Cantor e compositor
baiano
Por Ildásio Tavares
Nascido e
criado em Maragogipe, Bahia, antiga cidade do Recôncavo baiano, EDIL PACHECO, desde menino se viu
rodeado das mais diversas manifestações musicais populares, desde as várias
formas de samba, até os dobrados e marchas das filarmônicas, e as cantorias de
igrejas. Adolescente, ainda, interessou-se pela música e deu seus primeiros
passos em um violão escangalhado que um amigo marceneiro consertou.
Deste
aprendizado em um instrumento precário até se tornar um dos grandes nomes na
Música Popular Brasileira, com mais de 3750 verbetes no WWW.Google, Edil Pacheco percorreu uma
trajetória invejável e de permanente ascensão, até que o menino obscuro do
interior da Bahia veio a conviver com as grades estrelas da música e,
finalmente, ser também uma delas. Chico Buarque,
Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Caetano Veloso sempre o tiveram em conta de
grande compositor, e alguns destes até gravaram canções suas. Alcione, Clara Nunes, Gal Costa, Elza Soares,
Margareth Meneses são algumas das musas que derramaram seu canto nas
composições deste menino de Maragogipe.
Tradicionalmente
um dos componentes do grupo do samba baiano, contrapartida na Bahia do samba
carioca, com Batatinha, Ederaldo Gentil e Walmir Lima, todavia Edil sempre teve
o forró muito forte dentro de si como menino do interior onde o São João é a
festa mais importante, ultrapassando o carnaval. Ele também era fã
incondicional de Luiz Gonzaga e Luís Vieira, que escutava incansavelmente.
Portanto, a passagem do samba para o forró não seria uma guinada brusca de
Edil, mas sim um esgalhamento de suas vertentes naturais. Por isso, quando ele
me falou que estava gravando um disco de forró, eu não me surpreendi e até o
incentivei. E quando ouvi o disco (Eu quero São João), fiquei deliciado, porque
o sambista Edil estava inteiro no forrozeiro, provando que a música popular
brasileira é uma só e que, quem é bom no taco mata qualquer bola. Numa capital
cada vez mais sua e artificial, o nome do disco é sintomático. Eu quero o meu
interior que não volta nunca mais.
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