“Dicionário do Folclore Brasileiro” foi a obra que o destacou como
folclorista e em referência mundial.
Luís Câmara Cascudo
nasceu em 30 de dezembro de 1898, na cidade de
Natal, estado do Rio Grande
do Norte. Filho único de Francisco Justino de
Oliveira Cascudo, um influente coronel da Guarda Nacional, e de Ana Maria da
Câmara Cascudo.
Estudou no Externato Coração de Jesus e no Colégio Santo Antônio. Chegou
a cursar medicina
na Bahia e no Rio de Janeiro, porém desistiu do curso e foi estudar Direito na
Faculdade do Recife. Câmara Cascudo casou-se em 1929, com Dália, com quem teve
dois filhos.
Câmara Cascudo trabalhou como professor, diretor de escola, secretário
do Tribunal de Justiça e exerceu atividade de jornalista escrevendo crônica
diária no jornal “A República” e outros veículos. Foi divulgador do integralismo e
lecionou direito internacional na Universidade Federal
do Rio Grande do Norte.
Lançou mais de 150 livros, escreveu até os últimos dias de sua vida; o
primeiro livro, “Alma Patrícia”, foi lançado em 1921. Em 1939, lançou a obra
“Vaqueiros e Cantadores”, livro que destacou o seu nome entre os autores que
escreviam sobre a sabedoria popular.
Em 1954, lançou o livro “Dicionário do Folclore Brasileiro”, obra que o
destacou como folclorista e em referência mundial. Em 1959, lançou “Rede de
Dormir”; em 1967, “História da Alimentação no Brasil”, e no fim da década de
60, “Nomes da Terra”.
Nunca abandonou a sua terra natal. Em 1965, lançou o livro “História do
Rio Grande do Norte”. Fundou a Sociedade Brasileira de Folclore, e até os dia
de hoje é referência de autor e pesquisa relacionada ao folclore brasileiro.
Publicou suas obras no Brasil e no exterior, por não querer abandonar a
sua terra não aceitou ser membro da Academia Brasileira de Letras, e ainda
rejeitou o convite para ser reitor da Universidade de Brasília, convite feito
na época pelo então presidente Juscelino. Câmara Cascudo faleceu em Natal, no
dia 30 de julho de 1986.
DICIONÁRIO DO FOLCLORE
BRASILEIRO
Obra sem similar em língua portuguesa,
e talvez em todas as outras línguas, o Dicionário
do Folclore Brasileiro, de
Luís da Câmara Cascudo, reaparece em nova edição, revisto, atualizado. A
mitologia conta que em luta com Hércules, Anteu, filho da Terra, cada vez que
tocava o chão renovava as forças, como se ganhasse uma nova vida. À semelhança do gigante grego, o dicionário de Cascudo
renova a sua importância, cada vez que reaparece nas livrarias.
Espécie de súmula de mais de quarenta anos de estudo e pesquisa apaixonada do folclore e da etnografia brasileira, a obra é também uma síntese viva e palpitante, através de milhares de verbetes, das superstições, crendices, mitos, danças, lendas, práticas mágicas adotadas e vividas pelo povo brasileiro em seu cotidiano.
Aliás, é isso e muito mais do que isso. Registra, por exemplo, locais de devoção popular, como Bom Jesus da Lapa, na Bahia, Aparecida e Bom Jesus de Pirapora, em São Paulo, formas de trabalho cooperativo (mutirão), movimentos de rebeldia popular, como o cangaço, informa sobre os cangaceiros mais famosos, aqueles que deixaram um rastro de fama e de sangue na alma popular (Cabeleira, Lampião) e, por contraste e complemento, os santos preferidos pela devoção popular: São Jorge, Lázaro, José, João, Pedro, Gonçalo, Antônio e seu duplo, muito venerado pelos escravos, Santo Antônio Preto.
Pode-se afirmar que não há ocorrência de caráter folclórico ou etnográfico que não esteja registrado em seu devido verbete, sempre enriquecido com bibliografia indispensável ao aprofundamento do assunto.
Mais do que um dicionário, a obra de Cascudo é uma introdução à cultura viva do povo brasileiro que, graças à cooperação de estudiosos, se amplia e enriquece a cada edição. Como dizia a Bíblia, escrever livros (sobretudo dicionários) é uma tarefa sem fim.
Editora Global
LUÍS CÂMARA CASCUDO EM
BÚLGARO
Um artigo de jornal encontrado no Instituto
Câmara Cascudo pelo responsável pelo Acervo Documental da instituição, Woldney
Ribeiro, traz uma notícia inédita: Cascudo teve sua obra “História dos nossos
gestos”, traduzida para o búlgaro pelo Prof. Rumen Borislavov Stoyanov, da
Universidade de Sofia, em 1977.
Tradutor, escritor e diplomata, Rumen
Borislavov Stoyanov recebeu o título de doutor honoris causa, pela Universidade de Brasília,
em 27 de setembro de 2012, pelo trabalho dedicado à aproximação entre o Brasil
e a Bulgária. Pessoa dedicada ao mundo das palavras – seja como professor,
autor ou diplomata – o búlgaro Rumen Borislavov Stoyanov fez desse exercício o
ofício principal de sua vida: a mediação, por meio da literatura, entre a
Bulgária e o Brasil.
Além de Câmara Cascudo, Rumen Stoyanov também
traduziu obras de Graciliano Ramos, Machado de Assis, João Guimarães Rosa,
Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Murilo Mendes e Vinícius de
Moraes, para o búlgaro, ampliando de forma inegável a presença literária do
Brasil na Bulgária.
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