terça-feira, 20 de janeiro de 2015

VALÉRIA MESSALINA

 

Messalina

Cruel, dissipada, infiel, insaciável. Eis os adjetivos que os historiadores empregam para qualificar Messalina, havida como a mulher mais pervertida da história. 

Messalina, em breve resumo, ficou famosa por “apunhalar” seu marido centenas de vezes, traindo-o com outros homens. Ela foi a terceira esposa do imperador Cláudio, em 38 D.C. O casamento durou dez anos, período em que ela se fez passar por prostituta numerosas vezes e chegou a fazer uma competição com uma delas, para ver quem fazia sexo com mais homens em 24 horas. Messalina venceu, com 25 parceiros. Em 48 D.C, armou um complô com um de seus amantes para matar Cláudio. O plano, no entanto, foi descoberto antes de ser posto em prática, e ela foi executada.
Messalina era a mais nova – e a única menina - dos dois filhos de Domícia Lépida, a Jovem, e seu primo e marido Marco Valério Messala Barbato. Sua mãe era a filha mais nova do cônsul Lúcio Domício Enobarbo com Antônia Maior. Domício já havia sido casado com a futura imperatriz Agripina, a Jovem, e era o pai biológico do futuro imperador Nero, que era, portanto, primo de Messalina apesar de ser dezessete anos mais velho. As avós de Messalina, Cláudia Marcela e Antônia Maior eram meio-irmãs. Cláudia, a paterna, era filha da irmã de Augusto, Otávia, a Jovem, e de Caio Cláudio Marcelo Menor. Antônia, a materna, era a filha mais velha da mesma Otávia com Marco Antônio e era tia de Cláudio. Como se pode ver, a família tinha muitos casamentos de parentes próximos.



Pouco se sabe sobre a vida de Messalina antes do casamento em 38 com Cláudio, que já tinha por volta de 48 anos de idade. Dois filhos nasceram desta união:
Cláudia Otávia (nascida em 39 ou 40), uma futura imperatriz, meia-irmã e primeira esposa de Nero;
Britânico, césar.
Quando o imperador Calígula foi assassinado em 41, a guarda pretoriana proclamou Cláudio o novo imperador e Messalina, sua imperatriz.

Imperatriz e puta, afirmam os historiadores

Com sua ascensão ao poder, Messalina entrou para a história com uma reputação de implacável, predadora e insaciável sexualmente. Seu marido é retratado como sendo facilmente guiado por ela e ignorante de seus muitos adultérios até ser informado de que ela teria exagerado ao se casar com seu último amante, o senador Caio Sílio em 48. Cláudio então teria ordenado a sua morte e ela recebeu a opção de se suicidar. Incapaz de se auto apunhalar, Messalina foi morta pelo oficial que a prendeu. O senado romano então ordenou que o nome de Messalina fosse retirado de todos os lugares públicos e privados e que tivesse todas as suas estátuas destruídas (damnatio memoriae).


Os historiadores que contam estas histórias, principalmente Tácito e Suetônio, escreveram por volta de 70 anos depois dos eventos, quando o ambiente era hostil à linhagem imperial de Messalina. A história de Suetônio é majoritariamente alarmismo escandaloso. Tácito alega estar transmitindo "o que foi ouvido e escrito pelos mais velhos que eu", sem nomear suas fontes, com exceção das memórias de Agripina, a Jovem, que havia conseguido retirar os filhos de Messalina da sucessão imperial e que, portanto, tinha todo interesse em manchar a imagem de sua predecessora. Já se argumentou que o que se passa por história seria puramente o resultado de sanções políticas que se seguiram à morte de Messalina.
As acusações de excessos sexuais, principalmente, eram uma tática já testada e aprovada para manchar a reputação e geralmente era resultado de "hostilidade politicamente motivado". Dois relatos foram os principais culpados pela má reputação da imperatriz. Um é a história de uma suposta competição de sexo com uma prostituta no livro X da "História Natural", de Plínio, o Velho, que teria durado 24 horas e que Messalina venceu com um placar de 25 parceiros diferentes.
O poeta Juvenal apresenta uma descrição igualmente famosa em sua misógina sexta sátira de como a imperatriz costumava trabalhar clandestinamente a noite toda num bordel sob o nome de "Loba". Ele também menciona a história de como ela teria compelido Sílio a se divorciar de sua esposa para casar-se com ela em sua décima sátira.

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