Publicado em recortes por Maria Brockerhoff,
em obviusmagazine
O Equador é uma grata surpresa! A maior é o mestre pintor e escultor
Oswaldo Guayasamín, do mesmo quilate de Picasso.
Oswaldo
Guayasamín — Foto: Robert Nunn (Creative Commons)
Cidades limpas, gente amável em trajes coloridos, arte e tradição
emolduradas por uma natureza generosa.
O aeroporto
de Quito tem uma boa estrutura, a passagem pela alfândega bem rápida, as
rodovias largas e bem sinalizadas. Inaugurado há 2 anos, o moderno aeroporto se
deslocou de Cumayo, a parte antiga, com as casas encarapitadas em
ladeiras íngremes.
Foto:
Rainer Brockerhof
Aqui a Iglesia
de Guápulo, uma das mais antigas de Quito, atrai devotos de todo o país. As
ruas em direção ao centro são estreitas e muito movimentadas. Como no Brasil, o
uso de veículos privados é geral e o de transporte público é, ainda, restrito.
O motorista
gentil, muito bem informado, nos deixou no Hotel Café Cultura, cuja fachada e
bonito jardim impressionam bem. Ledo engano! Sob a “capa” de colonial o estilo
(?) é o de ambientes fechados com ventilação precária. A saleta de estar no
lobby é atulhada de objetos, sofás e livros muito velhos. As belas rosas
equatorianas não disfarçam o cheiro de mofo. Não conseguimos ficar, muito
menos dormir, no hotel — praticamente vazio — tal a sucessão de
espirros... não tivemos a menor atenção da direção deste tal Hotel Café Cultura
(?), a não ser a cobrança de dois pernoites; por aqui, isto se
chama “asalto”.
Felizmente,
a nossa eficiente agência Happy Gringo nos indicou um outro
hotel bem situado, com um pessoal atencioso, tudo limpo. O novo e arejado Hotel Nü
House tem uma boa vedação das janelas proporcionando uma boa e silenciosa
noite de sono.
Nesta época
de páscoa a comida típica, muy rica! é a Fanesca, no restaurante Mama
Clorinda, ao lado do Hotel Nü House. É um creme de milho
com variadas sementes, pescado, bacalhau, banana, ovos cozidos; a
sobremesa um delicioso figo acaramelado com queijo fresco. A comida por aqui é
muito boa, com peixe, camarão, milho de muitos tipos, abacate, legumes e —
sempre — papas, a versátil batata inglesa.
O centro
histórico de Quito é imponente com casarões antigos bem conservados. A Calle
de Siete Cruces é uma avenida com sete igrejas históricas e suas
cruzes. Basta este recorrido para avaliar todo o poder dos
colonizadores espanhóis retratado pelo esplendor das igrejas que, por si
só, vale a viagem ao Ecuador!
A Iglesia
de la Compañía de Jesús é a expressão máxima do estilo barroco. Fotos,
apenas com permissão especialíssima. Foi construída durante 160 anos pelos
maiores artífices jesuítas e centenas de exímios artistas anônimos da Escuela
Quiteña. À luz do sol, através das claraboias, a igreja revestida em
ouro — 23 quilates — é de uma beleza inimaginável.
A Basílica
del Voto Nacional em estilo gótico lembra a catedral de
Colônia —Alemanha.
Foto:
Rainer Brockerhoff
Também
magnífica a Iglesia de San Francisco, um verdadeiro museu de
milhares de obras de arte colonial.
Foto:
Rainer Brockerhoff
Na Plaza
de la Independencia, um significativo monumento aos heróis de
1809 que, liderados por Bolivar, lutaram bravamente contra os opressores
espanhóis, vencendo-os. O monumento veio da Bélgica: uma altiva mulher
representa a liberdade; um condor com as correntes quebradas simboliza o
Ecuador; nos degraus, um leão escorraçado, a Espanha.
Foto: Rainer Brockerhoff Muito conhecido por aqui é
o monumento La Mitad del Mundo: o museu Inti Ñan —
com esculturas de povos adoradores do sol — e a demonstração de
fenômenos da latitude zero. É um lugar tipicamente turístico.
Uma
belíssima surpresa foi nossa descoberta, por acaso, do mestre pintor e
escultor Oswaldo Guayasamín. A divulgação deste visionário artista
indígena e a visita à Fundación Guayasamín deveriam ser ítens
imprescindíveis em todos os roteiros em Quito. Diante de Guayasamín, a
esperança na humanidade se renova.
© obvious: http://lounge.obviousmag.org/da_janela_das_eumenides/2015/05/quito-ecuador.html#ixzz3am11kAeE
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