Procissão que antecede o
coroamento de um rei
Os rituais são característicos de quase todas as
sociedades humanas conhecidas, passadas ou atuais. Eles podem incluir os vários
ritos de adoração e sacramentos de religiões organizadas e cultos, mas também
os ritos de
passagem de certas sociedades, como coroações, posses
presidenciais, casamentos e funerais, eventos esportivos e outros.
Um ritual é
um conjunto de gestos, palavras e formalidades, geralmente imbuídos de um valor
simbólico, cuja performance é, usualmente, prescrita e codificada por uma religião ou
pelas tradições da
comunidade.
De acordo o
dicionário eletrônico Michaelis, Ritual tem a seguinte definição: adj m+f (lat
rituale) 1 Pertencente ou relativo aos ritos. 2 Que contém os ritos. sm 1 Livro
que contém os ritos, ou a forma das cerimônias de uma religião. 2 Cerimonial. 3
Conjunto das regras a observar; etiqueta, praxe, protocolo.
Frente à tal diversidade, evidenciamos, logo, que ritual não está apenas
ligado à religião ou formas de expressão religiosa. Um ritual acontece em
concomitância de sujeitos, tempo e espaço. Necessita, também, de objetivos,
procedimentos, técnicas, instrumentos, objetos...
Em Man and his works: the science of cultural antropology, Melville
Herskovits, adverte-nos para a necessidade de atermo-nos para os aspectos que
dão sentido às práticas sociais. Música,
dança, festas, produções estéticas, roupas, comidas, por exemplo, fazem parte
de um universo cuja ordenação social, cultural e política amplia o conceito de
ritual.
Ritual de
coroação de rei
Nesse sentido, os espaços ritualísticos não são apenas os ligados à
religião ou misticismo. O espaço do jogo de cartas entre homens maduros,
por exemplo, obedece a regras, apresenta padrões e procedimentos típicos. Do mesmo modo, o espaço de cuidado do
corpo/aparência da mulher (um salão de beleza, por exemplo) apresenta certas
regras. Nessa ampliação, seria correto afirmar que a vida em sociedade (típica
da humanidade) só tem sentido a partir do entendimento dos rituais que a
circunda.
Um ritual pode ser executado em intervalos regulares ou em situações
específicas. Pode ser executado por um único indivíduo, um grupo, ou por uma
comunidade inteira; pode ocorrer em locais arbitrários, específicos,
diante de pessoas ou privativamente. Um ritual pode ser restrito a certo
subgrupo da comunidade e pode autorizar ou sublinhar a passagem entre condições
sociais ou religiosas. O espaço do
ritual é passível de múltiplas interpretações. De Stonehenge a Rodeo Drive, das
Termas de Caracala a 5Th Avenue, do Muro
das Lamentações à Praça Vermelha, os espaços ritualísticos se reinventam (e são
reinventados)constantemente.
Os propósitos dos rituais são variados. Eles podem
incluir a concordância com obrigações religiosas ou ideais, satisfação de
necessidades espirituais ou emocionais dos praticantes, fortalecimento de laços
sociais, demonstração de respeito ou submissão, estabelecendo afiliação,
obtenção de aceitação social ou aprovação para certo evento - ou, às vezes,
apenas o prazer do ritual em si.
Posse de um
presidente da República – transmissão da faixa presidencial
Os rituais são característicos de quase todas as sociedades humanas
conhecidas, passadas ou atuais. Eles podem incluir os vários ritos de adoração
e sacramentos de religiões organizadas e cultos, mas também os ritos de passagem de
certas sociedades, como coroações, posses
presidenciais, casamentos e funerais, eventos esportivos e outros. Várias
atividades que são ostensivamente executadas para concretizar propósitos, como
a execução da pena de morte e simpósios científicos,
são carregados com ações simbólicas prescritas por regulamentos ou tradição e,
portanto, parcialmente ritualísticos. Várias ações comuns, como aperto de mão ou
cumprimentos podem ser entendidas como pequenos rituais.
Batismo de
João Batista
O ritual
esboça comportamentos de
troca que ganham valor comunicativo e, dentro de uma perspectiva etológica, evoluem
de comportamentos sem nenhuma função comunicativa, que passam a ser
estereotipados, maximizando a comunicação das espécies e minimizando os riscos.
Assim, a corte, as competições pelas fêmeas, os movimentos de bandos de
animais, os movimentos exagerados, acabam aumentam a capacidade de atrair a
atenção, ganhando assim conformação ritualizada. Na medida em que a espécie
humana dominou a linguagem e
desenvolveu-a com seus valores culturais e religiosos, os rituais passaram a
simbolizar ideologias e ensinamentos tornando-se mais complexos.
Rito para o
hasteamento da bandeira nacional
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