Por JOACI GÓES
O famoso pensador liberal inglês, Lord Acton,
1834-1902, nascido e batizado em Nápoles, na Itália, com o nome de John Emerich
Edward Dalberg-Acton, mais tarde 1° barão Acton, construiu uma frase famosa:
“Todo poder tende a corromper e o poder absoluto tende a corromper,
absolutamente”. (All the power tends to corrupt, and absolute power to corrupt,
absolutely”.
Segundo
Lord Acton, pessoas genuinamente boas acabam se deixando corromper ao longo de
demorado exercício do poder.
O princípio
parece ajustar-se, à perfeição, ao que se passa no Brasil de nossos dias. Há 12
anos no poder, o Partido dos Trabalhadores distanciou-se tanto da proposta que
o conduziu aos braços da Nação que hoje - parece não haver dúvidas -, o povo
brasileiro vem, cada vez mais, exibindo seu descontentamento com a sucessão de
escândalos que enodoam os princípios basilares da República e deixam boquiaberto
o mundo desenvolvido.
Ainda que
seja mais um, no rosário de erros grosseiros capitaneados pelo PT, tudo indica
que, pelo seu caráter emblemático, o saque praticado contra a Petrobras, no
processo de aquisição da Refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos, não
ficará impune, a menos que a Presidente da República se disponha a pagar brutal
preço político pelos excessos de gula cultivados pela “cumpanheirada”.
Aparentemente,
a Presidente Dilma se dispõe a adotar a atitude mais inteligente, diante de um
crime ominoso e indefensável: com o apoio de sua base parlamentar, abortar a
CPI, aprovada no Congresso Nacional, e apurar, com prometido rigor, as
responsabilidades pela perpetração da indefensável mutreta.
A tarefa
promete não ser fácil, diante da pressão de membros de seu próprio partido que
sabem serem indefensáveis os crimes programáticos praticados sistemática e
cinicamente em nome dos magnos “interesses da sociedade”.
Cada vez
mais afastado da autenticidade original com que empolgou a opinião pública
brasileira, o PT, com as exceções que confirmam a regra, vem, sistematicamente,
se afastando de sua postura programática original para converter-se num reles
caçador de meios para assegurar o poder, pelo poder, a qualquer preço.
Atento à
desnaturalização das melhores características dos partidos, quando,
demoradamente, detentores de poder, o povo americano que vive a mais longa
experiência democrática da História, vota, sabiamente, pela alternância do
poder entre os candidatos dos dois maiores partidos do país: o Republicano e o
Democrata.
O Brasil de
nossos dias necessita, desesperadamente, dessa saudável alternância do poder
para não ceder ao desespero.
A
estabilidade de nosso promissor, ainda que jovem, processo democrático, depende
muito da compreensão e prática dessa lição elementar da história.
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