Arte pictórica: museu
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Eugène-Henri-Paul
Gauguin (Paris, 7 de junho de 1848 — Ilhas
Marquesas, 8 de maio de 1903) foi um pintor francês do pós-impressionismo.
Auto-retrato
com auréola, 1889.
Apesar de
nascido em Paris, Gauguin viveu os primeiros sete anos da sua vida
em Lima, no Peru, para onde seus pais se mudaram após a chegada
de Napoleão III ao poder. Seu pai pretendia trabalhar em um jornal da
capital peruana e foi o idealizador da viagem. Porém, durante a longa e
terrível viagem de navio acabou por ter complicações de saúde e faleceu. Assim,
o futuro pintor desembarcou em Lima apenas com sua mãe e irmã. Segundo ele o
seu melhor trabalho seria o auto-retrato com auréola.
Quando voltou para seu país natal, em 1855,
Gauguin estudou em Orléans e, aos 17 anos, ingressou na marinha
mercante e correu o mundo. Trabalhou em seguida numa corretora de
valores parisiense e, em 1873, casou-se com a dinamarquesa Mette
Sophie Gad, com quem teve cinco filhos.
Aos 25
anos, após a quebra da Bolsa de Paris, tomou a decisão mais importante de sua
vida: dedicar-se totalmente à pintura. Começou assim uma
vida de viagens e boémia, que resultou
numa produção artística singular e determinante das vanguardas do século
XX. Ao contrário de muitos pintores, não se incorporou ao movimento impressionista da
época. Expôs pela primeira vez em 1876. Mas não seria uma vida fácil,
tendo atravessado dificuldades econômicas, problemas conjugais, privações e
doenças.
Foi então para Copenhagen, onde acabou
ocorrendo o rompimento de seu casamento.
Sua obra,
longe de poder ser enquadrada em algum movimento, foi tão singular como as de Van
Gogh ou Paul Cézanne. Apesar disso,
teve seguidores e pode ser considerado o fundador do grupo Les Nabis, que,
mais do que um conceito artístico, representava uma forma de pensar a pintura
como filosofia de vida.
Suas primeiras obras tentavam captar a simplicidade
da vida no campo, algo que ele consegue com a aplicação arbitrária das cores,
em oposição a qualquer naturalismo, como demonstra o seu famoso Cristo
Amarelo. As cores se estendem planas e puras sobre a superfície, quase
decorativamente.
O pintor
parte para o Taiti em busca de novos temas e para se libertar dos
condicionamentos da Europa. Suas telas surgem
carregadas da iconografia exótica do lugar, e não faltam cenas que mostram
um erotismo natural, fruto, segundo conhecidos do pintor, de sua
paixão pelas nativas. A cor adquire mais preponderância representada pelos
vermelhos intensos, amarelos, verdes e violetas.
Morou durante algum tempo em Pont-Aven, na Bretanha,
onde sua arte amadureceu. Posteriormente, morou no sul da França, onde conviveu
com Vincent Van Gogh. Numa
viagem à Martinica,
em 1887, Gauguin passou a renegar o impressionismo e a empreender o
"retorno ao princípio", ou seja, à arte primitivista.
Tinha idéia de voltar ao Taiti, porém não
dispunha de recursos financeiros. Com o auxílio de amigos, também artistas,
organizou um grande leilão de suas obras.
Colocou à venda cerca de 40 peças. A maioria foi
comprada pelos próprios amigos de Gauguin, como por exemplo Theo van Gogh,
irmão de Vincent van Gogh, que trabalhava para a Casa Goupil (importante
estabelecimento que trabalhava com obras de arte).
O Cristo
Amarelo, 1889.
Mesmo conseguindo menos de 3 mil francos, em meados
de 1891 regressou ao Taiti, onde pintou cerca de uma centena de
quadros sobre tipos indígenas, como "Vahiné no te tiare"
a("A moça com a flor") e "Mulheres de Taiti",
além de executar inúmeras esculturas e escrever um livro, Noa noa.
Quando voltou a Paris, realizou uma exposição
individual na galeria de Durand-Ruel, voltou ao Taiti, mas fixou-se
definitivamente na ilha Dominique. Nessa fase, criou algumas de suas obras mais
importantes, como "De onde viemos? O que somos? Para onde vamos?",
uma tela enorme que sintetiza toda a sua pintura, realizada antes de uma
frustrada tentativa de suicídio utilizando arsênio.
Duas
taitianas com flores de manga, 1899.
Em setembro de 1901, transferiu-se para a ilha
Hiva Oa, uma das Ilhas Marquesas, onde veio a falecer de sífilis.
Encontra-se sepultado no Cemitério de
Atuona, Atuona, Arquipélago das Marquesas na Polinésia
Francesa.
Gauguin desenvolveu as técnicas do "sintetismo"
e "cloisonnisme" (alveolismo), estilos de representação
simbólica da natureza onde são utilizadas formas simplificadas e grandes campos
de cores vivas chapadas, que ele fechava com uma linha negra, e que mostravam
uma forte influência das gravuras japonesas.
A sua pintura é caracterizada por:
Natureza alegórica, decorativa e sugestiva;
Formas dimensionais, estilizadas, sintéticas e estáticas.
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