Festa de Iemanjá em
Salvador, 02 de fevereiro
O acarajé
Patrimônio cultural
imaterial (ou patrimônio cultural intangível) é uma concepção de patrimônio cultural que abrange as expressões culturais e as tradições que
um grupo de indivíduos preserva
em respeito da sua ancestralidade, para as
gerações futuras. São exemplos de patrimônio imaterial: os saberes, os modos
de fazer, as formas de expressão, celebrações, as festas e danças populares, lendas, músicas, costumes e
outras tradições.
Lavagem do
Bonfim
Em um exemplo de
patrimônio cultural imaterial é o modo de tocar dos sinos, cuja
"linguagem" é peculiar meio de comunicação e está sendo objeto de registro pelo IPHAN. Em Minas
Gerais, por exemplo, o Modo artesanal de fazer queijo é
importante registro de patrimônio intangível.
Em Pirenópolis, Goiás, outro
exemplo de patrimônio imaterial é a Festa do Divino de Pirenópolis, criada em
1819 e festejada até hoje. É na Festa do Divino que são apresentadas as Cavalhadas,
representação da luta entre mouros e cristãos na Idade Média.
Em São Paulo, foi
aprovada a Lei 14.406 de 21/05/2007, de autoria do político Chico
Macena, que cria o Programa Permanente de Proteção e Conservação do Patrimônio
Imaterial do Município de São Paulo, e atualmente tenta-se instalar o Museu do Patrimônio Imaterial por
meio do Projeto de Lei 486/2010 do mesmo autor.
Podem ser citadas
ainda diversas tradições, saberes e técnicas que vem sendo submetidas às normas
que estabelecem o "Inventário Nacional de Referências Culturais"
(INRC) do IPHAN, na
complexa tarefa de preservar o patrimônio material e imaterial, resguardando
bens, documentos, acervos, artefatos, vestígios e sítios, assim como as
atividades, técnicas, saberes, linguagens. Um dos critérios são a atenção às
tradições que não encontram amparo na sociedade e no mercado, permitindo a
todos o cultivo da memória comum, da história e dos testemunhos do passado
Podem ser citadas,
para que dimensione a natureza dessa atividade que é identificar e avaliar o
patrimônio imaterial, frente as dificuldades e limitações de pesquisa
documentação e acesso à fontes histórico - arqueológicas para atender os
critérios do IPHAN, observe-se em relação ao patrimônio já estabelecido os
seguintes "processos de registro em andamento" : a Festa do
Divino Espírito Santo da Cidade de Paraty – RJ; Ofício de Raizeiras e Raizeiros
no Cerrado; Uso da Ayahuasca em rituais religiosos (Ac, Am); Sítio de São
Miguel Arcanjo – Tava Miri dos povos indígenas Mbyá-Guarani entre outros.
Os bens já registrados
como patrimônio imaterial no Brasil são:
Norte
Arte Kusiwa –
Pintura Corporal e Arte Gráfica dos ameríndios Wajãpi
Nordeste
Samba de Roda do
Recôncavo Baiano
Sudeste
Modo artesanal de fazer queijo em
Minas Gerais, nas regiões do Serro e da Serra da Canastra e da Serra do Salitre
Nordeste/Sudeste
Roda de capoeira e Ofício
dos Mestres de Capoeira
A Timbila dos chopes foi,
em 2006, considerada património cultural universal. Gule Wamkulu é uma
cerimónia tradicional dos nianjas (ou
"chewas") do norte de Moçambique, Malawi e Zâmbia; foi inscrita na
lista do património cultural imaterial da humanidade em 2008.
Em Portugal
Em Portugal
Em Portugal, a noção de patrimônio cultural imaterial, trazida para a
ordem do dia com os esforços intelectuais e políticos visando a classificação
do Fado como Património Mundial pela UNESCO, tem tido
avanços teóricos significativos através dos estudos do escritor e etnólogo Alexandre Parafita, assentes na semiose dos textos e contextos que
lhe conferem expressão e manifestação, incluindo aqueles que a modernidade vem
alterando ou eliminando ao nível dos rituais (medicina popular, ritos de morte,
religiosidade, labores agrários.
Neste quadro
conceitual, Parafita considera a necessidade de distinguir como patrimônio
cultural imaterial três grupos de bens culturais:
1 – Os gêneros de literatura oral tradicional que,
uma vez produzidos, ganham uma razoável autonomia em relação ao seu processo de
produção, enriquecendo-se no contexto de uso intergeracional: cancioneiros,
romanceiros, contos populares, paremiologia, rezas, ensalmos…;
2 – Expressões e manifestações intrinsecamente
ligadas a suportes físicos (lugares de memória) ou a referenciais
histórico-religiosos: rituais festivos, crenças do sobrenatural, lendas e
mitos, histórias de vida…
3 – Manifestações em permanente atualização pela
mobilização de novos recursos, ambientes e funcionalidades num processo de
ressignificação das tradições: trajes, danças, jogos tradicionais, romarias,
gastronomia, artesanato….
Como exemplos do
património cultural imaterial português, temos as ruas enfeitadas em
vários pontos do país. Campo Maior, Redondo, Tomar e Pereiro de Mação são
locais onde as respectivas populações ornamentam as ruas das suas terras
deixando-as autênticos jardins floridos. Estas iniciativas são muito do agrado
do povo português, motivando a afluência de milhares e milhares de visitantes a
essas localidades. Em Campo Maior e Tomar as ruas são enfeitadas de quatro em
quatro anos; no Redondo, de dois em dois e em Pereiro de Mação, isso acontece
todos os anos na semana que antecede o último domingo de Agosto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário