sexta-feira, 25 de abril de 2014

A SAUDÁVEL ALTERNÂNCIA DE PODER


Por JOACI GÓES


O famoso pensador liberal inglês, Lord Acton, 1834-1902, nascido e batizado em Nápoles, na Itália, com o nome de John Emerich Edward Dalberg-Acton, mais tarde 1° barão Acton, construiu uma frase famosa:
“Todo poder tende a corromper e o poder absoluto tende a corromper, absolutamente”. (All the power tends to corrupt, and absolute power to corrupt, absolutely”. 
Segundo Lord Acton, pessoas genuinamente boas acabam se deixando corromper ao longo de demorado exercício do poder.
O princípio parece ajustar-se, à perfeição, ao que se passa no Brasil de nossos dias. Há 12 anos no poder, o Partido dos Trabalhadores distanciou-se tanto da proposta que o conduziu aos braços da Nação que hoje - parece não haver dúvidas -, o povo brasileiro vem, cada vez mais, exibindo seu descontentamento com a sucessão de escândalos que enodoam os princípios basilares da República e deixam boquiaberto o mundo desenvolvido.
Ainda que seja mais um, no rosário de erros grosseiros capitaneados pelo PT, tudo indica que, pelo seu caráter emblemático, o saque praticado contra a Petrobras, no processo de aquisição da Refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos, não ficará impune, a menos que a Presidente da República se disponha a pagar brutal preço político pelos excessos de gula cultivados pela “cumpanheirada”. 
Aparentemente, a Presidente Dilma se dispõe a adotar a atitude mais inteligente, diante de um crime ominoso e indefensável: com o apoio de sua base parlamentar, abortar a CPI, aprovada no Congresso Nacional, e apurar, com prometido rigor, as responsabilidades pela perpetração da indefensável mutreta.
A tarefa promete não ser fácil, diante da pressão de membros de seu próprio partido que sabem serem indefensáveis os crimes programáticos praticados sistemática e cinicamente em nome dos magnos “interesses da sociedade”.
Cada vez mais afastado da autenticidade original com que empolgou a opinião pública brasileira, o PT, com as exceções que confirmam a regra, vem, sistematicamente, se afastando de sua postura programática original para converter-se num reles caçador de meios para assegurar o poder, pelo poder, a qualquer preço.
Atento à desnaturalização das melhores características dos partidos, quando, demoradamente, detentores de poder, o povo americano que vive a mais longa experiência democrática da História, vota, sabiamente, pela alternância do poder entre os candidatos dos dois maiores partidos do país: o Republicano e o Democrata.
O Brasil de nossos dias necessita, desesperadamente, dessa saudável alternância do poder para não ceder ao desespero.
A estabilidade de nosso promissor, ainda que jovem, processo democrático, depende muito da compreensão e prática dessa lição elementar da história.

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