quinta-feira, 24 de abril de 2014

HISTÓRIAS DE SEBASTIÃO NERY

HORÓSCOPO
O banqueiro e embaixador Walter Moreira Sales, ministro da Fazenda de João Goulart – Tancredo Neves – almoçava no Hotel Nacional (Brasília), em 1962, servido pelo garçom Walter, que lhe disse:
- Dr. Walter, eu também sou Walter porque meu pai era vizinho do seu e me deu o mesmo nome do senhor.

- De onde você é?
- De Pouso Alegre, lá em Minas.
- Eu também. Quando você nasceu?
- Em 1912.
- Eu também.
- Em que mês?
- Maio.
- Eu também.
- Em que dia?
- 28.
- Eu também.
Deus os pusera no mundo no mesmo lugar e na mesma hora. Quando Moreira Sales saiu, o velho garçom disse, desolado, ao jornalista Ronan Soares:
- É por isso que eu não acredito em horóscopo.

O RELÓGIO DA AP
José Cera correspondente da agência norte-americana AP (Associated Press) em Brasília. Quando Jânio Quadros renunciou à Presidência, Caparelli deu um furo. Conseguiu a entrevista em que o marechal Denys, ministro da Guerra, vetava a posse do vice-presidente João Goulart.
Do Rio, David (leia-se “Dêvid), diretor geral da AP, com seu português atravessado, pior do que o de Mangabeira Unger, (ex-ministro de Lula), telefonou dando-lhes os parabéns e dizendo que ia lhe mandar um relógio. No dia seguinte, Caparelli recebeu um telex de David, muito simpático, cheio de adjetivos. Mas os dias passavam e o relógio não chegava. Caparelli reclamou, David confirmou:
- Já mandei, sim, pelo telex. Mandei um “elogio” (elógio) para você.   


 


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