terça-feira, 20 de janeiro de 2015

ETIQUETA

 Conjunto de normas de comportamento social

 Charge. Em High-Change in Bond Street,—o—la Politesse du Grande Monde (1796), James Gillray caricaturou a falta de etiqueta num grupo de homens olhando lascivamente para as mulheres e empurrando-as para fora da calçada.

Etiqueta (do francês étiquette) é o conjunto de regras cerimoniais que indicam a ordem de precedência e de usos a serem observados pela corte em eventos, públicos ou não, onde estiverem presentes chefes de estado e/ou alta autoridades tais, como solenidades e datas oficiais; por extensão, são ainda as normas a serem observadas entre particulares, no trato entre si.
Para Norbert Elias são normas de conduta que denotam boa educação, a partir da ideia de autocontrole como indicador de civilidade; estas mudanças de comportamento formam mesmo a base do estado nacional moderno, a partir da instalação das monarquias absolutas. Segundo ele "o controle mais complexo e estável da conduta passou a ser cada vez mais instilado no indivíduo desde seus primeiros anos, como uma espécie de automatismo, uma auto compulsão à qual ele não poderia resistir, mesmo que desejasse" (...) "Nessa sociedade aquele que melhor conseguir moderar suas paixões é aquele terá melhores vantagens, conseguirá e manterá favores".



Estas regras passaram a ser escritas em manuais, na Europa, a partir do século XVI, que retratavam formas de "bom-tom" ou de "polidez" no trato social.2 Era originalmente destinada às classes abastadas mas, com o advento das mídias de comunicação em massa no século XX e a ampliação da sociedade de consumo, passaram a se dirigir também às camadas inferiores da sociedade.
O primeiro filósofo a ocupar-se da etiqueta foi Erasmo de Roterdão que, em 1530, publicou De civilitate morum puerilium (Da civilidade dos costumes das crianças), sendo a primeira obra que se tem conhecimento sobre o assunto; ali Erasmo procura orientar a formação infantil, no que toca ao gestual, vestimentas, expressões faciais, dentre outras, para delimitar o comportamento e demonstrando as boas e más condutas; dá grande ênfase na etiqueta à mesa, onde verdadeiramente se reconhece quem é ou não nobre.


Um segundo manual surge em 1558, na Itália, de autoria de Giovanni della Casa, intitulado Galateo, onde o autor descreve em narrativa um velho a ensinar boas maneiras a um jovem. A etiqueta passara a ser o modulador do status quo, a distinguir o "civilizado" do "bruto" ou "bárbaro".
Foi no reinado de Luís XIV de França, contudo, que proliferaram as "sociedades da corte", e as normas de etiqueta ganharam grande divulgação e importância.


No Brasil o uso e aprendizado da etiqueta parece haver ganho impulso com a vinda da Família Real, em 1808; no final do século XIX e começo do seguinte é que finalmente obras variadas foram publicadas, e adotadas no ensino público.


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