A maior estação
ferroviária do Brasil, dentro dela funciona o Museu da Língua Portuguesa.
A Estação
da Luz é uma estação ferroviária localizada no bairro da Luz, na cidade de São Paulo, Brasil. Integra a
rede de transportes sobre trilhos da Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos, com transferência gratuita para a Estação Luz do Metrô de São Paulo, sendo um dos seus mais importantes nós, visto que
por ela passam ou estão próximas diferentes linhas de trem e metrô. A estação abriga ainda o Museu da Língua Portuguesa, uma instituição cultural ligada à Secretaria de
Cultura do Estado de São Paulo, inaugurada em 2006.
A estação de
passageiros de São Paulo localiza-se no bairro da Luz. A época da implantação
da linha a região da Luz era um bairro retirado caracterizado por possuir um
amplo aterro que unia o centro da cidade à ponte Grande, além de abrigar um
jardim botânico, ampliado pelo presidente da Província, o Dr. Teodoro Sampaio, e uma
ermida dedicada as irmãs de São José. O terreno para a estação fora cedido ao
largo do jardim botânico apesar de sua localização não ter sido decidida até
1865; deste modo o superintendente à época, J. J.
Aubertin solicitou a implantação da mesma em terreno situado próximo a
atual estação da Luz do metrô de São Paulo, na esquina com a rua Brigadeiro
Tobias. O pedido fora realizado pelo engenheiro das obras, Daniel M. Fox, ao
presidente da Província; este solicitava o retorno aos projetos originais
realizados para a estação da Luz: por determinação do engenheiro fiscal. Vasco de Medeiros, uma vez
que a estação seria deslocada para o outro lado do Jardim Botânico, próximo ao
escritório do empreiteiro Robert Sharpe, para
instalar-se duas cancelas nas ruas Alegre e Constituição; entretanto o
engenheiro Daniel M. Fox aconselhava a realização da estação no Largo do Jardim
Público, determinando com isso a instalação de uma única cancela que serviria a
ambas as ruas.
Sua primeira
edificação, como todas as outras da Companhia, era muito simples, constituindo
de um pequeno bloco de um pavimento localizado lateralmente à linha da estrada
de ferro, onde se situavam as instalações de despacho, embarque e desembarque
de passageiros e residência do chefe da estação. Junto à mesma localizava-se
uma série de pequenas edificações destinadas à administração da linha, à
engenharia da companhia, para reparos das composições e armazenamento de
mercadorias.
Em 17 de março de
1888, a Companhia propôs a execução de aumento da plataforma da estação de
passageiros na Luz e respectiva cobertura, bem como a ampliação da
edificação. Este passou a contar com dois pavimentos, com linhas neoclássicas,
cobertura em ferro na entrada da edificação e sobre as plataformas, sendo
construída sobre a estação anterior. Alfredo Moreira Pinto, em 1900 forneceu
uma precisa descrição sobre a segunda estação da Luz:
Atualmente ocupa um edifício que tem um corpo central reentrante, com
três janelas no segundo pavimento e duas portas, três janelas e um alpendre
no primeiro e dois corpos laterais salientes com quatro janelas em cada um
sendo duas em cada pavimento. No corpo central ficam um saguão e a bilheteria
no primeiro pavimento e a repartição do tráfego no segundo. Aos lados do
saguão ficam o correio, uma sala de senhoras e em frente a esta, um botequim.
Nos fundos do edifício rasga-se uma extensa plataforma, na qual se acham a
sala do chefe da estação, o telégrafo e diversos compartimentos para cargas.
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Tal edificação foi
mantida até início do século XX, quando fora demolida para a complementação da
gare da terceira estação da Luz.
O Governo Federal,
através do Ministro da Viação e Obras Públicas, Epitácio Pessoa, acatou o
pedido através do despacho datado de 23 de fevereiro de 1901. As obras de Duplicação mesmo
após o aceite das obras continuaram a ser realizadas ao longo da primeira
década do século XX, concluindo-se as obras remanescentes nas estações de
Jundiaí e de Santos, sendo na primeira a conclusão da cobertura das plataformas
e na segunda a conclusão dos armazéns de mercadorias e a apresentação de um
novo plano para uma nova estação de passageiros que não fora aceito. Nesta
época, o superintendente da Companhia no Brasil era o contador Charles C. Tompkins e o
engenheiro responsável pelas obras, o engenheiro galês William Sheldon.
Menos de quinze
anos após a conclusão das obras deste importante representante da arquitetura
ferroviária em São Paulo, em 1915, quando o superintendente da Companhia era o
brasileiro Antônio Fidelis e seu engenheiro residente Sheldon, foram
realizados dois projetos pelo arquiteto Victor Dubugras para
uma nova estação da Luz em São Paulo, que previa a completa demolição da
existente. Estes dois projetos, além desta radical proposta, apresentavam a construção
de uma ampla laje sobre as linhas existentes com o desmonte da atual gare. No
lugar da atual praça da Luz, entre a atual estação e o jardim, seria construída
uma nova gare com a implantação de novas linhas.
Em 1946 a estação
sofreu um incêndio e após a reforma, foi-lhe adicionado um novo pavimento
no bloco administrativo. A partir deste período, o transporte ferroviário entrou em um
processo de degradação no Brasil, assim como o bairro da Luz, levando a Estação
a igualmente degradar-se.
Nas décadas de 1990
e 2000 passou por uma série de reformas, uma das quais encabeçada pelo
arquiteto Paulo Mendes da Rocha e seu filho Pedro Mendes da Rocha — que teve
como intenção adaptá-la a receber o Museu da Língua Portuguesa.
A estação reflete o
momento histórico em que foi construída, evidenciando o poder do café na
trajetória de expansão da cidade. Erguida junto ao Jardim da Luz, por
décadas a sua torre dominou parte da paisagem central paulistana. O seu relógio
era o principal referencial para acerto dos relógios da cidade. Destruído
pelo incêndio de 1946, foi substituído, cinco anos depois, por um relógio Michelini, de fabricação nacional.
No período de auge
da estação (ou seja, nas primeiras décadas do século XX, quando a Luz era uma
região de destaque na cidade), ela compunha um conjunto arquitetônico que não
só era um referencial urbano como efetivamente fazia parte da vida cotidiana do
município, constituindo aquilo que pode ser chamado de a "imagem da
cidade".
A estação, vizinha
do Jardim da Luz, compunha com o edifício da Pinacoteca do Estado um
marco na definição da região da Luz, marcando os limites dos bairros do Bom Retiro e Campos Elíseos. Além
disso, até meados dos anos 1970, um terceiro elemento configurava aquele espaço
de forma bastante marcante: na perspectiva da Avenida Tiradentes localizava-se, em frente à Pinacoteca, um
monumento à figura de Ramos de Azevedo (arquiteto
responsável pelo projeto de diversos edifícios importantes naquele período,
inclusive o prédio da Pinacoteca). Desta forma, tendo como referência aquele
monumento, alguém localizado tanto no Centro Antigo quanto nas regiões mais
próximas ao Rio Tietê (para
o qual a Avenida Tiradentes se estende) poderia localizar o bairro da Luz e
especular a que distância estava da Estação.
Com as obras do
Metrô de São Paulo, conduzidas na década de 70, o Monumento a Ramos de Azevedo
teve de ser removido do local, levando a uma alteração radical da configuração
espacial da paisagem original daquele local, assim como a sua percepção
cotidiana dos transeuntes do local. Por
outro lado, a Estação da Luz ganhou uma certa monumentalidade.
Expresso Turístico
em fase de testes.
O Expresso Turístico é uma linha turística já em funcionamento que
faz viagens ligando a Estação da Luz, em São Paulo, Paranapiacaba e Jundiaí. Teve
início em 2009, com locomotivas de capacidade para 170 pessoas, movidas a diesel e a
cerca de quarenta quilômetros por hora.
O expresso forma uma grande malha turística ao longo das linhas da CPTM, fazendo a ligação do Circuito das Frutas, que
envolve os municípios de (Atibaia, Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Jundiaí, Louveira, Morungaba, Valinhos e Vinhedo), as grandes cidades da Grande São Paulo e sucessivamente ao distrito de Paranapiacaba, na Serra do Mar, em Santo André, também na Grande São Paulo.
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