Conjunto de normas de comportamento social
Charge. Em High-Change
in Bond Street,—o—la Politesse du Grande Monde (1796), James Gillray caricaturou a falta de etiqueta num grupo de
homens olhando lascivamente para as mulheres e empurrando-as para fora da
calçada.
Etiqueta (do francês étiquette) é
o conjunto de regras cerimoniais que indicam a ordem de precedência e de usos a
serem observados pela corte em
eventos, públicos ou não, onde estiverem presentes chefes de estado e/ou alta
autoridades tais, como solenidades e datas oficiais; por extensão, são ainda as
normas a serem observadas entre particulares, no trato entre si.
Para Norbert Elias são
normas de conduta que denotam boa educação, a partir da ideia de autocontrole
como indicador de civilidade; estas mudanças de comportamento formam mesmo a
base do estado nacional moderno, a partir da
instalação das monarquias absolutas. Segundo ele "o controle mais complexo e
estável da conduta passou a ser cada vez mais instilado no indivíduo desde seus
primeiros anos, como uma espécie de automatismo, uma auto compulsão à qual ele
não poderia resistir, mesmo que desejasse" (...) "Nessa
sociedade aquele que melhor conseguir moderar suas paixões é aquele terá
melhores vantagens, conseguirá e manterá favores".
Estas regras
passaram a ser escritas em manuais, na Europa, a partir
do século XVI, que
retratavam formas de "bom-tom" ou de "polidez" no trato
social.2 Era
originalmente destinada às classes abastadas mas, com o advento das mídias de
comunicação em massa no século XX e a ampliação da sociedade de consumo,
passaram a se dirigir também às camadas inferiores da sociedade.
O primeiro filósofo
a ocupar-se da etiqueta foi Erasmo de Roterdão que, em 1530,
publicou De civilitate morum puerilium (Da civilidade dos
costumes das crianças), sendo a primeira obra que se tem conhecimento sobre
o assunto; ali Erasmo procura orientar a formação infantil, no que toca ao
gestual, vestimentas, expressões faciais, dentre outras, para delimitar o
comportamento e demonstrando as boas e más condutas; dá grande ênfase na
etiqueta à mesa, onde verdadeiramente se reconhece quem é ou não nobre.
Um segundo manual
surge em 1558, na Itália, de
autoria de Giovanni della Casa, intitulado Galateo, onde o autor
descreve em narrativa um velho a ensinar boas maneiras a um jovem. A etiqueta
passara a ser o modulador do status quo, a
distinguir o "civilizado" do "bruto" ou
"bárbaro".
Foi no reinado
de Luís XIV de França, contudo, que proliferaram as "sociedades da
corte", e as normas de etiqueta ganharam grande divulgação e importância.
No Brasil o uso e
aprendizado da etiqueta parece haver ganho impulso com a vinda da Família Real, em 1808; no final
do século XIX e começo do seguinte é que finalmente obras variadas foram
publicadas, e adotadas no ensino público.
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