Messalina
Cruel,
dissipada, infiel, insaciável. Eis os adjetivos que os historiadores empregam
para qualificar Messalina, havida como a mulher mais pervertida da história.
Messalina, em breve resumo,
ficou famosa por “apunhalar” seu marido centenas de vezes, traindo-o com outros
homens. Ela foi a terceira esposa do imperador Cláudio, em 38 D.C. O casamento
durou dez anos, período em que ela se fez passar por prostituta numerosas vezes
e chegou a fazer uma competição com uma delas, para ver quem fazia sexo com
mais homens em 24 horas. Messalina venceu, com 25 parceiros. Em 48 D.C, armou
um complô com um de seus amantes para matar Cláudio. O plano, no entanto, foi
descoberto antes de ser posto em prática, e ela foi executada.
Messalina era a mais nova – e a única menina - dos
dois filhos de Domícia Lépida, a Jovem, e seu primo e marido Marco Valério Messala Barbato. Sua mãe era a filha mais nova do cônsul Lúcio Domício Enobarbo com Antônia
Maior. Domício já havia sido casado com a futura
imperatriz Agripina, a Jovem, e era o pai biológico do futuro imperador Nero, que era, portanto, primo de Messalina apesar de ser dezessete anos
mais velho. As avós de Messalina, Cláudia Marcela e Antônia Maior eram meio-irmãs. Cláudia, a paterna, era filha da
irmã de Augusto, Otávia, a
Jovem, e de Caio Cláudio Marcelo Menor. Antônia, a materna, era a filha mais velha da mesma Otávia com Marco Antônio e era tia de Cláudio. Como se pode ver, a família
tinha muitos casamentos de parentes próximos.
Pouco se sabe sobre a vida de Messalina antes do casamento em 38 com
Cláudio, que já tinha por volta de 48 anos de idade. Dois filhos nasceram desta
união:
Britânico, césar.
Quando o imperador Calígula foi
assassinado em 41, a guarda pretoriana proclamou
Cláudio o novo imperador e Messalina, sua imperatriz.
Imperatriz
e puta, afirmam os historiadores
Com sua ascensão ao poder, Messalina entrou para a história com uma
reputação de implacável, predadora e insaciável sexualmente. Seu
marido é retratado como sendo facilmente guiado por ela e ignorante de seus
muitos adultérios até
ser informado de que ela teria exagerado ao se casar com seu último amante, o senador Caio Sílio em
48. Cláudio então teria ordenado a sua morte e ela recebeu a opção de se
suicidar. Incapaz de se auto apunhalar, Messalina foi morta pelo oficial que a
prendeu. O senado romano então ordenou que o nome de Messalina fosse
retirado de todos os lugares públicos e privados e que tivesse todas as suas
estátuas destruídas (damnatio memoriae).
Os historiadores
que contam estas histórias, principalmente Tácito e Suetônio,
escreveram por volta de 70 anos depois dos eventos, quando o ambiente era
hostil à linhagem imperial de Messalina. A história de Suetônio é
majoritariamente alarmismo escandaloso. Tácito alega estar transmitindo "o
que foi ouvido e escrito pelos mais velhos que eu", sem nomear suas
fontes, com exceção das memórias de Agripina, a Jovem, que havia conseguido
retirar os filhos de Messalina da sucessão imperial e que, portanto, tinha todo
interesse em manchar a imagem de sua predecessora. Já se argumentou que o que
se passa por história seria puramente o resultado de sanções políticas que se
seguiram à morte de Messalina.
As acusações de
excessos sexuais, principalmente, eram uma tática já testada e aprovada para
manchar a reputação e geralmente era resultado de "hostilidade
politicamente motivado". Dois relatos foram os principais culpados pela má
reputação da imperatriz. Um é a história de uma suposta competição de sexo com
uma prostituta no livro X da "História Natural", de Plínio, o Velho, que teria
durado 24 horas e que Messalina venceu com um placar de 25 parceiros
diferentes.
O poeta Juvenal apresenta uma descrição igualmente famosa em
sua misógina sexta sátira de como a imperatriz costumava trabalhar
clandestinamente a noite toda num bordel sob o nome de "Loba". Ele
também menciona a história de como ela teria compelido Sílio a se divorciar de
sua esposa para casar-se com ela em sua décima sátira.
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