História
A Batalha dos Guararapes, na sequência
da Guerra da Restauração após a Restauração da Independência de
Portugal de 1640, foi uma batalha travada em dois confrontos entre
o exército da Holanda e os
defensores do Império Português no Morro dos Guararapes, atual município de Jaboatão dos Guararapes, 10 km ao sul do
centro da cidade do Recife, no estado
de Pernambuco, Brasil.
Os dois confrontos foram:
1ª Batalha dos Guararapes - 19 de abril de 1648.
2ª Batalha dos Guararapes (decisiva) -
19 de fevereiro de 1649.
Por ter sido vencida pelos portugueses destaca-se
como episódio marcante na Insurreição Pernambucana, que culminou no
término das Invasões holandesas do Brasil, no século
XVII. A assinatura da capitulação deu-se em 1654, no Recife, de onde partiram
os últimos navios holandeses em direção à Europa.
Segue um resumo da descrição da 1ª batalha, segundo
Diogo Lopes Santiago, um cronista da guerra:
Tanto que nossa
infantaria se escondeu nos mangues ao pé do último monte, Antônio Dias Cardoso ordenou a 20
de seus melhores homens que fossem com 40 dos índios de Filipe Camarão procurar
o inimigo, que marchava do Recife pelo caminho dos Guararapes.
Na entrada dos
montes, nossos 60 soldados atacaram a vanguarda holandesa e vieram se retirando
sem dar costas ao inimigo, atraindo-o a uma passagem estreita entre os montes e
o mangue, até poucos passos de onde estava o nosso exército. Do nosso lado
houve certa confusão e opiniões de retirada frente àquele exército tão
superior, mas os dois mestres de campo, João Fernandes Vieira e André Vidal de Negreiros, resolveram,
conforme combinado, enfrentá-los ali, dando a primeira carga e investindo no
inimigo à espada, mesmo que sob fogo dos mosquetes.
Morro dos Guararapes, local onde foram travadas as Batalhas dos Guararapes,
com Recife ao
fundo. O Parque Histórico Nacional dos Guararapes é bem tombado pelo IPHAN.
Marchou
André Vidal pela baixa com o Camarão à sua direita pelo mangue. Vieira avançou
pelo alto com Henrique Dias à sua
esquerda.
Aguardaram os nossos duas espantosas cargas de
mosquetaria e artilharia sem da nossa parte se dar nenhum tiro, indo ao
encontro do inimigo já bem perto. Neste tempo, por toda parte, disparou nosso
fogo de uma só vez, causando grande dano e desorganização nos esquadrões
inimigos. Logo os nossos sacaram as espadas e atacaram com tanto ímpeto e
violência que não puderam os lanceiros conter os nossos de infiltrarem-se,
matarem e destroçarem por meia hora, até que lhes pusessem em fuga.
Fugindo e
descendo do monte, a seu pesar com mais presteza do que subira, os que
escaparam de Dias e Vieira se juntaram aos que estavam em retirada pela campina
pressionados por Vidal e Camarão. Ganhamos todos os canhões do inimigo e muita
bagagem, motivo que levou muitos soldados ao saque e à euforia.
Como
esperado em exércitos como aquele holandês, ter gente de reserva para situações
difíceis lhes valeu um contra-ataque fulminante pegando nossos soldados
desorganizados, além de exaustos, que se puseram em fuga monte abaixo.
A luta
desesperada que seguiu daí pela defesa da passagem estreita (apelidada
boqueirão) durou várias horas, com os oficiais (nossos e inimigos) no meio da
ação. Acabamos por perder 4 das 6 peças da artilharia ganha. Por fim, o campo
ficou nosso e o alto dos montes do inimigo.
O general
holandês, gravemente ferido no tornozelo, determinou a retirada durante a noite
deixando dois canhões apontados para o boqueirão, disfarçando seu recuo para o
Recife.
Ataque luso e recuo holandês
Contra-ataque surpresa da reserva
holandesa
A Lei nº 12.701, de 06 de agosto de 20123 determinou
que os nomes dos principais personagens luso-brasileiros na batalha, juntamente
com o de Francisco Barreto de Meneses que comandou
de ofício o "Exército Patriota" e é chamado "Restaurador de
Pernambuco", fossem inscritos no Livro de Heróis da Pátria (conhecido
como "Livro de Aço"), depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade
Tancredo Neves, um cenotáfio que
homenageia os heróis nacionais localizado na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
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