Alimento universal e de surpreendente impacto
gustativo!
Queijo é
um alimento sólido
feito a artir leite de vacas, cabras, ovelhas, búfalas e/ou
outros mamíferos.
O queijo é produzido pela coagulação do
leite. Isto é realizado, em uma primeira etapa, pela acidificação com uma cultura bacteriana e, em seguida,
empregando uma enzima,
a quimosina (coalho
ou substitutos) para transformar o leite em "coalhada e soro". A
bactéria precisa e o processamento da coalhada desempenham um papel na
definição da textura e
sabor da maioria dos queijos. Alguns
queijos apresentam também bolores,
tanto na superfície externa como no interior.
Existem
centenas de tipos de
queijos produzidos em todo o
mundo. Diferentes estilos e sabores de queijo são o resultado do uso do leite
de diferentes mamíferos ou com o acréscimo de diferentes teores de gordura, empregando determinadas espécies de bactérias
e bolores, e variando o tempo de envelhecimento e outros tratamentos de
transformação. Outros fatores incluem a dieta animal e a adição de
agentes aromatizantes tais como ervas,especiarias,
ou defumação.
A condição de pasteurização do leite pode também afetar o sabor final. O amarelo e o vermelho usados para colorir muitos queijos é o
resultado da adição de colorau. Os queijos são consumidos puros ou como
ingrediente de pratos diversos. A maioria dos queijos derrete ao
serem aquecidos.
Para
alguns queijos, o leite é coalhado acrescentando ácidos como o vinagre ou sumo de limão. A maioria dos queijos, no entanto, é
acidificada, em menor grau por bactérias, que transformam os açúcares
do leite em ácido láctico, seguido pela adição de coalho para completar a coagulação. O coalho é uma mistura de enzimas obtida tradicionalmente a partir do
revestimento do estômago de bovinos jovens, mas agora também produzida em
laboratório. Em Portugal a
coalhação é efectuada predominantemente utilizando a flor do cardo (C. cardunculus spp. flavescens),
do gênero Cynara. Atualmente existem alternativas vegetarianas para
o coalho; a maioria delas obtida pela fermentação do fungo Mucor miehei.
O
queijo é um bom complemento alimentar. É valioso por ser de fácil transporte,
ter longa durabilidade e alto teor de gordura, proteína, cálcio e fósforo. O queijo é uma forma mais compacta de nutrição
e tem uma validade mais longa que a do leite do qual ele é feito. Os produtores
de queijos podem instalar-se
próximos ao centro de uma região leiteira e beneficiarem-se do rápido acesso ao
leite fresco, dos preços mais baixos do leite e das despesas menores com o
transporte. A longa durabilidade do queijo faz com que o produtor possa
armazená-lo e vendê-lo quando os preços estiverem altos ou quando necessitar de
dinheiro.
A
origem da palavra queijo parece se encontrar no latim popular caseus.2 A fonte mais
antiga é provavelmente da raiz proto-indo-europeia *kwat-, que significa "fermentar, tornar ácido".
Em português,
a moderna palavra queijo surgiu por intermédio do espanhol queso,
do ano 980, documentado em português sob a forma queso em
1188. Os derivados são requesón e requeijão surgem
no século XVI. No século XIX, por via culta, usou-se do elemento
regular, de composição casei-, nos neologismos caseína, caseiforme, caseoso,
etc.. A palavra malaia/indonésia keju (emprestada
da portuguesa 'queijo'), a romena caş e
a italiana cacio são
também de origem latina.
Na língua inglesa,
a moderna palavra cheese vem de chese (em inglês médio) e cīese ou cēse (em inglês antigo). Palavras similares são compartilhadas por outras línguas germânicas ocidentais — frísio ocidental tsiis, neerlandês kaas, alemão Käse, alto alemão antigo chāsi — todas elas provavelmente vindas da raiz
germano-ocidental *kasjus, que por sua vez é anteriormente derivada
do latim.
Quando
os romanos iniciaram
a produção de queijos duros para o suprimento de seus legionários,
uma nova palavra começou a ser usada: formaticum, do latim caseus
formatus, ou "queijo moldado". É a partir dessa palavra que
derivou a palavra francesa fromage,
antes formage, a italiana formaggio, catalãformatge, bretã fourmaj e provençal furmo.
O
queijo é um alimento antigo. Não há qualquer evidência conclusiva indicando
onde a produção de queijo teve origem, se foi na Europa, Ásia Centralou Oriente Médio,
mas essa prática já havia se propagado na Europa antes mesmo dos romanos e
de acordo com Plínio, o Velho,
tinha se tornado um sofisticado empreendimento quando do início da formação
do Império Romano.
Propor
uma data para a origem do queijo pode variar desde aproximadamente 8.000 a.C. (quando
as ovelhas foram
pela primeira vez domesticadas),
até por volta de 3.000 a.C..
O primeiro queijo pode ter sido feito por pessoas no Oriente Médio ou
pelos povos túrquicos nômades da
Ásia Central. Uma vez que peles de animais e órgãos internos inflados têm,
desde os tempos antigos, servidos como recipientes para armazenar uma grande
variedade de produtos alimentícios, é provável que o processo de produção do
queijo tenha sido descoberto acidentalmente ao estocar o leite em um recipiente
feito do estômago de
um animal, resultando na transformação do leite em coalhada e soro pela quimosina do estômago. Há uma lenda muito divulgada
sobre a descoberta do queijo por um comerciante árabe que costumava usar esse
método de estocar leite. A lenda tem muitas variações individuais.3 4
A
produção de queijos pode também ter-se iniciado, independentemente disto, pela
prensagem e adicionamento de sal ao leite coalhado a fim de preservá-lo. A
observação de que o efeito de armazenar o leite em um recipiente feito de
estômago de animal produzia coalhadas mais sólidas e de melhor textura, pode
ter levado à adição deliberada de coalho no leite.
A
mais antiga evidência arqueológica da
produção de queijo foi encontrada nas pinturas de uma tumba egípcia,
datando de cerca de 2.000 a.C..5 É provável que os primeiros queijos tenham
sido bastante ácidos e salgados, similares em textura ao rústico queijo
cottage ou feta, um farelento, e saboroso queijo grego.
O
queijo produzido na Europa, onde o clima é mais frio que do Oriente Médio,
requer uma menor quantidade de sal para a sua preservação. Nas condições de
menor quantidade de sal e acidez, o queijo torna-se um ambiente propício para
uma grande variedade de micróbios benéficos e mofos, que são o que dão aos queijos mais velhos seus
sabores característicos.
Recentemente
o Instituto Max Planck de Biologia Molecular e Genética, da Alemanha, analisou algumas peças descobertas no complexo
de Tumbas de Xiaohe (na china) e constatou serem blocos de queijo, sendo assim,
considerados os queijos mais antigos da humanidade descobertos até o momento e
datadas de 1.650 anos A.c.
A
antiga mitologia grega creditou a Aristeu a descoberta do queijo. A Odisseia de Homero (século VIII a.C.) descreve o Ciclope fazendo
e armazenando queijo do leite de ovelha e cabra. A tradução de Samuel
Butler:
“
|
Nós logo alcançamos sua caverna, mas ele estava
fora cuidando das ovelhas, então entramos e fizemos um levantamento de tudo
que pudéssemos ver. Sua prateleira estava lotada com queijos, e ele tinha
mais cordeiros e cabritos que seus currais podiam conter…
Quando ele
terminou, sentou-se e ordenhou suas ovelhas e cabras, tudo em seu devido
tempo e, em seguida, levou cada uma delas para junto de suas crias. Ele
coalhou metade do leite e colocou-o de lado em peneiras de vime.
|
”
|
Nos tempos romanos,
o queijo era um alimento diário e sua produção uma arte muito desenvolvida, não
muito diferente do que é feito hoje em dia. A obra escrita De Re
Rustica (sobre as coisas do campo) de Columella (cerca do ano 65) descreve um processo de
produção de queijo utilizando a coagulação do leite pelo coalho, separação do
soro, salga e maturação. A Naturalis Historia (77) de Plínio dedica
um capítulo (XI, 97) para descrever a diversidade de queijos consumidos pelos
romanos do início do império.
Ele afirmou que os melhores queijos vinham das aldeias perto de Nîmes, mas não tinham longa durabilidade e precisavam
ser consumidos frescos. Os queijos dos Alpes e Apeninos eram notáveis por suas variedades, assim
como ocorre hoje em dia. O queijo lígure era apreciado por ser feito apenas de
leite de ovelhas e alguns queijos produzidos nas vizinhanças eram muito
pesados. O queijo de leite de cabra era um gosto recente em Roma, aperfeiçoados com o "sabor
medicinal" dos queijos similares da Gália através da defumação. Dos queijos de regiões fora do Império, Plínio
dava preferência àqueles da Bitínia na Ásia Menor.
Roma
difundiu uma padronização de técnicas na produção de queijos por quase toda a
Europa, e introduziu sua produção em áreas onde não havia uma história anterior
relacionada a ele. Quando houve o declínio de Roma e o comércio de longa
distância diminuiu, o queijo na Europa ganhou uma maior diversificação, com
vários locais desenvolvendo suas próprias técnicas de produção e de produtos. A
Câmara Britânica de Queijos alega que a Grã-Bretanha possui
aproximadamente 700 locais distintos de produção de queijos;7 A França e a Itália têm talvez 400 cada. (Um provérbio francês
diz que há um tipo diferente de queijo francês para cada um dos dias do ano, e Charles de Gaulle uma vez perguntou: "como você pode governar um país no qual
existem 246 tipos de queijo?"8 ) Ainda
assim, o avanço da arte da produção do queijo na Europa foi lenta durante os
séculos que se seguiram à queda do Império
Romano do Ocidente. Muitos dos queijos mais
conhecidos hoje em dia foram pela primeira vez registrados no final da Idade Média ou
depois dela— queijos como cheddar por volta de 1500, Parmesão em 1597, Gouda em
1697, e Camembert em
1791.9
Em
1546, John Heywood escreveu em Proverbes que "a lua é feita de
queijo verde". (Verde pode não estar referindo-se aqui a cor,
como muitos atualmente pensam, mas ao fato de ser novo ou imaturo.)10 Variações
deste sentimento foram por muito tempo repetidas. Embora algumas pessoas
presumam que este era uma crença no período anterior à exploração espacial, é mais provável que Heywood tenha cometido um disparate.
Até
a sua propagação moderna juntamente com a cultura europeia, o queijo era quase
desconhecido das culturas orientais, inexistente nasAméricas pré-colombianas e
de uso apenas limitado na África submediterrânea,
sendo generalizado e popular apenas na Europa e nas áreas fortemente influenciadas por
suas culturas. Mas, com a disseminação, inicialmente através do imperialismo
europeu, e mais tarde da cultura e alimentação euro-americanas, o queijo tem
aos poucos tornado-se conhecido e cada vez mais popular em todo o mundo, embora
ainda raramente sendo considerado parte das cozinhas étnicas locais fora da
Europa, do Oriente Médio e das Américas.
A
primeira fábrica para a produção industrial de queijo começou a funcionar
na Suíça em
1815, mas foi nos Estados
Unidos da América onde a produção em larga
escala teve pela primeira vez real sucesso. O crédito normalmente vai para
Jesse Williams, um produtor de lacticínios deRoma, Nova Iorque,
que em 1851 começou a produzir queijo em forma de linha de produção usando o leite de fazendas vizinhas. Em poucas décadas existiam
centenas dessas associações de produtos lácteos.
Na década de 1860 iniciou-se
a produção em massa do coalho e na virada do século cientistas estavam produzindo culturas micro bióticas
puras. Até então, a bactéria da produção do queijo provinha do meio ambiente ou
da reutilização de parte de uma quantidade anterior de soro; as culturas puras
significaram um meio mais padronizado de produção do queijo.
O
queijo industrializado ultrapassou a produção artesanal de queijo no período
da Segunda
Guerra Mundial e desde então, as
fábricas têm sido as maiores fontes da maioria dos queijos na América e Europa.
Atualmente, os estado-unidenses compram mais queijo processado que "real", industrializados ou não.11
Antigo método suíço de produzir queijo (etapa de
aquecimento). Se necessário, o suporte de madeira pode ser movimentado,
afastando o caldeirão do fogo.
O
único passo estritamente necessário para se fazer qualquer tipo de queijo é
separar o leite em coalhada sólida
e soro líquido.
Geralmente isso é feito pela acidificação do leite e adição da quimosina. A acidificação é feita diretamente pela adição
de um ácido como vinagre,
em alguns casos (paneer, queijo fresco),
mas ao invés disso, normalmente são empregadas bactérias. Essas bactérias
convertem os açúcares do leite em ácido láctico. As mesmas bactérias (e as enzimas que elas produzem) também desempenham um importante
papel na variação dos sabores dos queijos amadurecidos. Na maioria dos queijos
empregam-se bactérias como as Lactococci, Lactobacilli,
ou Streptococci. Além destas, na Suíça ainda é utilizado a Propionibacter
shermani, que produz bolhas de gás
de dióxido de carbono durante a maturação do queijo, resultando no queijo
suíço ou Emmental com seus
característicos furos.
Alguns
queijos frescos são coagulados apenas pela acidificação, mas a maioria deles
utiliza também o coalho. O coalho dá uma consistência mais firme e gelatinosa ao queijo se comparado à frágil textura da
coalhada produzida apenas pela coagulação ácida. Também permitem ter um nível
mais baixo de acidez —importante porque as bactérias, que dão o sabor
característico ao queijo, são inibidas em meios altamente ácidos. Em geral, as
variedades de queijos menores, de massa mais mole, fresca são coagulados com
uma proporção maior de ácido e menor de coalho, ao contrário dos queijos
maiores, de massa mais firme e de maior durabilidade.
Durante a produção industrial do queijo Emmental,
a coalhada ainda não utilizada é movimentada por misturadores rotativos.
Neste
ponto, o queijo adquiriu uma textura espessa e úmida. Alguns queijos de massa
mole estariam praticamente prontos: eles são drenados, salgados, e embalados.
Para a maioria dos queijos restantes, a coalhada é cortada no formato de
pequenos cubos. Isto possibilita que a água seja drenada dos pedaços
individuais de coalhada.
Alguns
queijos duros são, em seguida, aquecidos a uma temperatura na faixa dos 35 e
55 °C.
Isto faz com que o soro seja mais rapidamente drenado e também consegue-se
alterações no gosto final do queijo, afetando a cultura bacteriana existente e
a estrutura química do leite. Nos queijos que são aquecidos a temperaturas mais
altas, são geralmente empregadas bactérias termófilas que
sobrevivem a esta etapa, como as lactobacilli oustreptococci.
O sal desempenha
vários papéis na produção do queijo além de adicionar-lhe o sabor salgado. Ele
preserva o queijo da deterioração, extrai a umidade da coalhada, e firma a
textura do queijo na interação com suas proteínas. Alguns queijos são salgados a partir do
exterior com sal seco ousalmoura. A maioria dos queijos tem o sal misturado
diretamente na coalhada.
Uma
série de outras técnicas pode ser utilizada para dar as características finais
de textura e sabor ao queijo. Alguns exemplos:
Alongamento:
(Mozzarella, Provolone) A coalhada é esticada e massageada em água
quente, desenvolvendo um fino e comprido corpo fibroso.
Cheddaring: (Cheddar, outros queijos ingleses) O pedaço de coalhada cortada
é repetidamente empilhado, expulsando mais umidade. A coalhada é também
misturada (ou batida) por um longo período de tempo, e cortada em
pedaços influenciando a textura do produto final.
Lavagem:
(Edam, Gouda, Colby) A coalhada é lavada em água quente, reduzindo
a sua acidez e contribuindo para um queijo de sabor mais suave.
A
maioria dos queijos alcança sua forma final quando as coalhadas são prensadas
em um molde ou forma. Nos queijos mais duros, uma pressão maior é aplicada. A
pressão expulsa a umidade— os moldes são desenhados para permitirem que a água
escoe— e fundem as coalhadas em um único corpo sólido.
Parmigiano-Reggiano em uma fábrica moderna.
Um
queijo recém produzido geralmente é salgado, ainda de sabor brando e, para a
variedade de queijos duros, com a textura um tanto elástica. Estas qualidades
são, por vezes, apreciadas—o queijo
coalhado, por exemplo, é consumido
poucas horas após ter sido produzido—mas, geralmente os queijos são deixados
para descansar sob condições cuidadosamente controladas. Este período de
amadurecimento (também chamado de envelhecimento, ou, em francês, affinage)
pode durar de alguns dias a vários anos. Durante o amadurecimento do queijo,
micróbios e enzimas transformam sua textura e intensificam seu sabor. Esta
transformação é em grande parte em consequência da decomposição dasproteínas da caseína e da gordura
do leite em uma mistura complexa
de aminoácidos, aminas e ácidos graxos.
Alguns
queijos têm bactérias adicionais ou bolores intencionalmente introduzido neles antes
ou durante a maturação. Na produção tradicional de queijo, esses micróbios
podem já estar presentes no ar do local do amadurecimento; eles simplesmente se
alojam e crescem nos queijos armazenados. Hoje em dia é mais frequente serem
utilizadas culturas preparadas, dando resultados mais consistentes e oferecendo
menos restrições ao ambiente onde o queijo amadurece. Dentre esses queijos
curados suaves estão o Brie e
o Camembert,
os queijos azuis, tais como oRoquefort, Stilton, Gorgonzola, e os queijos de casca grossa como o Limburger.
Em geral, o queijo fornece uma grande
quantidade de cálcio, proteína e fósforo. Trinta gramas de queijo cheddar contém cerca de sete gramas de proteína e
200 miligramas de cálcio. Nutricionalmente,
o queijo é essencialmente leite concentrado, para as mesmas
quantidades de proteína e cálcio são necessários 200 gramas e
150 gramas de leite, respectivamente.
O queijo potencialmente traz também
algumas desvantagens nutricionais do leite. A
sua recomendação é para limitar o consumo semanal de gordura de queijo para
duas onças (60 gramas). Se atualmente o alto
consumo de gordura saturada do queijo é considerado um aumento no risco de
desenvolver doenças cardíacas, deve-se também levar-se em consideração o fato de que a França e a Grécia, que lideram o consumo mundial de queijo (mais de 14 onças
(400 gramas) semanal por pessoa, ou mais de 45 libras (20 kg)
por ano) têm ainda taxas relativamente baixas de doenças cardíacas. Esta aparente discrepância é chamada
de paradoxo francês; as taxas mais altas de consumo de vinho
tinto nesses países são frequentemente invocadas como, pelo menos, uma
explicação parcial do fato.
Apesar do queijo ser uma fonte vital
de nutrição em muitas regiões do mundo e ser muito consumido em outras, seu uso
como produto nutricional não é universal. O queijo é raramente encontrado nos
pratos da culinária da Ásia
Oriental, uma vez que produtos
lácteos, em geral, são raros. Porém, o sentimento da
Ásia Oriental contra o queijo não é universal; o queijo produzido a partir do
leite de iaque (chhurpi) ou éguaé
comum nas estepes asiáticas; o prato nacional do Butão, ema datsi,
é feito a partir do queijo caseiro e pimenta e o queijo da província chinesa de Yunnan é produzido por várias minorias de grupos étnicos pela adição de
água e vinagre de arroz ao leite de búfala. O consumo de queijo na China está aumentando, com vendas anuais
mais do que dobrando de 1996 a 2003 (apesar de ainda inferiores a 30 milhões de
E.U.A. dólar por ano). Certos tipos de conservas chinesas de tofu são algumas vezes erroneamente chamadas de "queijo
chinês", na Inglaterra, e de "queijo de soja" no Brasil e em Portugal, devido a sua textura e sabor forte.
Os seguidores mais rigorosos das leis
dietéticas do Islamismo e Judaísmo devem evitar queijos produzidos com a coalhada do leite de animais
que não foram mortos de acordo com o especificado nas leis do halal ou cashrut. As duas fés
permitem o queijo produzido com a coalhada com base em vegetais ou com a
coalhada feita a partir de animais que foram processados em uma forma halal ou
kosher. Muitos judeus menos ortodoxos também acreditam que a coalhada passa por
uma suficiente transformação que altera totalmente a sua natureza, e não
consideram que ela viole qualquer lei kosher. De todo o modo, ao ser
considerado como um alimento primário, nunca pode ser consumido, por um judeu,
combinado com carne.
Muitos vegetarianos evitam qualquer queijo feito a partir da coalhada de origem
animal. Os queijos vegetarianos mais facilmente encontrados são produzidos
utilizando a coalhada produzida pela fermentação do fungo Mucor miehei. Os vegetarianos que não consomem
produtos lácteos, não comem qualquer tipo de queijo real, porém, os substituem
por queijos à base de alguns vegetais (geralmente da soja e da amendoeira).
Mesmo nas culturas com longa tradição
em queijos, não é incomum encontrar pessoas que considerem queijos -
especialmente os de odores fortes ou de variedades com bolores, tais como o Limburger ou Roquefort - como inapetitosos, desagradáveis, ou
repugnantes. O escritor de ciência da alimentação Harold
McGee sustenta que o queijo adquire tal sabor porque é produzido através
de um processo de decomposição controlado e muitas moléculas do odor e aroma em um queijo
amadurecido são as mesmas encontradas em alimentos estragados. Ele observa,
"Uma aversão ao odor de deterioração tem o óbvio valor biológico de
afastar-nos de possíveis alimentos tóxicos, por isso, não é surpresa que um
alimento de origem animal que exale cheiro de sapatos e chão de estábulo
provoque em algumas pessoas a mesma reação."44 Por fim, há queijos que são tradicionais mas em função de questões
sanitárias, foram postos na ilegalidade, tal
como o casu
marzu, uma espécie de pecorino cujo amadurecimento se dá após a inserção ou a ovoposição de larvas da mosca-do-queijo, que lhe dão um sabor característico, mas podem provocar doenças gastrointestinais e até mesmo tornarem o queijo tóxico se já
mortas. Entretanto, estes últimos casos são muito restritos.
Origem: Wikipédia
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