sexta-feira, 22 de maio de 2015

QUITO — ECUADOR (EQUADOR)

 Publicado em recortes por Maria Brockerhoff,
em obviusmagazine

O Equador é uma grata surpresa! A maior é o mestre pintor e escultor Oswaldo Guayasamín, do mesmo quilate de Picasso.

Oswaldo Guayasamín — Foto: Robert Nunn (Creative Commons)

Cidades limpas, gente amável em trajes coloridos, arte e tradição emolduradas por uma natureza generosa.
O aeroporto de Quito tem uma boa estrutura, a passagem pela alfândega bem rápida, as rodovias largas e bem sinalizadas. Inaugurado há 2 anos, o moderno aeroporto se deslocou de Cumayo, a parte antiga, com as casas encarapitadas em ladeiras íngremes.

Foto: Rainer Brockerhof

Aqui a Iglesia de Guápulo, uma das mais antigas de Quito, atrai devotos de todo o país. As ruas em direção ao centro são estreitas e muito movimentadas. Como no Brasil, o uso de veículos privados é geral e o de transporte público é, ainda, restrito.
O motorista gentil, muito bem informado, nos deixou no Hotel Café Cultura, cuja fachada e bonito jardim impressionam bem. Ledo engano! Sob a “capa” de colonial o estilo (?) é o de ambientes fechados com ventilação precária. A saleta de estar no lobby é atulhada de objetos, sofás e livros muito velhos. As belas rosas equatorianas não disfarçam o cheiro de mofo. Não conseguimos ficar, muito menos dormir, no hotel — praticamente vazio — tal a sucessão de espirros... não tivemos a menor atenção da direção deste tal Hotel Café Cultura (?), a não ser a cobrança de dois pernoites; por aqui, isto se chama “asalto”.

Felizmente, a nossa eficiente agência Happy Gringo nos indicou um outro hotel bem situado, com um pessoal atencioso, tudo limpo. O novo e arejado Hotel Nü House tem uma boa vedação das janelas proporcionando uma boa e silenciosa noite de sono.
Nesta época de páscoa a comida típica, muy rica! é a Fanesca, no restaurante Mama Clorinda, ao lado do Hotel Nü House. É um creme de milho com variadas sementes, pescado, bacalhau, banana, ovos cozidos; a sobremesa um delicioso figo acaramelado com queijo fresco. A comida por aqui é muito boa, com peixe, camarão, milho de muitos tipos, abacate, legumes e — sempre — papas, a versátil batata inglesa.
O centro histórico de Quito é imponente com casarões antigos bem conservados. A Calle de Siete Cruces é uma avenida com sete igrejas históricas e suas cruzes. Basta este recorrido para avaliar todo o poder dos colonizadores espanhóis retratado pelo esplendor das igrejas que, por si só, vale a viagem ao Ecuador!
Iglesia de la Compañía de Jesús é a expressão máxima do estilo barroco. Fotos, apenas com permissão especialíssima. Foi construída durante 160 anos pelos maiores artífices jesuítas e centenas de exímios artistas anônimos da Escuela Quiteña. À luz do sol, através das claraboias, a igreja revestida em ouro — 23 quilates — é de uma beleza inimaginável.

Basílica del Voto Nacional em estilo gótico lembra a catedral de Colônia —Alemanha. 
Foto: Rainer Brockerhoff

 Também magnífica a Iglesia de San Francisco, um verdadeiro museu de milhares de obras de arte colonial

Foto: Rainer Brockerhoff

Na Plaza de la Independencia, um significativo monumento aos heróis de 1809 que, liderados por Bolivar, lutaram bravamente contra os opressores espanhóis, vencendo-os. O monumento veio da Bélgica: uma altiva mulher representa a liberdade; um condor com as correntes quebradas simboliza o Ecuador; nos degraus, um leão escorraçado, a Espanha. 

Foto: Rainer Brockerhoff Muito conhecido por aqui é o monumento La Mitad del Mundo: o museu Inti Ñan — com esculturas de povos adoradores do sol — e a demonstração de fenômenos da latitude zero. É um lugar tipicamente turístico.

Uma belíssima surpresa foi nossa descoberta, por acaso, do mestre pintor e escultor Oswaldo Guayasamín. A divulgação deste visionário artista indígena e a visita à Fundación Guayasamín deveriam ser ítens imprescindíveis em todos os roteiros em Quito. Diante de Guayasamín, a esperança na humanidade se renova.


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