Pintura: Museu Virtual do Blog do
Facó
Giotto di Bondone mais
conhecido simplesmente por Giotto, (Colle Vespignano, 1266 — Florença, 1337) foi
um pintor e arquiteto italiano.
Nasceu perto de Florença, foi
discípulo de Cinni di Pepo, mais conhecido na história da arte pela introdução da perspectiva na pintura, durante o Renascimento.
Devido ao alto grau de inovação de seu trabalho
(ele é considerado o introdutor da perspectiva na pintura da época), Giotto é considerado por Bocaccio o
precursor da pintura renascentista. Ele é considerado o elo entre o
renascimento e a pintura medieval e a bizantina.
A
característica principal do seu trabalho é a identificação da figura dos santos
como seres humanos de aparência comum. Esses santos com ar humanizado eram os
mais importantes das cenas que pintava, ocupando sempre
posição de destaque na pintura. Assim, a pintura de Giotto vem ao encontro de
uma visão humanista do mundo, que vai cada vez mais se firmando até o
Renascimento.
Giotto,
forma diminutiva de Ambrogio ou Angiolo, não se sabe ao
certo, adotou a linguagem visual dos escultores, procurando obter volume e
altura realista nas figuras em suas obras. Comparando suas obras com as do seu
mestre, elas são muito mais naturalistas, sendo Giotto o pioneiro na introdução
do espaço tridimensional na pintura europeia. Em seus trabalhos pela península Itálica, Giotto fez amizades com o rei de Nápoles e Bocaccio, que o
menciona em seu livro, Decameron.
O Papa Benedito XI quis
empregar Giotto, que passaria então dez anos em Roma.
Posteriormente, trabalharia para o Rei de Nápoles. Em 1320, ele
retornou a Florença, onde
chefiaria a construção da Catedral de Florença. Giotto morreu quando pintava
"O Juízo Final" para a capela de Bargello, em
Florença. Durante uma escavação na Igreja de Santa Reparata, em Florença, foram
descobertos ossos na mesma área que Vasari tinha relatado como o túmulo de
Giotto. Um exame forense parece ter confirmado que a ossada era mesmo de
Giotto.
Os ossos eram de um homem baixo, que pode ter
sofrido de uma forma de nanismo. Isso
apóia uma tradição da Basílica de Santa Cruz de que
um anão que
aparece em um dos afrescos é um
autorretrato de Giotto.
De acordo
com o historiador Giorgio Vasari, ele teria
começado a desenhar ainda com 12 anos, quando era um pastor de ovelhas, fazendo
desenhos em rochas. O artista Cimabue, um dos maiores pintores
da Toscana, junto
com Duccio (em Siena), o teria
visto desenhando uma ovelha e pediu ao pai de Giotto para levá-lo para ser o
seu aprendiz. Posteriormente, Giotto teria pintado uma mosca no nariz de uma
figura com tanta habilidade que seu mestre teria tentado afugentar o inseto
várias vezes antes de perceber que se tratava de uma pintura.
Em 1280,
Giotto foi com Cimabue para Roma onde havia uma escola de pintores de afrescos, onde o mais famoso era Pietro Cavallini. O famoso escultor florentino Arnolfo di Cambio, de quem
Giotto se inspirou bastante em seus afrescos, também
estava trabalhando em Roma. De Roma, Cimabue foi
para Assis para pintar vários grandes afrescos na
recém-construída Basílica de São Francisco de Assis. É
possível, mas não certo, que Giotto tenha ido com ele. O primeiro trabalho
importante de Giotto teria sido a série de afrescos que
contam a vida de Francisco de Assis no teto da basílica. Há, no entanto, dúvidas
quanto à autoria da obra. Percebe-se a influência da pintura romana no trabalho de Giotto, assim como a
influência do gótico francês,
bem como da arte bizantina. A aparência realista das figuras causou
controvérsia na época. A cena da Crucificação pintada
em Florença mostra
a clara distinção entre o trabalho de Giotto e o de seu mestre.
De acordo com Vasari, outra obra da fase inicial de
Giotto foram os afrescos da Santa Maria Novella e o enorme crucifixo, também na mesma igreja,
de 5 metros de altura. As obras foram datadas de 1290 e, portanto,
contemporâneas aos afrescos de Assis.
Em 1287, aos 20 anos, Giotto se casou e foi
para Roma. Há poucos
traços de sua presença na cidade. A Basílica de São João de Latrão tem
uma pequena série de afrescos, pintados
a pedido do Papa Bonifácio VIII. A fama de Giotto como pintor se espalhou. Ele foi
chamado para trabalhar em Pádua e
também em Rimini, onde
somente um Crucifixo permanece no Templo Malatestiano. Esse trabalho
influenciou a chamada Escola de Rimini, de Giovanni e Pietro da Rimini.
O Beijo de Judas, na Capella degli Scovegni.
A Lamentação, na Capella degli Strovegni.
A Capella degli Scrovegni, também chamada
capella Arena, em Pádua, é
considerada o maior trabalho de Giotto. Ele retrata cenas da Virgem Maria e da
Paixão de Cristo e foi criada entre 1303 e 1310.
Aqui, ele quebra as tradições da narração de cenas
medievais. A cena da morte de Cristo foi
admirada por muitos artistas renascentistas pela força dramática da cena em seu
trabalho. Michelangelo, que
estudou a obra de Giotto, inspirou-se nesse trabalho para a pintura da Capela Sistina.
Como era comum na decoração do período medieval, a
porção oeste da parede é dominada pelo Julgamento Final. São
muitos os painéis famosos da Capela, incluindo um com a Adoração dos
Magos, em que aparece uma Estrela de Belém semelhante a um cometa. Giotto
viu o Cometa Halley em sua aparição em 1301 no céu italiano e é
bem provável que esse objeto astronômico tenha influenciado a estrela da Adoração.
Vários outros pintores do norte da Itália foram
influenciados por Giotto, incluindo Guariento, Giusto de' Menabuoi, Jacopo Avanzi e Altichiero.
Um documento de 1313 mostra a presença de Giotto
em Roma, onde ele
executou um mosaico para
a antiga Basílica de São Pedro, encomendado pelo Cardeal Jacopo Stefaneschi.
Em 1318, ele começou a pintar quatro capelas para
quatro diferentes famílias de Florença na Basílica de Santa Cruz. As composições de
Giotto influenciaram mais tarde a Cappela Brancacci, de Masaccio.
Entre 1303 e 1310 realizou um dos mais importantes
trabalhos, pintura da Capela Degli Strovegni em Pádina.
De acordo com pesquisas do artista e restaurador
italiano Luciano Buso, o Santo Sudário é
obra de Giotto di Bondone.
Galeria do museu
Capela da Arena em Pádua, Itália:
existem ali 40 pinturas de Giotto
Os pastores de Giotto, arte gótica
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