexorável.”
Fonte: Universidade Federal de Uberlândia-Minas
Gerais
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