terça-feira, 8 de julho de 2014

BARDO

É o menestrel dos antigos celtas, que, acompanhado de harpa, cantava os feitos de deuses e heróis, ora nas reuniões palacianas, com cantos de amor e aventuras, ora nos acampamentos militares ou à frente das tropas, nos momentos das guerras, incitando-as à luta. Difundiram-se entre os galeses, escoceses, irlandeses, e passaram à Bretanha francesa no século V, sofrendo influência do cristianismo na sua temática. Cada família nobre orgulhava-se dos seus bardos favoritos, tendo havido na Irlanda escolas para a sua formação. Suas canções nesse país guardaram e transmitiram oralmente grande parte da história nacional. No País de Gales, gozavam de regalias especiais, como isenções de impostos e serviço militar obrigatório. Depois do século XII até a morte da Rainha Elizabeth (1603), organizavam-se espetáculos ou festivais de cantos e poesias, os Eisteddfod (congresso), nos quais se exibiam os bardos. 
Os vencedores recebiam como prêmio o direito de figurar como bardos oficiais ou músicos de igrejas.

No século XIX, procedeu-se à reorganização dos Eisteddfod, transformando aqueles espetáculos ou festivais numa instituição importante e estimulante para a vida intelectual e artística do País de Gales, com celebração anual, ora no norte ora no sul, por meio de concursos de prosa, poesia, de música instrumental e vocal. 
Menestrel

Uma associação com escritório em Londres rege os festivais, que têm irradiação nos Estados Unidos entre os galeses-americanos. Na Escócia, a despeito a despeito da influência da poesia dos bardos, sua importância nunca foi a mesma. Faltou-lhes a organização dos bardos galeses.
No século XVI, o termo passou a possuir uma conotação de menosprezo. Na linguagem atual, a palavra tem dois significados: de modo geral um poeta; especificamente um grande poeta, com caráter e significado nacionais, no qual o povo reconheça o interprete de sua língua e consciência.

No Brasil recebemos tais influências.  Nossos poetas maiores eram chamados “Bardos”, a exemplo de Castro Alves. Nossos melhores cantores das décadas de 40/50 eram havidos como menestréis: Francisco Alves, Sílvio Caldas, dentre tantos. Os grandes festivais musicais dos anos sessenta e setenta do século passado, organizados pelas nossas televisões, espelhavam-se nos Eisteddfod.  E assim vem...   

Nenhum comentário:

Postar um comentário