Um dos sete sábios da Grécia e
primeiro filósofo da humanidade
Tales de Mileto
Tales
de Mileto (em grego antigo: Θαλῆς ὁ Μιλήσιος) foi um filósofo, matemático, engenheiro, homem de negócios e astrônomo da Grécia Antiga, o
primeiro filósofo ocidental de que se tem notícia. De ascendência fenícia, nasceu em Mileto, antiga colônia grega, na Ásia Menor,
atual Turquia,
por volta de 623 a.C. ou 624 a.C. e faleceu aproximadamente em 556 a.C. ou 558
a.C..
Tales
é apontado como um dos sete
sábios da Grécia Antiga.
Além disso, foi o fundador da Escola Jônica.
Considerava a água como sendo a origem
de todas as coisas, e seus seguidores, embora discordassem quanto à “substância
primordial” (que constituía a essência do universo), concordavam com ele no que dizia respeito à
existência de um “princípio único"
para essa natureza primordial.
Entre
os principais discípulos de Tales de Mileto merecem destaque: Anaxímenes que
dizia ser o "ar" a substância primária; e Anaximandro, para quem os mundos eram infinitos em sua
perpétua inter-relação.
Tales
foi o primeiro a explicar o eclipse solar, ao verificar que a Lua é iluminada
por esse astro. Segundo Heródoto, ele teria previsto um eclipse solar em 585
a.C. Segundo Aristóteles,
tal feito marca o momento em que começa a filosofia. Os astrônomos modernos calculam que esse eclipse se
apresentou em 28 de Maio do ano mencionado por Heródoto.
Se
Tales aparece como o iniciador da filosofia, é porque seu esforço em buscar
o princípio único da
explicação do mundo não só constituiu o ideal da filosofia como também forneceu
impulso para o próprio desenvolvimento dela.
A tendência do filósofo em buscar a verdade da
vida na natureza o levou também a algumas experiências com magnetismo que
naquele tempo só existiam como curiosa
atração por objetos de ferro por um tipo de rocha meteórica achado na cidade
de Magnésia,
de onde o nome deriva.
Os
fenícios – através de sua mitologia –
consideravam os elementos da Natureza (o Sol, a Terra, o Céu, o Oceano, as Montanhas, etc.) como forças
autônomas, honrando-os como deuses, elevados pela fantasia a seres ativos,
móveis, conscientes e dotados de sentimentos, vontades e desejos. Estes deuses
constituíam-se na fonte e na essência de todas as coisas do universo.
Tales
foi um dos primeiros pensadores a alterar esses conceitos observando mais
atentamente os fenômenos da natureza, a Physis (φύσις).
O
ponto de partida da teoria especulativa de Tales – como também de todos os
demais filósofos da
escola Jônica – foi a verificação da permanente transformação das coisas umas
nas outras e sua intuição básica é de que todas as coisas são uma só coisa
fundamental, ou um só princípio (arché, ἀρχή).
Dos
escritos de Tales, nenhum deles sobreviveu até nossos dias. Suas ideias
filosóficas são conhecidas graças aos trabalhos de doxógrafos como Diógenes Laércio e Simplício e
de filósofos, principalmente Aristóteles.
Em
sua obra Metafísica, Aristóteles nos conta: “Tales diz que o
princípio de todas as coisas é a água, sendo talvez levado a formar essa
opinião por ter observado que o alimento de todas as coisas é úmido e que o
próprio calor é gerado e alimentado pela umidade. Ora, aquilo de que se
originam todas as coisas é o princípio delas. Daí lhe veio essa opinião, e também
a de que as sementes de todas as coisas são naturalmente úmidas e de ter origem
na água a natureza das coisas úmidas”.
“E
afirmam alguns que ela [a alma] está misturada no todo. É por isso, talvez,
que Tales pensou que todas as coisas estão cheias de deuses.
Parece
também que Tales, pelo que se conta, supôs que a alma é algo que move, se é que
disse que a pedra (ímã) tem alma, porque move o ferro”.
Esse
esforço investigativo de Tales no sentido de descobrir uma unidade, que seria a
causa de todas as coisas, representa uma mudança de comportamento na atitude do
homem perante o cosmos, pois abandona as explicações religiosas até então
vigentes e busca, através da razão e da observação, um novo sentido para o
universo.
Quando Tales disse que todas as coisas estão
cheias de deuses, ou que o magnetismo se deve à existência de “almas” dentro de
certos minerais, ele não estava invocando as palavras Deus e Alma, no sentido
religioso como as conhecemos atualmente, mas sim adivinhando intuitivamente a
presença de fenômenos naturais inerentes à própria matéria.
Embora
suas conclusões cosmológicas estivessem
erradas podemos dizer que a
Filosofia começou então com Tales, que ao estabelecer a proposição de que a
água é o absoluto, provoca como consequência o primeiro distanciamento entre o
pensamento racional e as percepções sensíveis.
A
vida dos antigos pensadores gregos é frequentemente conhecida apenas de maneira
incompleta. Realmente, os primeiros biógrafos não achavam correto divulgar
fatos menos importantes concernentes à personalidade dos sábios.
Eles
julgavam as descobertas destes homens mais que suficientes para que fossem
considerados como seres bastante superiores aos comuns mortais. E, como tais,
deveriam ter uma imagem semelhante à dos deuses, sendo desprezados os fatos
mais corriqueiros de sua vida.
Segundo KIRK RAVEN (1977) a evidência da cosmologia de Tales é muito fraca e imprecisa e, por
isso, somente pode ser tomada como uma base para a especulação.
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