Bela época francesa
A Belle
Époque (expressão francesa que
significa bela época) foi um período de cultura cosmopolita
na história da Europa que começou no fim doséculo XIX (1871) e durou até a eclosão da Primeira
Guerra
Mundial em 1914. A expressão também designa o clima intelectual
e artístico do período em questão. Foi uma época marcada por profundas
transformações culturais que se traduziram em novos modos de pensar e viver o
cotidiano.
Foi
considerada uma era de ouro da beleza, inovação e paz entre os países europeus. Novas invenções tornavam a vida mais fácil em
todos os níveis sociais, e a cena cultural estava em efervescência: cabarés, o cancan, e o cinema haviam nascido, e a arte tomava novas formas com oImpressionismo e
a Art Nouveau.
A arte e a arquitetura inspiradas
no estilo dessa era, em outras nações, são chamadas algumas vezes de estilo
"Belle Époque". Além disso "Belle Epóque" foi representada
por uma cultura urbana de divertimento incentivada pelo desenvolvimento dos
meios de comunicação e transporte , que aproximou ainda mais as principais
cidades do planeta.
Inovações
tecnológicas como o telefone,
o telégrafo sem fio, o cinema,
a bicicleta,
o automóvel,
o avião,
inspiravam novas percepções da realidade. Com seus cafés-concertos,
balés, óperas,
livrarias, teatros, boulevards e alta costura. Paris, a Cidade Luz, era considerada o centro
produtor e exportador da cultura mundial. A cultura boêmia imortalizada nas
páginas do romance de Henri Murger, Scènes
de la vie de bohème (1848),
era um referencial de vida para os intelectuais brasileiros, leitores ávidos
de Baudelaire, Rimbaud, Verlaine, Zola, Anatole France e Balzac.
Ir a Paris ao menos uma vez por ano era quase uma obrigação entre as elites,
pois garantia o vínculo com a atualidade do mundo.
Ocorreram
ainda várias mudanças no mundo da arte na Europa, fazendo com que teatros,
exposições de telas, cinemas, entrassem no cotidiano dos burgueses. E apenas
eles tinham acesso a este mundo da arte. A Belle Époque americana é, no
entanto, instalada rapidamente no país, por meio de uma breve industrialização
que começa em meados de 1875, e depois ainda sobrevive até 1930, sendo aos
poucos minada por novos movimentos agrícolas.
O
estilo chamado art nouveau ("arte nova" em
português) foi típico da Belle Époque. Esta corrente artística
surgiu nos finais do século XIX, em reacção ao emprego abusivo na arte de
motivos clássicos ou tradicionais. Em vez de se basear nos sólidos modernos da
arte clássica, a art nouveau valorizava os ornamentos, as
cores vivas e as curvas sinuosas baseadas nas formas elegantes das plantas dos
animais e das mulheres. É uma arte essencialmente decorativa sendo as
principais obras desse estilo fachadas de edifícios, objetos de decoração
(móveis, portões, vasos), jóias, vitrais e azulejos. Um dos pintores mais
conhecido da Arte Nova é Alfonse Mucha.
Tendo
surgido, acredita-se, de uma série de influências na arte, também na
literatura, considera-se que entre os seus precursores estão William Morris e o movimento Arts and Crafts, o movimento Pré-Rafaelita, o Historicismo do Romantismo do Barroco, do
Revivalismo Gótico e Celta, William Blake e Walter Crane, as gravuras Japonesas
,Oscar Wilde,
o ideal wagneriano de Gesamtkunstwerk, de Aubrey Beardsley, a poesia simbolista de Mallarmé e
das pinturas de Toulouse-Lautrec, Munch, Whistler, Nabis e Seurat.
Em
literatura, considera-se que um dos principais precursores do estilo Art
Nouveau Revivalismo Celta, especialmente na Inglaterra, Escócia, Irlanda e Escandinávia, o qual
teria dado, voltando-se para as "épocas áureas" de cada país. Apesar
dos motivos medievais de cavalaria usados por esta tendência literária, que
contribui para a Art Nouveau em outros gêneros artísticos, havia nesta escola
um desejo da libertação do antigo e uma certa procura do novo, que refletiu-se
em movimentos como o Novo
Paganismo ou o Novo
Hedonismo enquanto que O retrato
de Dorian Gray de Oscar Wilde "caracterizava-se
pela Nova Voluptuosidade".
No
fim do século XIX o êxodo rural,
o desenvolvimento das comunicações e a eletricidade, aliadas ao crescimento
urbano propiciaram o surgimento da cultura do divertimento. Essa cultura ganhou
status social na burguesia através dos cabarés, onde era possível encontrar a
fusão dos elementos da cultura erudita com os elementos das classes baixas.
A
indústria do divertimento (parque de diversão e cinema) foi possível devido ao
desenvolvimento da eletricidade e a diminuição da jornada de trabalho, fazendo
com que os operários tivessem mais horas livres para o lazer. Os parques e os
cinemas transformaram-se em divertimento de massa, porque o ingresso era barato
e esses divertimentos provocavam um desprendimento momentâneo da realidade
cotidiana das pessoas.
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