segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

SAIBA O QUE É PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL OU PATRIMÔNIO INTANGÍVEL DE DETERMINADA SOCIEDADE OU REGIÃO

 

Festa de Iemanjá em Salvador, 02 de fevereiro

O acarajé

Patrimônio cultural imaterial (ou patrimônio cultural intangível) é uma concepção de patrimônio cultural que abrange as expressões culturais e as tradições que um grupo de indivíduos preserva em respeito da sua ancestralidade, para as gerações futuras. São exemplos de patrimônio imaterial: os saberes, os modos de fazer, as formas de expressão, celebrações, as festas e danças populares, lendasmúsicascostumes e outras tradições.

A Roda de capoeira, resquício das danças de guerra segundo Rugendas, 1835


Lavagem do Bonfim

Em um exemplo de patrimônio cultural imaterial é o modo de tocar dos sinos, cuja "linguagem" é peculiar meio de comunicação e está sendo objeto de registro pelo IPHAN. Em Minas Gerais, por exemplo, o Modo artesanal de fazer queijo é importante registro de patrimônio intangível.
Em PirenópolisGoiás, outro exemplo de patrimônio imaterial é a Festa do Divino de Pirenópolis, criada em 1819 e festejada até hoje. É na Festa do Divino que são apresentadas as Cavalhadas, representação da luta entre mouros e cristãos na Idade Média.
Em São Paulo, foi aprovada a Lei 14.406 de 21/05/2007, de autoria do político Chico Macena, que cria o Programa Permanente de Proteção e Conservação do Patrimônio Imaterial do Município de São Paulo, e atualmente tenta-se instalar o Museu do Patrimônio Imaterial por meio do Projeto de Lei 486/2010 do mesmo autor.
Podem ser citadas ainda diversas tradições, saberes e técnicas que vem sendo submetidas às normas que estabelecem o "Inventário Nacional de Referências Culturais" (INRC) do IPHAN, na complexa tarefa de preservar o patrimônio material e imaterial, resguardando bens, documentos, acervos, artefatos, vestígios e sítios, assim como as atividades, técnicas, saberes, linguagens. Um dos critérios são a atenção às tradições que não encontram amparo na sociedade e no mercado, permitindo a todos o cultivo da memória comum, da história e dos testemunhos do passado 
Podem ser citadas, para que dimensione a natureza dessa atividade que é identificar e avaliar o patrimônio imaterial, frente as dificuldades e limitações de pesquisa documentação e acesso à fontes histórico - arqueológicas para atender os critérios do IPHAN, observe-se em relação ao patrimônio já estabelecido os seguintes "processos de registro em andamento" : a Festa do Divino Espírito Santo da Cidade de Paraty – RJ; Ofício de Raizeiras e Raizeiros no Cerrado; Uso da Ayahuasca em rituais religiosos (Ac, Am); Sítio de São Miguel Arcanjo – Tava Miri dos povos indígenas Mbyá-Guarani entre outros.
Os bens já registrados como patrimônio imaterial no Brasil são:

O Rei Cristão e cavaleiros na Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis.

Norte
Cachoeira de Iauaretê – Lugar sagrado dos povos ameríndios do Rio Uaupés e do Rio Papuri
Arte Kusiwa – Pintura Corporal e Arte Gráfica dos ameríndios Wajãpi

Centro-Oeste Modo de Fazer Viola de cocho

Nordeste

Apresentação dos caboclos de lança no Maracatu de Baque Solto.

Ofício das Baianas de Acarajé
Samba de Roda do Recôncavo Baiano

Sudeste

Matrizes do samba no Rio de Janeiro: partido-altosamba de terreiro e samba-enredo

Nordeste/Sudeste
Roda de capoeira e Ofício dos Mestres de Capoeira

Timbila dos chopes foi, em 2006, considerada património cultural universal. Gule Wamkulu é uma cerimónia tradicional dos nianjas (ou "chewas") do norte de Moçambique, Malawi e Zâmbia; foi inscrita na lista do património cultural imaterial da humanidade em 2008.
Em Portugal
Em Portugal
Em Portugal, a noção de patrimônio cultural imaterial, trazida para a ordem do dia com os esforços intelectuais e políticos visando a classificação do Fado como Património Mundial pela UNESCO, tem tido avanços teóricos significativos através dos estudos do escritor e etnólogo Alexandre Parafita, assentes na semiose dos textos e contextos que lhe conferem expressão e manifestação, incluindo aqueles que a modernidade vem alterando ou eliminando ao nível dos rituais (medicina popular, ritos de morte, religiosidade, labores agrários.

Neste quadro conceitual, Parafita considera a necessidade de distinguir como patrimônio cultural imaterial três grupos de bens culturais:
1 – Os gêneros de literatura oral tradicional que, uma vez produzidos, ganham uma razoável autonomia em relação ao seu processo de produção, enriquecendo-se no contexto de uso intergeracional: cancioneiros, romanceiros, contos populares, paremiologia, rezas, ensalmos…;
2 – Expressões e manifestações intrinsecamente ligadas a suportes físicos (lugares de memória) ou a referenciais histórico-religiosos: rituais festivos, crenças do sobrenatural, lendas e mitos, histórias de vida…
3 – Manifestações em permanente atualização pela mobilização de novos recursos, ambientes e funcionalidades num processo de ressignificação das tradições: trajes, danças, jogos tradicionais, romarias, gastronomia, artesanato….
Como exemplos do património cultural imaterial português, temos as ruas enfeitadas em vários pontos do país. Campo Maior, Redondo, Tomar e Pereiro de Mação são locais onde as respectivas populações ornamentam as ruas das suas terras deixando-as autênticos jardins floridos. Estas iniciativas são muito do agrado do povo português, motivando a afluência de milhares e milhares de visitantes a essas localidades. Em Campo Maior e Tomar as ruas são enfeitadas de quatro em quatro anos; no Redondo, de dois em dois e em Pereiro de Mação, isso acontece todos os anos na semana que antecede o último domingo de Agosto. 

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