É o menestrel dos antigos celtas,
que, acompanhado de harpa, cantava os feitos de deuses e heróis, ora nas
reuniões palacianas, com cantos de amor e aventuras, ora nos acampamentos
militares ou à frente das tropas, nos momentos das guerras, incitando-as à luta. Difundiram-se entre os galeses,
escoceses, irlandeses, e passaram à Bretanha francesa no século V, sofrendo
influência do cristianismo na sua temática. Cada família nobre orgulhava-se dos
seus bardos favoritos, tendo havido na Irlanda escolas para a sua formação. Suas
canções nesse país guardaram e transmitiram oralmente grande parte da história
nacional. No País de Gales, gozavam de regalias especiais, como isenções de
impostos e serviço militar obrigatório. Depois do século XII até a morte da
Rainha Elizabeth (1603), organizavam-se espetáculos ou festivais de cantos e
poesias, os Eisteddfod (congresso),
nos quais se exibiam os bardos.
No século
XIX, procedeu-se à reorganização dos Eisteddfod,
transformando aqueles espetáculos ou festivais numa instituição importante e
estimulante para a vida intelectual e artística do País de Gales, com
celebração anual, ora no norte ora no sul, por meio de concursos de prosa,
poesia, de música instrumental e vocal.
Menestrel
Uma
associação com escritório em Londres rege os festivais, que têm irradiação nos
Estados Unidos entre os galeses-americanos. Na Escócia, a despeito a despeito
da influência da poesia dos bardos, sua importância nunca foi a mesma.
Faltou-lhes a organização dos bardos galeses.
No século
XVI, o termo passou a possuir uma conotação de menosprezo. Na linguagem atual,
a palavra tem dois significados: de modo geral um poeta; especificamente um
grande poeta, com caráter e significado nacionais, no qual o povo reconheça o
interprete de sua língua e consciência.
No Brasil recebemos tais
influências. Nossos poetas maiores eram
chamados “Bardos”, a exemplo de Castro Alves. Nossos melhores cantores das
décadas de 40/50 eram havidos como menestréis: Francisco Alves, Sílvio Caldas,
dentre tantos. Os grandes festivais musicais dos anos sessenta e setenta do
século passado, organizados pelas nossas televisões, espelhavam-se nos Eisteddfod. E assim vem...
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