quinta-feira, 24 de abril de 2014

A TRAJETÓRIA DO SAMBA – EDIL PACHECO

Cantor e compositor baiano

Por Ildásio Tavares



Nascido e criado em Maragogipe, Bahia, antiga cidade do Recôncavo baiano, EDIL PACHECO, desde menino se viu rodeado das mais diversas manifestações musicais populares, desde as várias formas de samba, até os dobrados e marchas das filarmônicas, e as cantorias de igrejas. Adolescente, ainda, interessou-se pela música e deu seus primeiros passos em um violão escangalhado que um amigo marceneiro consertou.

Deste aprendizado em um instrumento precário até se tornar um dos grandes nomes na Música Popular Brasileira, com mais de 3750 verbetes no WWW.Google, Edil Pacheco percorreu uma trajetória invejável e de permanente ascensão, até que o menino obscuro do interior da Bahia veio a conviver com as grades estrelas da música e, finalmente, ser também uma delas. Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Caetano Veloso sempre o tiveram em conta de grande compositor, e alguns destes até gravaram canções suas. Alcione, Clara Nunes, Gal Costa, Elza Soares, Margareth Meneses são algumas das musas que derramaram seu canto nas composições deste menino de Maragogipe.


Tradicionalmente um dos componentes do grupo do samba baiano, contrapartida na Bahia do samba carioca, com Batatinha, Ederaldo Gentil e Walmir Lima, todavia Edil sempre teve o forró muito forte dentro de si como menino do interior onde o São João é a festa mais importante, ultrapassando o carnaval. Ele também era fã incondicional de Luiz Gonzaga e Luís Vieira, que escutava incansavelmente. Portanto, a passagem do samba para o forró não seria uma guinada brusca de Edil, mas sim um esgalhamento de suas vertentes naturais. Por isso, quando ele me falou que estava gravando um disco de forró, eu não me surpreendi e até o incentivei. E quando ouvi o disco (Eu quero São João), fiquei deliciado, porque o sambista Edil estava inteiro no forrozeiro, provando que a música popular brasileira é uma só e que, quem é bom no taco mata qualquer bola. Numa capital cada vez mais sua e artificial, o nome do disco é sintomático. Eu quero o meu interior que não volta nunca mais.


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